O
líder do PCP defendeu hoje que "a credibilidade das instituições não se
repõe com a saída de um ministro", concluindo que o Governo "não tem
condições para continuar" após o "problema político grave" dos
vistos 'gold'.
"Os
últimos acontecimentos à volta do processo dos vistos 'gold' mostram bem que
este Governo do PSD/CDS-PP não tem condições para continuar à frente dos
destinos do país", afirmou Jerónimo de Sousa num comício do partido
realizado no Palácio D. Manuel, em Évora.
O
secretário-geral comunista referia-se à investigação da Polícia Judiciária
sobre atribuição de vistos 'gold', no âmbito da qual foram detidas, na
quinta-feira, 11 pessoas suspeitas de corrupção, branqueamento de capitais,
tráfico de influência e peculato.
O
caso levou já à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo,
devido às suas relações de proximidade com alguns dos detidos.
Num
discurso de quase 30 minutos, o líder comunista comentou a nomeação de Anabela
Rodrigues para a Administração Interna, considerando que "um remendo novo
em pano velho não resulta em coisa nenhuma" e que "o problema
continua a subsistir".
Jerónimo
de Sousa realçou que os vistos 'gold' "são uma imagem de marca deste
Governo" e insistiu que "não é só o ministro [Miguel Macedo] que está
diminuído na sua autoridade e credibilidade", mas sim "o Governo no
seu todo".
"Não
venham com aquela de que estamos a confundir alhos com bugalhos. Este não é
apenas um problema da justiça e para a justiça resolver. É um problema político,
e grave, e a credibilidade das instituições não se repõe com a saída de um
ministro, mas com a demissão de todo o Governo", atirou.
O
secretário-geral do PCP referiu que a demissão do Governo é a "mais
imperiosa medida para desinfestar da praga das cumplicidades, dos negócios
obscuros e da corrupção que invadiu o todo do Estado".
"O
que é que é preciso que aconteça para o Presidente da República agir, demitir
este Governo e convocar eleições antecipadas", perguntou.
Exigindo
"respostas claras e não jogos de sombras", Jerónimo de Sousa
questionou, entre outros aspetos, "como foi possível o envolvimento ao
nível do topo das estruturas do Estado".
O
líder comunista criticou o que considerou ser "mais um Orçamento de Estado
de exploração que segue o mesmo rumo da política de austeridade severa e de
extorsão", enumerando a várias propostas de alteração ao documento
apresentadas pelo PCP.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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