Díli,
06 fev (Lusa) -- Um académico de Timor-Leste defende que resolver os problemas
de segurança, combater a fome e a pobreza que persistem, melhorar as
infraestruturas de transporte e alterar a política económica devem ser as
prioridades do novo Governo.
"Há
muito trabalho que precisa de ser feito imediatamente após o novo Governo
assumir funções", escreveu numa análise Josh Trindade, que é assessor de
Investigação e Análise no Palácio Presidencial em Díli.
O
artigo - que o autor explica reflete apenas a sua visão pessoal - foi
distribuído na semana em
que Xanana Gusmão se demitiu do cargo de primeiro-ministro no
que marca uma ampla reestruturação do executivo.
Entre
os argumentos que justificam a reestruturação, Trindade destaca a redução da
dimensão do Governo - "55 membros do Governo é demasiado para uma
população de 1,2 milhões" - e a necessidade de garantir melhor
coordenação.
Evitando
referências à composição do Governo em si, Trindade analisa no texto "o
que deve ser novo em termos de programas de governo", quando o novo
Executivo assumir funções, com destaque para a questão da segurança.
"A
segurança é, sem dúvida, a questão mais importante que deve ser abordada pelo
novo governo. A paz e a estabilidade nesta nação frágil são uma prioridade,
pois sem elas não há programa de desenvolvimento que possa avançar",
escreve.
Entre
os principais problemas de segurança "que exigem solução imediata"
contam-se a situação do ex-comandante da resistência, Mouk Moruk, os problemas
com os grupos de artes marciais relacionados com a juventude, e em termos
gerais, "o fortalecimento do trabalho das forças armadas, polícia e do
setor da justiça".
Combater
a fome e a pobreza - "causas comuns de agitação social" e "uma
ameaça direta para a paz e estabilidade" - deve ser a prioridade do
Governo em Timor-Leste, "um dos países onde a população ainda sofre muito
de fome e desnutrição".
O
Executivo deve apostar no fortalecimento das infraestruturas, especialmente as
redes de transporte e melhorar a qualidade de saúde e educação.
No
texto alerta ainda para o perigo de que "o pagamento aos veteranos pode
secar Fundo Petrolífero de Timor-Leste", procurando uma solução "mais
sustentável".
Em
termos da economia, Josh Trindade considera que "um dos desafios que o
país está desesperadamente a tentar resolver é o desemprego dos jovens",
num país onde o Estado é o principal empregador e onde é necessário consolidar
a económica não-petrolífera em áreas como o turismo e a torrefação de café.
Capacitar
Governos locais, adotar melhores práticas em termos de governação local, novas
ideias e estratégias para implementar o programa de desenvolvimento - "e
assim ganhar a confiança" da população - e resolver o problema das
fronteiras marítimas com a Austrália são outras das prioridades, escreve.
ASP//
FV
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