O
Presidente cubano, Raul Castro, manifestou hoje o seu repúdio pelas sanções
económicas impostas pelos Estados Unidos à Venezuela e o seu apoio ao Governo
de Nicolás Maduro, perante as tentativas de ingerência norte-americana.
Castro
lembrou as "relações especiais" que Cuba mantém com a Venezuela.
"Repudiamos
a pretensão de impor sanções a essa nação irmã", disse Raul Castro no
discurso de encerramento da Assembleia Nacional, hoje, em Havana, citado pela
agência espanhola Efe.
Na
passada quinta-feira, um dia depois de ter anunciado o restabelecimento das
relações diplomáticas com Cuba, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
promulgou as sanções aprovadas pelo Congresso contra responsáveis por violação
dos direitos humanos na Venezuela.
Hoje
em Havana, Raul Castro advertiu que a luta para acabar com o bloqueio dos
Estados Unidos será "longa e difícil" e necessitará do apoio da
comunidade internacional e da sociedade norte-americana.
No
fecho da Assembleia Nacional, Raul Castro salientou que a decisão de
restabelecer relações diplomáticas com os Estados Unidos foi um "passo
importante", mas adiantou que falta resolver o essencial, o fim do
bloqueio.
Apesar
do restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos, e apesar de
disposto a discutir sobre todos os assuntos em "igualdade" e
"reciprocidade", Raul Castro advertiu que Cuba não renunciará ao
sistema político socialista.
"Da
mesma forma que nunca propusemos aos Estados Unidos para que mudem o seu
sistema político, exigimos respeito em relação ao nosso", disse Raul
Castro.
Em
relação ao congresso - o VII Congresso do Partido Comunista Cubano (PCC),
marcado hoje para abril de 2016 - Castro disse que antes desse momento, haverá
um "amplo e democrático" debate com os militantes comunistas e com o
povo cubano sobre a situação do plano de atualização económica do país.
O
último congresso do PCC foi em abril de 2011, quando Raul Castro foi escolhido
como primeiro secretário da organização, em substituição do seu irmão Fidel,
retirado do poder desde 2006.
Foi
nessa data que o partido aprovou o plano para a "atualização" do
modelo económico do país, iniciada durante a governação de Raul Castro.
Hoje,
Raul Castro anunciou também que assistirá à próxima Cimeira das Américas, a
realizar em abril no Panamá. "Confirmo que assistirei, para expressar as
nossas posições com sinceridade e respeito para com todos os chefes de Estado e
de Governo sem exceção", afiançou.
O
discurso de Raul Castro, no encerramento da sessão semestral da Assembleia
Nacional, aconteceu um dia depois de aquele órgão ter ratificado, por
unanimidade, o anúncio desta semana entre Cuba e os Estados Unidos, de
restabelecimento de relações diplomáticas, após de mais de 50 anos de costas
voltadas.
Lusa,
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