Holanda
pune fornecedor da Petrobras por supostos pagamentos de propina
SBM
Offshore aceitou acordo para pagar mais de US$ 200 milhões por negociações
irregulares que fez na Guiné Equatorial, em Angola e no Brasil.
G1,
Jornal Nacional
O
Ministério Público da Holanda decidiu punir um fornecedor da Petrobras por
supostos pagamentos de propina. A SBM Offshore aceitou um acordo para pagar
mais de US$ 200 milhões por causa de negociações irregulares que fez na Guiné
Equatorial, em Angola e no Brasil.
A
empresa SBM Offshore fornece plataformas e outros equipamentos para a
Petrobras. A SBM fez um acordo com Ministério Público da Holanda para evitar
uma ação na Justiça. No total, devem ser pagos US$ 240 milhões, o equivalente a
R$ 613 milhões.
A
empresa holandesa foi alvo de investigação por suspeita de pagamento indevido
para representantes dos governos de três países, entre 2007 e 2011.
Foram
US$ 18,8 milhões para a Guiné Equatorial, o equivalente hoje a R$ 48 milhões,
US$ 22,7 milhões, ou R$ 58 milhões, para Angola. E US$ 139,1 milhões para o
Brasil, o correspondente a R$ 355 milhões.
O
relatório da Justiça holandesa destaca que, nas transações feitas no Brasil,
foram encontrados sinais de alerta sobre a atuação de um represente comercial
brasileiro. Entre os pontos que chamaram a atenção dos promotores holandeses
estão: o alto valor da comissão paga às empresas deste representante; uma
divisão entre as comissões pagas às empresas no Brasil e no exterior; e
documentos indicando que o representante comercial tinha informações
confidenciais sobre a empresa brasileira envolvida nas negociações.
O
relatório diz que a investigação interna da SBM não encontrou provas concretas
de que os pagamentos foram feitos a integrantes do governo brasileiro. Mas
afirma, com base em investigações às quais a SBM não teve acesso, que o
representante comercial fez pagamentos para funcionários do governo brasileiro.
O
Ministério Público holandês não menciona o nome deste intermediador mas,
durante o período investigado, duas empresas foram representantes comerciais
exclusivas da SBM Offshore no Brasil: a Faercom e a Oildrive, que pertencem ao
engenheiro Julio Faerman.
A
Controladoria-Geral da União, que investiga a relação entre a Petrobras e a SBM
Offshore desde abril, determinou nesta quarta-feira (12) a abertura de um
processo contra a empresa holandesa. O objetivo é investigar se houve a
obtenção de vantagens indevidas e pagamento de propina a agentes públicos
federais. A SBM Offshore ainda não foi notificada.
A
SBM não comentou o processo aberto pela Controladoria-Geral da União no Brasil.
O Jornal Nacional entrou em contato com a Petrobras, mas não obteve retorno. O
engenheiro Julio Faerman não quis se manifestar.
*Título
PG
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