Paula
Ferreira – Jornal de Notícias, opinião
Tudo
em aberto. No
final do dia, teremos uma ideia menos nebulosa sobre o futuro da Europa. Os
gregos mantêm o braço de ferro com Bruxelas na recusa de novo resgate. Os
ministros das Finanças europeus deixarão claro, hoje, se aprovam a resposta da
Grécia à sua longa e dramática crise ou se insistem na receita de uma
austeridade desumana.
O
ministro das Finanças grego lança aviso à navegação: se o programa de Atenas,
que prevê, entre outras medidas, restituir a eletricidade a 300 mil famílias,
não for aceite, "poderá haver problemas". O Executivo de Alexis
Tsipras admite convocar eleições ou avançar com um referendo. Referendar o quê?
A saída do euro, parece claro. Talvez por isso, um porta--voz do Governo
apressou-se a corrigir as palavras de Varoufakis - é preciso, sem dúvida,
estancar a fuga de dinheiro dos bancos gregos.
O
futuro do euro, portanto, discute-se hoje em Bruxelas. E o problema
não é (só) a Grécia. Em Espanha, há movimentos de cidadãos prestes a alterar
todo o sistema partidário. Uma sondagem divulgada pelo "El Pais" dá
conta de que o Podemos (à frente) e Nós Cidadãos estão empatados com o PSOE e o
PP: os dois partidos que alternaram na era democrática no país vizinho.
Ontem,
o primeiro-ministro francês - o mesmo que queria rasurar o socialismo do nome
do seu partido - alertou para a presença de jovens europeus a combater nas
fileiras do Estado Islâmico. De momento, serão 3000; deverão ser 5 mil até ao
verão e, pelo final do ano, talvez 10 mil. Não será este fenómeno matéria para
os ministros, que hoje se encontram em Bruxelas, discutirem? Estamos perante
uma Europa enredada no labirinto da Banca, dos credores. Do dinheiro. Uma
Europa que despreza, a vários níveis, os seus jovens. Deixa-os caídos na berma.
E essa negligência, terrível, atira-os para "causas" verdadeiramente
intoleráveis.
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