De
acordo com a Proteção Civil, pelo menos 35 crianças estão entre as vítimas
mortais das chuvas que caíram no Lobito nos últimos dias. Dezenas de casas
ficaram destruídas, várias escolas foram inundadas.
A agência
de notícias estatal Angop refere que, no Bairro Novo, o nível das águas chegou
a atingir os três metros. Na cidade do Lobito (província de Benguela), pelo
menos 70 pessoas morreram devido às chuvas, entre elas 35 crianças, segundo a
Proteção Civil. Várias escolas, igrejas e unidades de saúde ficaram inundadas.
119 casas desabaram, oito escolas estão parcialmente destruídas e estima-se que
400 famílias ficaram desalojadas.
O
Governo angolano assegura que a situação está sob controlo. As equipas de busca
continuam à procura de sobreviventes. Nessas operações estão envolvidas forças
militares e para-militares da Marinha de Guerra e da Polícia Nacional.
A
UNITA pediu ao executivo que se apresse a "aliviar o sofrimento" dos
habitantes do Lobito que foram afetados pelas chuvas. Em comunicado, o maior
partido da oposição angolana apela ainda ao Governo angolano que tome medidas
para que situações idênticas não se repitam no futuro.
Governo
envia missão interministerial para zona sinistrada
O
Presidente angolano José Eduardo dos Santos, já despachou para a província de
Benguela uma comissão interministerial composta pelos titulares das pastas da
Administração do Território, da Saúde, do Interior, da Reinserção Social e da
Construção , para "in loco" avaliar a situação.
Por
outro lado e segundo Bornito de Sousa, ministro da Administração do Território,
o chefe de Estado angolano disponibilizou cerca de um milhão de euros para
apoiar e reassentar as famílias sinistradas.
Casas
em zonas de risco
Segundo
o secretário de Estado para Protecção Civil e Bombeiros, Eugénio Laborinho, as
águas arrastaram pessoas que habitavam em casas críticas nas zonas de risco,
principalmente em linhas de passagem de água nas encostas de montanhas.
Eugénio
Del Corso, bispo da diocese de Benguela, diz que esta tragédia podia ter sido
evitada. "Acho que é um pouco culpa das autoridades eclesiásticas e civis,
não terem feito uma avaliação dessa situação", afirmou à Rádio Ecclesia.
Entretanto,
José Patrocínio, coordenador da organização de defesa dos direitos humanos
OMUNGA, sediada no Lobito, espera que "todas as ações de emergência de
apoio às populações afetadas sejam rápidas e efetivas".
No blogue "Quintas de Debate", o ativista pede
ainda que se apurem responsabilidades. "A procura de denominadas 'zonas de
risco' para a construção das suas habitações, essencialmente pelos mais pobres,
demonstra em si a falência das políticas habitacional e urbanística do Governo
angolano", escreveu Patrocínio.
Reacende o debate sobre construções anárquicas
Reacende o debate sobre construções anárquicas
A
tragédia do Lobito, reacendeu o debate sobre as construções anárquicas em Angola
e a falta de um plano-diretor na área da habitação e urbanismo por parte
do Governo de José Eduardo dos Santos.
Para vários especialistas, se dezenas de famílias terão sido vítimas das fortes chuvas que se abateram sobre a província de Benguela, é também porque as autoridades não conseguiram cumprir as várias promessas feitas ao longo dos anos concernentes a uma habitação condigna para os angolanos
Para vários especialistas, se dezenas de famílias terão sido vítimas das fortes chuvas que se abateram sobre a província de Benguela, é também porque as autoridades não conseguiram cumprir as várias promessas feitas ao longo dos anos concernentes a uma habitação condigna para os angolanos
Em
Angola, as chuvas fizeram nove mortos em abril de 2013 e seis em novembro de
2012.
Nelson
Sul de Angola (Benguela) /Lusa/AFP/gcs – Deutsche Welle
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