Macau,
China, 24 fev (Lusa) - A construtora de Macau Ho Chun Kei pede 1 milhão de
patacas (110 mil euros) de indemnização aos ativistas Jason Chao e Bill Chou
devido ao que considera ser um caso de difamação, revelou um dos visados.
Em
causa estão acusações de eventuais benefícios para a empresa num caso de
desenvolvimento de terrenos.
A
queixa-crime foi apresentada em setembro de 2014, tendo agora os ativistas sido
informados que a empresa pede uma indemnização no valor de 1 milhão de patacas.
Segundo Jason Chao, o caso está neste momento a ser analisado pelo Tribunal de
Instrução.
Não
foi possível obter uma confirmação do valor da compensação por parte da Ho Chun
Kei, apesar de o advogado da construtora, João Nogueira Marques, ter
confirmado, em setembro, a apresentação da queixa junto do Ministério Público.
O
caso encontra-se em segredo de justiça, pelo que os seus contornos nunca foram
divulgados, mas os ativistas acreditam que a acusação está relacionada com o
conteúdo de uma conferência de imprensa organizada em janeiro de 2014 pela
Associação Novo Macau, de que Jason Chao era presidente na altura.
Em
causa estava o plano de reordenamento da zona norte da Taipa, um projeto
apresentado pelo Governo dois meses antes de entrar em vigor a nova lei de
planeamento urbanístico de Macau.
"Acham
que as notícias [que saíram na altura] foram prejudiciais para os acionistas,
mas temos confiança na informação, usámos informação pública", disse Jason
Chao à agência Lusa em setembro de 2014.
A
associação acreditava que este plano tinha sido feito de modo a beneficiar
determinados promotores imobiliários, próximos do Governo, dizendo mesmo que
"há concluiu entre o Governo e os magnatas".
A
Novo Macau chamou a atenção, em particular, para duas parcelas que dizia não
estarem registadas como privadas junto da Conservatória de Registo Predial,
levando ao entendimento de que o terreno estava sob gestão pública. No entanto,
no local, estavam afixados cartazes de duas empresas, a Luen Kong e a
construtora Ho Chun Kei.
Em
esclarecimentos à imprensa, a Direção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e
Transportes garantiu que os terrenos eram privados.
No
encontro com os jornalistas, Jason Chao disse encarar o envolvimento da Ho Chun
Kei com estes terrenos como uma prova de que "o Governo está a fazer um
plano feito à medida para beneficiar os seus amigos, que são promotores
imobiliários".
ISG//
APN
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