A corrupção tem vindo a aumentar até à atualidade |
Díli,
24 fev (Lusa) - O chefe do Governo timorense considerou hoje que Timor-Leste
tem leis suficientemente fortes para lidar com a corrupção e as irregularidades
no setor público, considerando que falta é uma "forte implementação da
lei".
"A
estratégia mais importante contra a corrupção é a lei. Na gestão das despesas
públicas, no processo de aprovisionamento, há regras. Temos que as cumprir. E,
se houver irregularidades, investigar e aplicar a lei", disse Rui Maria
Araújo.
"Não
concordo com essas opiniões de que as leis não são fortes. A lei é suficiente.
A implementação da lei é que não é forte. Há uma grande sensação de impunidade
na sociedade", afirmou.
Rui
Maria Araújo foi o convidado da terceira edição do programa de debate
"Talk Show Ita Nia Governo", da Rádio e Televisão de Timor-Leste
(RTTL), gravado no auditório do Arquivo e Museu da Resistência Timorense em
Díli e moderado por Rui Viana, da Secretaria de Estado da Comunicação Social.
Questionado
sobre vários aspetos da sua estratégia de governação, Rui Araújo disse que, no
combate à corrupção, o executivo vai simplesmente "aplicar as leis".
O
primeiro-ministro disse que depois da violência de 1999 e da independência, o
país viveu um processo positivo de perdão e reconciliação, muitas vezes através
de cerimónias tradicionais.
Ainda
que isso tenha sido útil, desde aí deixou "uma impressão de
impunidade" que não pode continuar.
Rui
Araújo pediu a toda a sociedade - população, funcionários públicos e titulares
de órgãos de Estado - que cumpram a sua responsabilidade nesta matéria
"relatando factos às autoridades judiciais quando houver indícios, sinais
de irregularidade".
"Precisamos
de cortar este ciclo. De travar alegações de que servidores públicos cobram por
serviços que têm que prestar à comunidade. Se não se denúncia, continuam essas
práticas", afirmou.
A
nível das finanças públicas, Rui Araújo recordou que há uma
"responsabilidade política, administrativa e criminal" associada aos gastos,
sendo que os servidores do Estado têm "uma responsabilidade
adicional".
A
primeira edição do debate que hoje decorreu foi dedicada à polémica lei da
comunicação social, a segunda à reestruturação do Governo e a terceira
pretendia, com a entrevista ao primeiro-ministro, dar a conhecer as prioridades
e objetivos do VI Governo.
Fernando
La Sama de
Araújo, ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos Sociais e ministro da
Educação, e Nélio Isaac, secretário de Estado da Comunicação Social, estiveram
entre os que acompanharam a gravação do programa.
Desde
que tomou posse, há uma semana, Rui Maria Araújo tem levado a cabo várias
iniciativas, incluindo visitas surpresa a Ministérios e departamentos
governamentais, mensagens para a população pela sua página no Facebook e até a
apresentação da sua declaração de bens.
Numa
mensagem recente no Facebook confirmou que o Governo tenciona aprovar o seu
Programa de Governo no próximo dia 16 de março.
ASP
// JPS
1 comentário:
Parece que finalmente Timor-Leste tem um 1º Ministro com vontade de dar uma volta no panorama político, mas será que o vão deixar na luta desigual que é combater a corrupção e as suas raízes? Gostaria de o ver bem sucedido!
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