Ainda não há proposta formal para remodelação do executivo timorense - coligação Governo

Díli, 3 fev (Lusa) - O porta-voz da coligação que apoia o executivo timorense garantiu hoje que ainda não foi apresentado qualquer documento oficial, de demissão, reestruturação ou remodelação do Governo, insistindo que "ainda estão a decorrer conversas".

"Até a data ainda não. O senhor presidente da República e nós da coligação ainda não vimos coisas formais", disse Fernando La Sama de Araújo.

La Sama de Araújo, que é atualmente vice-primeiro-ministro coordenador dos Assuntos Sociais é líder do Partido Democrático (PD) - o segundo dos três partidos da coligação, formada também pelo CNRT (do atual primeiro-ministro Xanana Gusmão) e pela Frente Mudança (do ministro dos Negócios Estrangeiros, José Luis Guterres).

Uma delegação dos três partidos reuniu-se hoje com o presidente da República, Taur Matan Ruak, que anunciou consultas presidenciais sobre a reestruturação do Governo, na segunda-feira, após um encontro com Xanana Gusmão.

Além de La Sama integravam a delegação os ministros da Justiça, Dionísio Babo e do Turismo, Francisco Kalbuadi Lay (ambos do CNRT), o ministro da Agricultura e Pescas, Mariano Sabino (PD) e os ministros dos Negócios Estrangeiros, José Luis Guterres e da Administração Estatal, Jorge Teme (ambos da Frente Mudança).

Questionado pela Lusa sobre se o atual primeiro-ministro, Xanana Gusmão se demitiu ou sobre detalhes da composição do futuro executivo, La Sama mostrou-se evasivo, remetendo declarações para o chefe de Governo.

"O senhor presidente chamou-nos para ouvir a nossa opinião. Depois o primeiro-ministro é que vai anunciar e vai falar ao público sobre esta situação", disse.

Sobre quando se pode esperar uma decisão sobre o novo executivo, La Sama foi igualmente vago: "amanhã, ou depois de amanhã ou não próxima semana".

"Há coisas que necessitamos de conversar", disse, explicando que falava em nome da coligação.

Apesar disso considerou que independentemente das alterações que possam ocorrer no executivo, a agenda de desenvolvimento vai continuar.

"Seja o V ou o VI Governo, será a continuação da implementação dos planos de desenvolvimento aprovados no parlamento", disse.

Questionado pela Lusa sobre se o seu partido aceitaria ter como sucessor de Xanana Gusmão o membro do Comité Central da Fretilin Rui Araújo - um dos nomes mais apontados como possível futuro primeiro-ministro (caso a demissão de Xanana Gusmão se concretize) - La Sama insistiu que a coligação de Governo se mantém.

"Ainda estamos a pensar. A coligação ainda existe. Estamos a falar, a discutir dentro desta realidade, deste princípio, de que a coligação ainda existe", afirmou.

As consultas presidenciais de Taur Matan Ruak continuam na manhã de quarta-feira quando está prevista uma reunião com uma delegação da Fretilin (maior partido da oposição e segunda força política mais votada, atrás do CNRT).

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