MAIS UM CASO DE VIOLÊNCIA POLICIAL QUE NÃO PODE FICAR IMPUNE
Na
passada 5ª feira, 5 de Fevereiro, uma brigada policial fez uma pretensa
rusga na Cova da Moura, numa pura demonstração de força e intimidação da população, tal como
muitas vezes tem acontecido em muitos bairros do país. A certa altura,
abordaram de forma provocatória um grupo de jovens do bairro, revistando-os e
abusando-os verbalmente à espera de alguma forma de resposta violenta. Como não
a obtiveram, os polícias começaram a agredir brutalmente um dos jovens, apesar
de este não estar a oferecer qualquer resistência.
Seguiram-se
disparos, incluindo sobre outros habitantes que entretanto tinham ido ver o que
se passava e que puderam testemunhar todo o episódio. Uma voluntária da Associação
Moinho da Juventude foi atingida na perna e na nádega. O jovem, a sangrar, foi
algemado e levado para a esquadra de Alfragide. Aí, os polícias juntaram-se
para o agredir com cassetetes e pontapés, ao mesmo tempo que o insultavam. Só
seria libertado no dia seguinte, depois de o terem acusado de apedrejar a
carrinha da polícia, uma acusacão impossível, já que ele na altura estava a ser
revistado.
Um
grupo de pessoas, entre os quais dois dirigentes do Moinho, decidiu dirigir-se
à esquadra para exigir a libertação dele. Apesar da abordagem pacífica deles à
entrada da esquadra, foram logo insultados e baleados e depois, dentro da
esquadra, foram algemados, violentamente agredidos e ameaçados de morte. Cinco
deles foram detidos e levados pela polícia para a esquadra da Damaia e depois
para um hospital, devido aos ferimentos que tinham sofrido. A polícia e a
comunicação social tentou apresentar o que se passou este episódio como sendo
um gang a invadir a esquadra.
Este
é mais um dos muitos casos de provocação e violência policial que alastram em
particular nos bairros negros das periferias e que não podem ficar sem
resposta. A cada dia que passa, a polícia provoca, invade, agride, insulta e
prende ilegalmente sobretudo jovens de etnias que o sistema considera
inferiores, através dos seus agentes nas forças de repressão, nas quais se
expandem cada vez mais, com encorajamento oficial e com total impunidade,
sentimentos de ódio racista.
Isto
não acontece por acaso, acontece numa altura em que a crise do sistema impõe
condições de vida cada vez mais horrendas e desumanizadoras aos sectores mais
explorados e oprimidos da sociedade, com particular destaque para os
descendentes de africanos, que são empurrados para o desemprego
(esmagadoramente os jovens) e para uma vida em bairros onde lhes são negadas as
mais elementares condições de sobrevivência. Este sistema não tem nada para
lhes oferecer e pretende esmagar-lhes os horizontes.
Isto
está a acontecer em todo o mundo dito avançado, em toda a Europa e nos EUA
(onde chega a limites extremos, como os assassinatos endémicos de
afro-americanos e latinos que geraram a recente grande onda de protestos e
indignação). O objectivo é impor um brutal sistema de medo permanente que impeça
os jovens de se revoltarem, sob qualquer forma, desde as mais erradas às mais
avançadas, contra uma vida sem perspectivas e para mudar a sociedade. O
objectivo é dividir, colocar brancos e negros uns contra os outros e entre eles
mesmos, fazer com que cada um lute por “privilégios” neste sistema, numa luta
do “nós”contra “eles”, do “eu” acima dos “outros”, numa guerra pela sua “fatia”
da opressão. São objectivos em que estão empenhados todos os órgãos deste
brutal sistema, desde a polícia à comunicação social, passando por todos os
órgãos deste estado opressor.
É
necessário lutar contra esta repressão e opressão e acabar com a lógica
divisora deste sistema, com esta forma de pensar e de agir. É necessário
enfrentar a realidade e pensar que não é apenas uma questão de mudar de
mentalidade, mas sim de mudar as bases opressoras desta sociedade. Denunciar
todos estes casos e lutar lado a lado para mudar tudo isto, lutar por uma
sociedade em que não haja estas divisões e que crie as condições para as
pessoas viverem a sua criatividade e em condições humanas.
Temos de lutar e resistir. Lutar pelos que foram agredidos, presos e desumanizados neste caso. Lutar e resistir para denunciar todos estes casos, lutar e resistir contra a criminalização de todo um grupo étnico, contra as detenções, os ataques e o terror policial. Lutar por ligar todas as lutas contra este sistema, que são parte da mesma luta. E lutar e resistir para construir uma sociedade melhor. Isto é possível e é cada vez mais necessário.
As provocações e a violência policial têm de acabar!
Punição exemplar de todos os polícias envolvidos!
Organiza-te contra a violência policial e o racismo!
Participa nas acções de protesto!
Basta!
Concentração contra a violência policial e contra o racismo 12 de Fevereiro de 2015, pelas 17 horas Frente ao Parlamento.
Colectivo Mumia Abu-Jamal
facebook.com/pages/Colectivo-MUMIA-Abu-Jamal/361860907279943
Temos de lutar e resistir. Lutar pelos que foram agredidos, presos e desumanizados neste caso. Lutar e resistir para denunciar todos estes casos, lutar e resistir contra a criminalização de todo um grupo étnico, contra as detenções, os ataques e o terror policial. Lutar por ligar todas as lutas contra este sistema, que são parte da mesma luta. E lutar e resistir para construir uma sociedade melhor. Isto é possível e é cada vez mais necessário.
As provocações e a violência policial têm de acabar!
Punição exemplar de todos os polícias envolvidos!
Organiza-te contra a violência policial e o racismo!
Participa nas acções de protesto!
Basta!
Concentração contra a violência policial e contra o racismo 12 de Fevereiro de 2015, pelas 17 horas Frente ao Parlamento.
Colectivo Mumia Abu-Jamal
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A
Chispa!
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