Verdade
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40 dias após a tomada de posse como Presidente da República, Filipe Nyusi
deslocou-se a Nampula, tendo sido recebido por membros do governo provincial,
da Organização da Mulher Moçambicana (OMM), da Organização da Juventude
Moçambicana (OJM), líderes comunitários e um punhado de curiosos. Em Nampula, o
Chefe de Estado não falou com o povo, limitando-se apenas a ouvir informações
de que já sabia sobre a devastação de centenas casas, salas de aula e culturas
alimentares causada pelas enxurradas e a situação da cólera que já provocou
pelo menos seis óbitos.
O
estadista moçambicano desembarcou no Aeroporto Internacional de Nampula por
volta das 16h40, nesta quarta-feira (25), num avião com a referência ZS-ECB,
acompanhado de alguns membros do Conselho de Ministros.
No
local, centenas de membros e simpatizantes do partido Frelimo, com destaque
para os veteranos da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN), os membros da OMM,
OJM e os Continuadores de Moçambique, acorreram no aeroporto para receber o
mais alto dirigente da nação moçambicana, numa cerimónia caracterizada por
fraca participação popular.
Nyusi
dirigiu-se à Imprensa, não mais de cinco minutos, e disse que a sua visita à
província de Nampula visa, essencialmente, inteirar-se da situação das calamidades
naturais no terreno e solidarizar-se com as vítimas, para a definição das
prioridades que possam contribuir para uma rápida reconstrução do país. O PR
apelou aos moçambicanos para o reforço das medidas de monitoria e mitigação dos
efeitos das calamidades naturais.
Após
falar aos órgãos de informação, Filipe Nyusi fez-se ao edifício do Governo
Provincial de Nampula, onde dirigiu a sessão extraordinária do executivo de
Nampula, alargada a outros quadros e membros seniores do partido Frelimo.
O
Chefe de Estado enalteceu o esforço do governo de Nampula e de todas as forças
vivas da sociedade na mitigação das calamidades, o que fez com que não fosse
criado qualquer centro de reassentamento em toda a província.
Situação
de calamidades naturais
Dados
relativos às calamidades naturais fornecidos pelo governador daquela província,
Víctor Borges, referentes ao período de Outubro de 2014 a 24 de Fevereiro em
curso, apontam para 18 óbitos, sendo cinco por queda de muro de vedação, seis
por descargas eléctricas, quatro por queda de paredes das casas e dois por
terem sido arrastados pelas águas, para além de 18 feridos.
De
acordo com Borges, 73.300 pessoas encontram-se afectadas, de num universo de
14.700 famílias. As enxurradas provocaram, ainda, a destruição de 12.200 casas,
472 salas de aulas, das quais 161 de construção convencional, para além de
extensas áreas de culturas alimentares e de rendimento.
Antes
de Nampula, o Presidente da República esteve na vizinha província da Zambézia
onde visitou algumas famílias afectadas pelas cheias que, presentemente, vivem
nos centros de reassentamento aos quais transmitiu mensagens de solidariedade e
orientou uma sessão do governo da província, no distinto de Mocuba, um dos mais
afectados pelas enxurradas.
Em
Nampula, o Presidente da República informou-se da situação de cólera que desde
o mês de Dezembro assola os distritos de Meconta, Lalaua, Murrupula, Mecubúri e
a cidade de Nampula, com um cumulativo de 1.106 casos com seis óbitos.
As
razões da eclosão daquela enfermidade estão relacionadas com o deficiente
sistema de saneamento do meio ambiente, condições precárias de higiene
colectiva e individual, acesso limitado de água em quantidade e qualidade,
entre outras.
Em
resposta, o PR diz estar preocupado com a situação, sobretudo nas províncias de
Nampula, Tete e Niassa que, ciclicamente, sofrem os efeitos daquela doença. O
estadista moçambicano apelou as autoridades governamentais locais no sentido de
acelerarem as medidas de controlo, sustentando que, “ temos que sentir vergonha
de termos cólera”.
Refira-se
que, esta quinta-feira (26), Filipe Nyusi deverá deslocar ao bairro de
Muahivire-Expansão para se solidarizar com as famílias, cujas habitações foram
destruídas pelas últimas chuvas, rumando, em seguida, para a cidade de Nacala-Porto
com o mesmo propósito, e não se faz dirigir ao povo num comício popular.
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