quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Angola: POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO



Jornal de Angola, editorial

Angola é um país muito jovem e nasceu num ambiente de guerra. Graves convulsões sociais, políticas e económicas acompanharam os primeiros passos de uma Nação que nasceu da vontade indómita de um só povo liderado por uma vanguarda esclarecida, abnegada ,que nunca baixou os braços ante a adversidade.

O MPLA liderou, ao longo de décadas, combates épicos pela liberdade e a democracia. Em relação a outras organizações idênticas, africanas ou não, marcou a diferença ao optar pelo primado da política em todas as suas acções, mesmo durante a luta armada de libertação nacional.

Os militantes, desde a primeira hora, são políticos. E quando esgotaram todos os argumentos de conduzir Angola à Independência Nacional de uma forma pacífica, decidiram pegar em armas. Políticos obrigados a usar o argumento das armas contra a tirania, a ocupação estrangeira, o colonialismo que muitos teimam em ignorar ou fingir não perceber que foi o mais grave crime que alguma vez foi cometido contra a Humanidade.

Sim, as potências coloniais, todas sem excepção, carregam às costas esse fardo pesado. Protagonizaram um crime sem perdão: o colonialismo. E os militantes do MPLA, políticos empenhados, filhos dilectos do Povo Angolano, foram forçados a combatê-lo de armas na mão. No MPLA a política foi sempre o ponto de partida e de chegada em todas as acções, ao longo da sua existência. Os seus adversários raras vezes compreenderam esta realidade. Por isso, quando o Presidente Agostinho Neto, em Ndalatando, alguns meses antes da Independência Nacional, proclamou a Resistência Popular Generaliza, não compreenderam o alcance desse gesto. Muito menos compreenderam quando apontando em direcção ao Lucala, onde estavam as forças invasoras estrangeiras, avisou: “nós somos milhões e contra milhões ninguém combate”.

O Presidente Agostinho Neto estava a dizer ao mundo que a vanguarda política do Povo Angolano tinham mobilizado milhões de patriotas para o combate político na defesa da Pátria. E todos estavam dispostos a pegar em armas na sua defesa. O MPLA sempre foi uma organização que privilegiou o combate político. Na sua direcção, ao longo da sua existência, teve sempre políticos de dimensão fora de série. Só atinge tão elevado nível quem nasceu no seio do Povo Angolano e acredita nele e nas suas infinitas capacidades de amar a liberdade  e também lutar. Muitos ficaram pelo caminho. Mas muitos mais mantiveram aceso o facho, levaram a bandeira da liberdade até ao fim, assistiram ao momento único da proclamação da Independência Nacional. O MPLA, nesse momento, mostrava ao mundo que era capaz de todos os sacrifícios em defesa das suas bandeiras, dos seus valores, dos seus princípios e do seu programa de luta.

Fazer política é uma honra para qualquer cidadão consciente e que ama o seu Povo. A actividade política é de uma grandeza ímpar. Revela desprendimento, serviço público, solidariedade, vontade de servir o outro, sem olhar à sua origem ou cor partidária. Os políticos do MPLA sempre foram assim. Gostam da política porque gostam de estar ao serviço do Povo Angolano. O Congresso Extraordinário que hoje começa é mais uma etapa na vida da organização que ascendeu ao poder com o apoio da esmagadora maioria do Povo Angolano.

A política é uma arte de fazer amigos e aliados, mas também é um serviço público. Por isso, os delegados que hoje iniciaram os trabalhos do Congresso Extraordinário vão traçar estratégias que permitam executar políticas correctas de forma que sejam enfrentados com sucesso os grandes desafios do futuro. É isso que a sociedade espera de qualquer partido político que não adormeça durante toda uma legislatura e acorde apenas quando é preciso pedir o voto ao eleitorado. No congresso do MPLA, centenas de delegados vão fazer política pura. E para que o futuro registe tantas vitórias como o presente e o passado, vão apresentar propostas que revitalizem as estruturas partidárias e fortaleçam as acções do partido desde a direcção às organizações de base.

O líder do partido, José Eduardo dos Santos vai fazer um discurso que é aguardado pelos militantes mas também por todos os que amam Angola e querem que o Povo Angolano viva na paz, na prosperidade e na felicidade. As suas intervenções políticas têm o condão de traçar perspectivas e dar pistas que mostram como cada angolano pode e deve ajudar a percorrer com sucesso, o caminho que ainda falta percorrer para termos um grande país, onde todos têm uma vida digna.

José Eduardo dos Santos pôs sempre a política ao serviço dos angolanos. E assim conseguiu manter intacta a integridade territorial e a soberania nacional. Ninguém tem bandeiras políticas tão grandiosas. Por isso o veredicto popular, em sucessivas eleições, traduz-se em maiorias qualificadas.

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