sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

PROFESSORES PARA TIMOR. QUERERÃO OS TIMORENSES APRENDER PORTUGUÊS?




Mais professores para Timor-Leste, centena e meia. Positivo. Positivo? Os timorenses aprendem português depois dos ocupantes e ditadores indonésios terem proibido o português naquele país. Já lá vão doze anos ou mais que os professores portugueses vão para Timor-Leste ensinar o idioma luso mas isso não corresponde de jeito nenhum a um número considerável de timorenses jovens saberem falar português ou exprimirem-se pela escrita em português. Prevalece o tétum, língua nacional e o inglês. Inglês mal falado mas… inglês. Pouco esforço se vê para falar em português. Da escrita é melhor nem falar. A comunicação é em tétum. Jornal online em português nem há. Tal qual a recém admitida na CPLP Guiné Equatorial. 

Em Timor-Leste quase sempre os de mais idade, dos tempos coloniais, se expressam em português. Tantos professores nesta dúzia de anos e tão poucos bons resultados. Haverá realmente uma rejeição por parte dos timorenses à língua portuguesa? Seria aconselhável proceder a uma consulta à população. Um referendo. Em democracia devem ser os timorenses quem põe e dispõe. Aparentemente a rejeição à língua lusa é um facto e isso constata-se no terreno e nas provas dadas pelos que teoricamente já aprenderam português nestes doze anos mas que não o utilizam ou mal o sabem. Será que na generalidade os timorenses querem mesmo aprender português? 

Beatriz Gamboa - Redação PG

Protocolo prevê envio de 150 professores portugueses para Timor-Leste

Lisboa, 02 jan (Lusa) -- O protocolo assinado hoje entre Portugal e Timor-Leste na área da educação prevê o envio de 150 professores portugueses integrados no projeto dos centros de aprendizagem e formação escolar, abrangendo mais de 3.500 alunos timorenses.

O protocolo assinado hoje em Lisboa pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e pelo homólogo timorense, Bendito dos Santos Freitas, vai fazer aumentar para 300 o número total de professores portugueses em Timor-Leste, nas várias áreas.

"Em 2015 estamos a falar em 150 professores. Nós já temos cerca de uma centena de professores na Escola Portuguesa. Em 2015 teremos estes 150 professores nestes centros de aprendizagem e temos ainda outras formas de cooperação: tanto na universidade como na formação de professores por via do Instituto Camões", sublinhou Nuno Crato, após a assinatura do protocolo no Ministério da Educação, em Lisboa.

Segundo o Ministério da Educação e Ciência, com o acordo, é reforçada a vertente de formação de docentes timorenses, estando previstas várias modalidades de apoio à formação: períodos de estágio integrado na formação inicial, períodos de formação complementar - após conclusão da formação inicial -, bem como ações de capacitação pontuais em matéria de formação de professores e de quadros da administração e gestão escolar timorenses.

Segundo o Ministério da Educação e Ciência, em 2011 e 2012, o projeto das "Escolas de Referência de Timor-Leste" sofreu um "impulso significativo".

As 11 Escolas encontram-se atualmente sediadas em 11 capitais de distrito - Bacau, Same, Maliana, Oecusse, Ermera, Aileu, Liquiça, Lospalos, Suai, Dili e Manatauto -- e abrangem mais de 3.500 alunos timorenses.

O projeto prevê agora a abertura, durante o presente ano letivo, de novas escolas em Viqueque e Ainaro fazendo com que todos os distritos do país fiquem dotados de centros de aprendizagem e formação escolar.

De acordo com Nuno Crato, os professores portugueses manifestam "grande interesse" em cooperar com Timor-Leste porque, afirmou, a experiência é muito enriquecedora, estando já em curso o processo de recrutamento.

"É outro ambiente, são outros jovens, são outras escolas, são outras condições, é outro clima, é outra cultura mas ao mesmo tempo uma cultura muito perto da nossa", disse Crato, referindo-se ao interesse dos docentes portugueses na cooperação em Timor-Leste.

PSP // VM
  
Ministro timorense diz que cooperação na área da Educação é "o exemplo"

Lisboa, 02 jan (Lusa) -- O ministro da Educação de Timor-Leste disse hoje que a cooperação portuguesa na área do ensino é "o exemplo" das ligações entre os dois países quando questionado sobre a expulsão de sete portugueses que estavam integrados no quadro da cooperação judicial.

Portugal e Timor Leste assinaram hoje em Lisboa um acordo de cooperação relativo à implementação e funcionamento do projeto dos centros de aprendizagem e formação escolar prevendo o envio de 150 professores portugueses que vai fazer aumentar para 300 o número total de docentes portugueses no país em 2015 e a abertura de dois novos estabelecimentos de ensino: em Viqueque e Ainaro.

Questionado pelos jornalistas sobre eventuais garantias por parte do Governo timorense sobre a política de cooperação com Portugal, tomando em conta a recente crise no sistema judicial de Timor-Leste que levou à expulsão de oito estrangeiros, incluindo sete funcionários judiciais portugueses, Bendito dos Santos Freitas limitou-se a dizer que o setor do ensino é o "exemplo".

"Eu creio que a cooperação portuguesa na área da educação é o exemplo. É um modelo em Timor-Leste. Nós estamos a avançar com passos muito seguros, a cooperação está muito sólida e esperemos que o acordo que nós temos fortaleça este espírito da cooperação. Não vejo dificuldades em relação ao Ministério da Educação", afirmou o ministro da Educação timorense.

Bendito dos Santos Freitas disse ainda que Ministério da Educação de Timor Leste deve ser o ministério que tem mais cooperantes portugueses, quando questionado sobre a expulsão dos juízes portugueses.

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, disse que todos os problemas têm sido resolvidos e fala de "cooperação exemplar".

"A nossa cooperação educativa tem funcionado com grande confiança, com grande diálogo entre as partes. Nós temos falado sempre sobre a resolução de todos os problemas e todos os problemas que existem têm sido ultrapassados e a nossa cooperação tem sido exemplar. Da minha parte é isso o que eu posso dizer", disse Nuno Crato, quando questionado sobre o estado da cooperação com Timor-Leste.

O Governo de Timor-Leste ordenou no dia 03 de novembro de 2014 a expulsão, no prazo de 48 horas, de oito funcionários judiciais, sete portugueses e um cabo-verdiano.

No último dia 24 de outubro, o parlamento timorense tinha aprovado uma resolução a suspender os contratos com funcionários judiciais internacionais "invocando motivos de força maior e a necessidade de proteger de forma intransigente o interesse nacional" e outra a determinar uma auditoria ao sistema judicial do país.

PSP // VM

*Título PG

1 comentário:

Anónimo disse...

Falta o «elephant in the room»- o indonésio. Há mais timorenses a falar indonésio do que inglês ou português.E igualmente mal falado (mas facilmente aprendido com as Tv's; a Indonésia não precisa de enviar professores, basta apontar antenas e corromper os 'empresários' timorenses).

Discordo com um referendo. O português iria ser naturalmente rejeitado e a integração na Indonésia informalmente consumada.

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