Birsbane,
Austrália, 14 nov (Lusa) - O debate sobre as regras dos limites da dívida
pública e do défice será o maior desafio à intenção de definir uma nova meta
para o crescimento durante o debate na reunião do G20, que hoje se inicia em
Brisbane, Austrália.
De
acordo com a análise da agência financeira Bloomberg, os líderes mundiais têm
expressado a sua frustração com o que dizem ser uma obsessão da União Europeia,
comandada pela Alemanha, sobre os limites do défice orçamental.
Quando
se sentarem em Brisbane para debater o pedido da União Europeia para uma
estratégia de crescimento "alargada" com vista a aumentar o
investimento do setor privado e travar os défices excessivos, o grupo do G20
vai incluir a França e a Itália, dois países que têm publicamente criticado a
visão rígida da Europa neste tema.
A
Alemanha e os seus aliados dizem que as regras sobre a dívida pública, limitada
pelos tratados a 60% do PIB, são essenciais para a credibilidade europeia, mas
os acontecimentos dos últimos seis anos na zona euro têm prejudicado a
reputação do bloco da moeda única no que diz respeito à gestão económica,
independentemente da questão de saber se os 18 países conseguem, de fato,
cumprir as metas.
A
economia da zona euro cresceu 0,2% no terceiro trimestre do ano, acima dos 0,1%
do trimestre anterior, divulgou hoje o Eurostat na estimativa rápida, na qual
se anuncia também que para o total da UE, o crescimento foi de 0,3% entre julho
e setembro, o que compara com os 0,2% do segundo trimestre e, em termos
homólogos, a economia da zona euro cresceu 0,8%, enquanto na União Europeia o
PIB aumentou 1,3%.
O
fraco crescimento da Europa, de resto, foi um dos principais riscos apontados
pelo Fundo Monetário Internacional para cortar, em setembro, a previsão de
crescimento da economia global, e um dos maiores responsáveis do Banco de
Inglaterra disse recentemente que "o espectro da estagnação económica
ameaça a Europa".
Do
outro lado do Atlântico, as palavras também são de preocupação: "O mundo
não se pode dar ao luxo de ter uma década perdida na Europa", disse o
secretário do Tesouro norte-americano, equivalente ao ministro das Finanças no
modelo europeu.
As
"políticas que mantêm o status quo" na Europa não são consentâneas
com a agenda de crescimento do G20 e é preciso "uma ação resoluta por
parte das autoridades nacionais e de outros organismos europeus para reduzir o
risco de a região cair em recessão".
MBA
// EL
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