A
Terra Peregrin - Participações SGPS, da empresária angolana Isabel dos Santos,
está a oferecer mais de 1,21 mil milhões de euros pela totalidade das ações da
Portugal Telecom (PT) SGPS.
A
empresa detida totalmente por Isabel dos Santos anunciou hoje o lançamento de
uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a PT, oferecendo 1,35% por cada uma
das 896.512.500 ações da empresa.
Assim,
a contrapartida oferecida totaliza cerca de 1,21 mil milhões de euros.
As
ações da PT SGPS iniciaram a semana passada a avançar mais de 4% para os 1,361
euros na bolsa de Lisboa. Já na terça-feira, a empresa teve uma queda de 12,05%
para os 1,197 euros. Na quarta e na quinta-feira, a operadora teve ganhos de
3,17% para os 1,23 euros e de 1,21% para os 1,25 euros, respetivamente.
No
anúncio preliminar da oferta, a Terra Peregrin admite vir a retirar a PT SGPS
da bolsa caso passe a controlar, pelo menos, 90% da empresa.
No
documento, hoje divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
(CMVM), a empresa detida por Isabel dos Santos afirma que "tenciona manter
as grandes linhas estratégicas definidas" pelo Conselho de Administração
da PT, tal como "os objetivos inerentes aos acordos celebrados" entre
a PT e a brasileira Oi "e um conjunto de outras entidades com estas
relacionadas, no âmbito da combinação dos negócios" entre as duas
empresas, "embora sujeito a algumas alterações de calendário".
A
PT SGPS tem neste momento apenas como únicos ativos a posição de 25% na
operadora brasileira Oi e um crédito sobre a Rioforte, do Grupo Espírito Santo,
ligeiramente inferior a 900 milhões de euros.
A
05 de novembro, a ZOPT, que é detida em partes iguais pela Sonaecom e por
Isabel dos Santos, manifestou a disponibilidade para "integrar uma
solução" para a PT que promova "a defesa do interesse nacional".
Há
uma semana, o grupo francês Altice avançou com uma proposta de 7.025 milhões de
euros para a compra da PT Portugal, excluindo o negócio em África, a dívida da
Rioforte e veículos financeiros.
Lusa,
Notícias ao Minuto
Oi
diz que oferta de Isabel dos Santos sobre PT "é inoportuna"
A
operadora brasileira Oi considerou hoje "inoportuna" a Oferta Pública
de Aquisição lançada sobre a PT SGPS pela sociedade Terra Peregrin, de Isabel
dos Santos, e logo qualquer alteração dos termos previamente acordados nos
contratos definitivos celebrados em setembro.
"A
Diretoria [Comissão Executiva] da Oi considera inoportuna qualquer alteração
dos termos previamente acordados nos Contratos Definitivos celebrados com a PT
SGPS em 08 de setembro de 2014,
a respeito da permuta de títulos de emissão da RioForte
detidos por (empresas) controladas da Oi em troca de ações de emissão da Oi
detidas pela PT SGPS, além da outorga de opção de compra de um mesmo número de
ações à PT SGPS", lê-se num comunicado da Oi, hoje divulgado.
A
Oi considera que as alterações aos termos acordados, "já amplamente
divulgados ao mercado", "colidem com o que foi anunciado" e
"foram objeto de negociação específica entre a Oi e a PT SGPS",
adianta ainda o documento sobre "a manutenção dos termos da permuta e
opção de compra pactuados com a Portugal Telecom SGPS".
A
operadora brasileira "reafirma" ainda no comunicado, assinado pelo
presidente executivo em exercício e diretor de Finanças e de Relações com
Investidores, Bayard De Paoli Gontijo, o compromisso com os investidores e com
o mercado de "promover a migração da sua base acionária [acionista] para o
Novo Mercado da BM&FBovespa, através da incorporação de suas ações"
pela Telemar Participações (CorpCo).
A
Terra Peregrin -- Participações SGPS, da empresária angolana Isabel dos Santos,
anunciou no domingo à noite o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição
(OPA) sobre a PT SGPS, oferecendo mais de 1,21 mil milhões de euros pela
totalidade das ações da empresa portuguesa, ao preço de 1,35 euros por ação.
Para
que esta operação possa ser bem sucedida terá de haver uma desblindagem dos estatutos
da PT SGPS, tendo a Assembleia-Geral de Acionistas da empresa portuguesa de
aprovar a aquisição pela Terra Peregrin de uma participação superior a 10% do
capital social, "sem o estabelecimento de qualquer outro limite ou
condição", segundo o documento enviado ao mercado no domingo à noite.
De
acordo com os estatutos da PT SGPS, "os acionistas que exerçam, direta ou
indiretamente, atividade concorrente com atividade desenvolvida pelas
sociedades em relação de domínio com a Portugal Telecom SGPS não podem ser
titulares, sem prévia autorização da Assembleia-Geral, de ações ordinárias de
mais de 10% do capital social da sociedade".
A
oferta lançada pela empresa detida por Isabel dos Santos tem como objetivo ter
uma participação relevante na Oi e garantir a unidade do grupo PT, segundo o
porta-voz da empresária angolana.
"O
objetivo final é a aquisição de uma participação relevante, mas minoritária e
não de controlo, no capital da Oi, permitindo a manutenção da unidade do grupo
Portugal Telecom, reconhecendo e potenciando a capacidade tecnológica da
empresa, ao mesmo tempo que é reforçada a capacidade da Oi num momento crítico
do mercado de telecomunicações", explicou o porta-voz da empresária.
A
mesma fonte acrescentou que "não sendo uma oferta hostil", a empresa
de Isabel dos Santos irá "iniciar de imediato um conjunto de contactos com
as entidades relevantes", sabendo que esta iniciativa "pressupõe a
congregação de um conjunto de vontades".
Lusa
em Notícias ao Minuto
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