As
mortes provocadas pelas cheias em Moçambique subiram para 159, sendo a Zambézia
a província mais atingida. A agricultura está a enfrentar grandes prejuízos com
as inundações provocadas por chuvas torrenciais.
O
número de mortes provocadas pelas cheias em Moçambique subiu para 159. A
província mais atingida é a Zambézia, no centro, com 134 mortes, enquanto 125
mil pessoas foram afetadas, segundo o mais recente balanço do Instituto
Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
A agricultura também está a sofrer com as inundações e segundo as autoridades o distrito de Mocuba, na Zambézia, necessita de cinco toneladas de sementes para repor as culturas devastadas pelas fortes enxurradas.
"As chuvas torrenciais devastaram tudo o que havia nos campos agrícolas das populaçõesem
Mocuba. Muitas culturas que estavam em fase de plantação
ficaram totalmente destruídas por causa das cheias", disse à DW uma fonte
dos serviços de agricultura naquela província moçambicana atingida por fortes
chuvas desde 12 de janeiro passado.
É urgente uma intervenção do Governo central
A agricultura também está a sofrer com as inundações e segundo as autoridades o distrito de Mocuba, na Zambézia, necessita de cinco toneladas de sementes para repor as culturas devastadas pelas fortes enxurradas.
"As chuvas torrenciais devastaram tudo o que havia nos campos agrícolas das populações
É urgente uma intervenção do Governo central
Muitas
pessoas residentes nos distritos da província central da Zambézia irão
enfrentar a fome nos próximos tempos, caso não haja uma intervenção do Governo
e de outras organizações humanitárias que possam doar comida neste momento e
depois das cheias. O alerta é feito pela administradora de Mocuba, Angela
Mauai.
“Temos
reassentadas aqui 1.588 famílias e do outro lado temos 344 famílias. Em termos
de áreas agrícolas perdemos 1.600 hectares e neste momento estamos a mobilizar
recursos em termos de sementes para as famílias fazerem a segunda sementeira.
Calculamos em mais de cinco toneladas de milho e outras culturas, mas a verdade
é que para essas sementes já pedimos apoios às organizações não governamentais
(ong), a direção provincial da agicultura e outros serviços”.
Além da produção agrícola, as chuvas, que assolam o centro e o norte do país desde 12 de janeiro, também estão a afetar a área do comércio. Com a destruição de várias vias de acesso e do corte de energia, os preços de produtos alimentares básicos na região subiram de forma exorbitante.
Além da produção agrícola, as chuvas, que assolam o centro e o norte do país desde 12 de janeiro, também estão a afetar a área do comércio. Com a destruição de várias vias de acesso e do corte de energia, os preços de produtos alimentares básicos na região subiram de forma exorbitante.
Preços
dos produtos básicos aumentam devido às inundações
Por exemplo, um quilo de feijão manteiga, que antes custava 30 meticais, o equivalente a cerca de 77 cêntimos de euro, atualmente já custa 48 meticais, cerca de um euro e vinte e quatro cêntimos. O preço de um saco de 25 quilos de farinha de milho, anteriormente a 450 meticais (11 euros) vale agora mil (mais de 25 euros). O frango, que era comercializado a 120 meticais (três euros) agora está a 180 meticais (cerca de quatro euros).
Por exemplo, um quilo de feijão manteiga, que antes custava 30 meticais, o equivalente a cerca de 77 cêntimos de euro, atualmente já custa 48 meticais, cerca de um euro e vinte e quatro cêntimos. O preço de um saco de 25 quilos de farinha de milho, anteriormente a 450 meticais (11 euros) vale agora mil (mais de 25 euros). O frango, que era comercializado a 120 meticais (três euros) agora está a 180 meticais (cerca de quatro euros).
Vários
munícipes na cidade de Quelimane dizem que o agravamento dos preços dos
produtos de primeira necessidade não tem a ver unicamente com a destruição das
vias de acesso pelas águas. Também resulta da fragilidade da inspeção das
autoridades do Governo que velam por esta área.
“A
população está a sofrer muito com esta situação. Fazemos o trabalho nas
“machambas” e quando a chuva cai provoca enchentes e tudo fica destruído. Uma
grande parte da cultura vai nas enxurradas. O pouco que fica não dá para vendermos
a preços baixos. Por isso temos que aumentar os preços dos produtos para
podermos sobreviver”. Um outro munícipe diz que “numa distância de poucos
quilómetros, os produtos duplicam de preço. Todos procuram tirar algum
benefício dessa situação e quem paga a fatura são os mais desfavorecidos”.
Entretanto, o Ministério dos Transportes e Comunicações anunciou na última segunda-feira (02.02) que vai usar meios mrítimos e ferroviários para ultrapassar as limitações de circulação provocadas pela queda da ponte de Mocuba, sobre o rio Licungo, na província da Zambézia interrompendo a única estrada que liga o centro ao norte do país.
Serão ativados os portos da Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba, bem como as linhas ferroviárias da Beira e de Nacala.
UE apoia vítimas das cheias
Entretanto, o Ministério dos Transportes e Comunicações anunciou na última segunda-feira (02.02) que vai usar meios mrítimos e ferroviários para ultrapassar as limitações de circulação provocadas pela queda da ponte de Mocuba, sobre o rio Licungo, na província da Zambézia interrompendo a única estrada que liga o centro ao norte do país.
Serão ativados os portos da Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba, bem como as linhas ferroviárias da Beira e de Nacala.
UE apoia vítimas das cheias
A
Comissão Europeia vai disponibilizar três milhões de euros para ajudar as
vítimas das cheias em Moçambique, Madagáscar e Malaui, foi anunciado na
quinta-feira (05.02) em Bruxelas.
A verba destina-se a prestar ajuda imediata às populações afetadas, nomeadamente abrigos, alimentos, água potável, cobertores, produtos de higiene e redes antimosquitos.
Bruxelas indica que as cheias causaram trezentos mortos, havendo mais de um milhão de pessoas afetadas, 300 mil das quais deslocadas.
A verba destina-se a prestar ajuda imediata às populações afetadas, nomeadamente abrigos, alimentos, água potável, cobertores, produtos de higiene e redes antimosquitos.
Bruxelas indica que as cheias causaram trezentos mortos, havendo mais de um milhão de pessoas afetadas, 300 mil das quais deslocadas.
Marcelino
Mueia (Quelimane) / Lusa – Deutsche Welle
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