quarta-feira, 5 de novembro de 2014

NADA CONTRA OS PORTUGUESES. “O XANANA GUSMÃO QUE VÁ À MERDA!”



António Veríssimo, Lisboa

“Então o Xanana disse lá no país dele que os portugueses têm de entender que a expulsão dos portugueses não é contra os portugueses mas só contra os magistrados portugueses que foram expulsos.” – Olívia Badanejo.

“O Xanana Gusmão que vá à merda! Está a cagar-nos em cima e diz que não é nada contra nós!”, exclamações do Zé das Couves frente a uma bica pingada no Café do Malabosta.

Tudo porque a Olívia Badanejo chegou com a novidade de “uma das últimas tiradas que o primeiro-ministro timorense disse hoje aos jornalistas da Agência Lusa em entrevista”. Os presentes no estabelecimento ficaram admirados e alguns até acharam que era “invenção” da Olívia para fazer conversa. Mas não. A notícia corre célere e até parece uma anedota de mau gosto. Xanana teve mesmo a prosápia, o descaramento, de dizer o que a Olívia transmitiu quase na perfeição.

“Esse Xanana julga que está a falar com os timorenses para os adormecer e soltar a seita para os roubar. Cá em Portugal estamos fartos de aldrabões e de ladrões. Ele escusa de estar a armar ao pingarelho porque não nos engana assim tão facilmente como julga.” Comentou o Júlio dos Tomates com o copo na mão, quase a entornar o bagaço “da ordem” na fatiota.

“O que ele saiu foi um grande marmanjo. Um merdas que se põe a chorar por tudo e por nada e afinal é um sacana de primeira. Quer mama. Mas daqui já não leva nada. Que roube lá porque Portugal também já está cheio de ladrões de colarinho branco e muito nos custa sustentar-lhes os vícios e as mordomias. Assim também eu. Punha-me a roubar e quando a bófia viesse investigar-me expulsava a bófia do país e cagava postas de pescada a armar-me em vítima…” Adiantou o Malaquias das Arcadas (porque tem as pernas tipo arco da Rua Augusta).

“Qual bófia qual porra.” Interronpeu a Olívia, com o ranho a espreitar numa das narinas devido à gripe que a invadiu sem dó nem piedade. “Esse traste do Xanana não expulsou bófias mas sim juízes, magistrados, uns 7 ou 8.”

“Ele devia era expulsar-se a ele próprio de lá e levar de arrasto a seita com que está feito. O tipo está inchado, tem contas gordas. Agora já não precisa de Portugal nem dos portugueses e vá de lhes cagar em cima e ligar a ventoinha para atingir o país inteiro. E ainda diz que não é nada contra os portugueses. Além de ladrão também é vigarista e aldrabão!” Exclamou o Malabosta, dono do estabelecimento, da parte de dentro do balcão enquanto tirava o café do Girafa das Trombadas.

“Ó Malabosta, dessa de cagar e ligar a ventoinha é que gostei.” E riram-se à gargalhada. Por via da chamada de atenção do Malaquias, que prosseguiu: “Oxalá é que a merda chegue a Timor e caia toda em cima do Xanana e dos compinchas. Só ministros eram 8. Merda para os 8 também.” E vá de rir.

A seguir a conversa estragou-se. Já havia alhos e bugados. Filhos desta e daquela. No mesmo rol foram enfiados Passos Coelho, Cavaco Silva, o Durão Barroso, o Portas e mais uns quantos associados aos partidos do chamado “arco da governação” (CDS-PSD-PS), que popularmente são conhecidos  por partidos do “arco da corrupção”.

Pronto. A seguir veio a conversa azeda demais. Sem graça para uns e engraçada para os que ficaram a participar. Cá por mim saí e partilho o que vi e ouvi, englobando de seguida a notícia da Lusa sobre o tema tão badalado no Café Malabosta, em Lisboa. Sem me dar ao trabalho de comentar as declarações de Xanana Gusmão porque, como às vezes se diz no Café do Malabosta,“quanto mais se fala e mexe na merda mais mal cheira”. (PG/AV)

"Entendam que não é nada contra os portugueses" - Xanana

Díli, 05 nov (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse hoje que não tem nada contra os portugueses nem contra Portugal e que a expulsão de funcionários internacionais, a maioria portugueses, visou defender o seu país.

"Não permitiremos que a nossa soberania seja violada. Entendam que não é nada contra Portugal, não é nada contra os portugueses que estão aqui e não só portugueses, porque não são só portugueses" visados na resolução, disse o primeiro-ministro timorense, em entrevista exclusiva à agência Lusa.

Xanana Gusmão garantiu também que não há "intenção nenhuma de esfriar as relações com Portugal" e lembrou que todos têm problemas e que às vezes é preciso tomar decisões.

"Só peço para reduzirem um bocado a emoção com que se expressam", disse.

"Posso aceitar que a surpresa que causámos foi elevada a uma dimensão maior do que queríamos, o nosso desejo foi só o de interromper o ambiente viciado em que nós perdemos dinheiro quando exigimos às companhias (petrolíferas) para nos pagar o que deduziram por fraude", salientou, pedindo a todos os portugueses para compreenderem que são questões de soberania e interesse nacional.

O Governo de Timor-Leste ordenou na segunda-feira a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano.

No dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução a determinar uma auditoria ao sistema judicial do país e a suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais "invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional".

"Tentámos sobretudo colocar os interesses da Nação em primeiro lugar e, se me permitem, [mando] um abraço a todos os portugueses", concluiu.

MSE // VM - Lusa


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