Díli,
08 mar (Lusa) - Três pessoas foram presas no decurso de operações policiais
iniciadas na região de Baguia, a 40 quilómetros sudeste da segunda cidade
timorense, Baucau, depois do ataque da madrugada de hoje que feriu quatro
agentes policiais, um com gravidade.
Fonte
da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) confirmou à Lusa que os três homens
foram detidos durante a manhã de hoje na zona do ataque, que feriu três agentes
da Corpo de Segurança Pessoal (CSP) destacados com o presidente do Parlamento
Nacional e um agente da esquadra de Baguia.
"Estavam
desarmados e foram detidos ao início da manhã", disse a fonte, explicando
que a situação agora na zona é de "calma" apesar das operações em
curso.
"Não
se trata de uma operação militar mas sim de uma operação policial de
perseguição dos elementos do grupo", disse a fonte da PNTL, explicando que
estão envolvidos nas operações três pelotões das unidades especiais da polícia,
dois de Baucau e um Díli e efetivos das unidades de reserva de Baucau.
O
comandante das F-FDTL, as forças armadas timorenses, Lere Anan Timor, confirmou
à Lusa que ainda não houve qualquer envolvimento de militares na operação e o
ministro do Interior, Longuinhos Monteiro, disse à Lusa que o assunto está a
ser acompanhado "de forma coordenada".
Vicente
da Silva Guterres, presidente do Parlamento Nacional timorense disse hoje à
agência Lusa que o "ataque coordenado" não o visava diretamente,
apesar de ter ferido três dos seus seguranças.
O
balanço final é de quatro feridos, três dos quais foram transportados para o
Hospital de Baucau (os sargento Secar Gouveia e Augusto Soares e o agente chefe
Antero da Costa) e um quarto, em estado mais grave, foi aerotransportado para o
Hospital Guido Valadares em Díli.
Fonte
desta unidade hospitalar confirmou à Lusa que este efetivo, o sargento Matias
Pinto, está "estável, sob observação, sem que corra risco de vida".
Vicente
da Silva Guterres contou à Lusa que cerca das 02:00 locais (17:00 de sábado em
Lisboa), depois de cortarem a luz, um grupo "com muita gente" atacou
a zona da esquadra da polícia e os arredores da casa onde se encontrava para um
funeral de um familiar.
"Eu
estou bem e a minha família também. Espero que não tenha sido um ataque a mim.
Julgo que não foi", disse.
"Penso
que é algo que vem na sequência dos problemas que se têm arrastado aqui nesta
zona. Espero que o Estado tome medidas para resolver a situação", afirmou.
Fonte
policial sénior ouvida pela Lusa rejeitou sugestões de que o ataque visasse
diretamente Vicente da Silva Guterres, considerando que se tratou de uma ação
diretamente contra a polícia.
A
mesma fonte disse que além do ataque à esquadra, foram ainda queimadas, pelo
menos, três casas, insistindo que as informações confirmam que se tratou de uma
ação do grupo do ex-comandante da resistência timorense, Paulino Gama ou Mauk
Moruk.
"Posso
dizer que foram elementos desse grupo do Mauk Moruk. Queimaram ainda a casa de
um liurai (chefe tradicional), destruíram a de um agente da Polícia Nacional e
danificaram veículos", explicou.
Fonte
policial disse que as informações disponíveis sugerem que a ação da madrugada
terá sido coordenada por um elemento conhecido pelo nome de código
"Lemorai".
Agio
Pereira, ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros disse á
Lusa que o Governo timorense está a tomar todas as medidas para controlar a
situação na região de Baguia e dar segurança à população.
"O
Governo está a envidar todos os esforços para controlar a situação, dar
segurança à população e investigar a fundo a responsabilidade pelos atos
criminais cometidos", disse à Lusa.
ASP//GC
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