O
ex-administrador do BES Manuel Fernando Espírito Santo Silva disse, esta
terça-feira, que o contabilista da Espírito Santo International (ESI),
Francisco Machado da Cruz, sabia de "muita coisa", demarcando-se dos
problemas de ocultação de contas na ESI.
"Ele
tratava das contas, por isso ele sabia de muita coisa", declarou o antigo
administrador do BES e "chairman" da Rioforte na comissão parlamentar
de inquérito à gestão do BES e do GES, onde está a ser ouvido desde as 09.00
horas.
"O
dr. Machado da Cruz é uma pessoa que conheço e por quem tinha admiração",
prosseguiu, reconhecendo problemas em março de 2014 aquando do pedido de gestão
controlada da ESI: "Houve um historial que foi perdido", disse,
referindo-se a documentação e informação que se terá perdido com
responsabilidades do contabilista.
Manuel
Fernando Espírito Santo Silva era presidente não executivo da Rioforte, a
"holding" de topo da área não financeira do GES, e está a ser ouvido
no parlamento na 15.ª audição da comissão de inquérito à gestão do BES e do
GES.
Por
seu turno, o contabilista responsável pelas contas da Espírito Santo
International (ESI), Francisco Machado da Cruz, contactou na semana passada o
presidente da comissão de inquérito do BES a mostrar "inteira
disponibilidade" para ser ouvido no parlamento.
Negrão
acrescentou ainda que será marcada a audição de Francisco Machado da Cruz -
que, foi-lhe dito, "tem estado fora do país" - numa reunião de
coordenadores dos diferentes partidos.
A
comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que
pode eventualmente ser alargado.
Os
trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o
papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades
integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados
pelo BES para financiar essas entidades".
A
3 de agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a
apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a
separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que
mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim
como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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