Tiago
Mota Saraiva – jornal i, opinião
Na
passada quarta-feira, o "Jornal de Negócios" publicou uma notícia na
qual Maxime Sbaihi, economista da Bloomberg, demonstrava que o país mais
prejudicado por uma declaração de não pagamento da dívida grega seria:
Alemmmm... Portugal. Segundo a notícia, Portugal terá participado nos planos da
troika com 5,5 mil milhões de euros, o que corresponde a 3,2% do PIB, fazendo
do nosso país a economia mais exposta à dívida grega. Curiosamente, a seguir ao
nosso país, seguem- -se os improváveis Chipre (2,8%), Eslovénia, Malta e Espanha
(todos com cerca de 2,5%).
Estes
dados permitem-nos concluir que os países mais expostos à dívida grega são os
que estão sob o jugo da austeridade, como se prova também por isto, uma
política que não salva mas aprofunda a dependência dos países que a praticam.
Se antes da entrada da troika na Grécia se sabia que a banca alemã era quem
estava mais exposta à dívida grega, num par de anos de Merkel-Passos, Portugal
tomou esse lugar.
Perante
a irredutibilidade da Alemanha e da UE em renegociar a dívida grega (em
oposição à disponibilidade do FMI) e após o sinal político do Syriza ao fazer
um acordo de governo com uma força política de direita radical mas que lhe dá
garantias de não se opor a uma saída do euro, a declaração de não pagamento
parece cada vez mais provável.
A
decisão do povo grego é legítima e democrática. O governo grego tem um mandato
popular que exige a recuperação dos instrumentos de soberania e a abertura de
um processo de restruturação da dívida. Trata-se do cumprimento do programa
eleitoral, algo que para os jihadistas da austeridade é um conto de crianças.
Portugal,
com um governo que vende, amesquinha e ridiculariza o país, continuará a cavar
um buraco cada vez mais fundo.
Escreve
à segunda-feira
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