segunda-feira, 9 de março de 2015

Violência. Três capturados em operações policiais na região de ataque em Timor-Leste




Díli, 08 mar (Lusa) - Três pessoas foram presas no decurso de operações policiais iniciadas na região de Baguia, a 40 quilómetros sudeste da segunda cidade timorense, Baucau, depois do ataque da madrugada de hoje que feriu quatro agentes policiais, um com gravidade.

Fonte da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) confirmou à Lusa que os três homens foram detidos durante a manhã de hoje na zona do ataque, que feriu três agentes da Corpo de Segurança Pessoal (CSP) destacados com o presidente do Parlamento Nacional e um agente da esquadra de Baguia.

"Estavam desarmados e foram detidos ao início da manhã", disse a fonte, explicando que a situação agora na zona é de "calma" apesar das operações em curso.

"Não se trata de uma operação militar mas sim de uma operação policial de perseguição dos elementos do grupo", disse a fonte da PNTL, explicando que estão envolvidos nas operações três pelotões das unidades especiais da polícia, dois de Baucau e um Díli e efetivos das unidades de reserva de Baucau.

O comandante das F-FDTL, as forças armadas timorenses, Lere Anan Timor, confirmou à Lusa que ainda não houve qualquer envolvimento de militares na operação e o ministro do Interior, Longuinhos Monteiro, disse à Lusa que o assunto está a ser acompanhado "de forma coordenada".

Vicente da Silva Guterres, presidente do Parlamento Nacional timorense disse hoje à agência Lusa que o "ataque coordenado" não o visava diretamente, apesar de ter ferido três dos seus seguranças.

O balanço final é de quatro feridos, três dos quais foram transportados para o Hospital de Baucau (os sargento Secar Gouveia e Augusto Soares e o agente chefe Antero da Costa) e um quarto, em estado mais grave, foi aerotransportado para o Hospital Guido Valadares em Díli.

Fonte desta unidade hospitalar confirmou à Lusa que este efetivo, o sargento Matias Pinto, está "estável, sob observação, sem que corra risco de vida".

Vicente da Silva Guterres contou à Lusa que cerca das 02:00 locais (17:00 de sábado em Lisboa), depois de cortarem a luz, um grupo "com muita gente" atacou a zona da esquadra da polícia e os arredores da casa onde se encontrava para um funeral de um familiar.

"Eu estou bem e a minha família também. Espero que não tenha sido um ataque a mim. Julgo que não foi", disse.

"Penso que é algo que vem na sequência dos problemas que se têm arrastado aqui nesta zona. Espero que o Estado tome medidas para resolver a situação", afirmou.

Fonte policial sénior ouvida pela Lusa rejeitou sugestões de que o ataque visasse diretamente Vicente da Silva Guterres, considerando que se tratou de uma ação diretamente contra a polícia.

A mesma fonte disse que além do ataque à esquadra, foram ainda queimadas, pelo menos, três casas, insistindo que as informações confirmam que se tratou de uma ação do grupo do ex-comandante da resistência timorense, Paulino Gama ou Mauk Moruk.

"Posso dizer que foram elementos desse grupo do Mauk Moruk. Queimaram ainda a casa de um liurai (chefe tradicional), destruíram a de um agente da Polícia Nacional e danificaram veículos", explicou.

Fonte policial disse que as informações disponíveis sugerem que a ação da madrugada terá sido coordenada por um elemento conhecido pelo nome de código "Lemorai".

Agio Pereira, ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros disse á Lusa que o Governo timorense está a tomar todas as medidas para controlar a situação na região de Baguia e dar segurança à população.

"O Governo está a envidar todos os esforços para controlar a situação, dar segurança à população e investigar a fundo a responsabilidade pelos atos criminais cometidos", disse à Lusa.

ASP//GC

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