segunda-feira, 9 de março de 2015

O FUTURO NAS MÃOS DELES



Paula Ferreira – Jornal de Notícias, opinião

Tudo em aberto. No final do dia, teremos uma ideia menos nebulosa sobre o futuro da Europa. Os gregos mantêm o braço de ferro com Bruxelas na recusa de novo resgate. Os ministros das Finanças europeus deixarão claro, hoje, se aprovam a resposta da Grécia à sua longa e dramática crise ou se insistem na receita de uma austeridade desumana.

O ministro das Finanças grego lança aviso à navegação: se o programa de Atenas, que prevê, entre outras medidas, restituir a eletricidade a 300 mil famílias, não for aceite, "poderá haver problemas". O Executivo de Alexis Tsipras admite convocar eleições ou avançar com um referendo. Referendar o quê? A saída do euro, parece claro. Talvez por isso, um porta--voz do Governo apressou-se a corrigir as palavras de Varoufakis - é preciso, sem dúvida, estancar a fuga de dinheiro dos bancos gregos.

O futuro do euro, portanto, discute-se hoje em Bruxelas. E o problema não é (só) a Grécia. Em Espanha, há movimentos de cidadãos prestes a alterar todo o sistema partidário. Uma sondagem divulgada pelo "El Pais" dá conta de que o Podemos (à frente) e Nós Cidadãos estão empatados com o PSOE e o PP: os dois partidos que alternaram na era democrática no país vizinho.

Ontem, o primeiro-ministro francês - o mesmo que queria rasurar o socialismo do nome do seu partido - alertou para a presença de jovens europeus a combater nas fileiras do Estado Islâmico. De momento, serão 3000; deverão ser 5 mil até ao verão e, pelo final do ano, talvez 10 mil. Não será este fenómeno matéria para os ministros, que hoje se encontram em Bruxelas, discutirem? Estamos perante uma Europa enredada no labirinto da Banca, dos credores. Do dinheiro. Uma Europa que despreza, a vários níveis, os seus jovens. Deixa-os caídos na berma. E essa negligência, terrível, atira-os para "causas" verdadeiramente intoleráveis.

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