Paulo
Lourenço – Jornal de Notícias
A
par das marchas populares na Avenida da Liberdade, são os arraiais populares
que dominam a grande noite desta sexta-feira nas festas de Lisboa.
E,
se há umas décadas este era um ritual em quase todos os bairros mais típicos,
os tempos foram fazendo que atualmente a corrida à sardinha assada, cerveja e
bailaricos se concentre quase em exclusivo em Alfama.
Ali,
a azáfama é grande desde há algumas semanas, e, como o JN constatou, a
expectativa para este ano aponta para o melhor Santo António da década.
"Se já a véspera de Camões [terça-feira] foi cheia até ás 7 da manhã,
imagine na noite de Santo António", diz, com visível satisfação, Florinda
Branco, que, com a família, mantém negócio de "comes e bebes" no
bairro há 32 anos.
E
nem o preço da sardinha - este ano mais elevado devido às limitações à captura
impostas pela União Europeia - faz baixar as expectativas. "Nós só
trabalhamos com sardinha congelada, que é muito melhor e podemos vendê-la aos mesmo
preço dos outros anos; a um 1,5 euros a unidade", destaca Florinda,
rodeada das filhas, que são o garante da continuação da tradição.
Noutro
beco, José Reggi concorda. "Eu só vendo sardinha congelada e os clientes
adoram", assegura, acrescentando que a fresca "ainda está muito
seca". "Há pessoas que têm algum preconceito. Então a gente diz que é
fresca e comem-na com tanta satisfação que no final vêm perguntar-nos onde a
vamos comprar para lá irem, também", conta, entre sonoras gargalhadas,
Alzira Mendes.
Como
todos os anos, a noite de hoje não terá fim até de manhã. São milhares de
pessoas a percorrem a estreitas vielas do bairro, em busca de comida, bebida e
muita diversão. "No Santo António não se nota a crise. É uma vez por ano e
as pessoas não pensam nisso", garante Florinda Branco. José Reggi concorda
mas sublinha a "recuperação" dos últimos dois anos. "Já se nota
bem a diferença e este ano até está acima das expectativas. As pessoas querem é
fugir ao stress". diz.
Pela
negativa, os comerciantes destacam o pouco policiamento para tanta gente nas
ruas e a falta de casas de banho, sobretudo para as senhoras. "Os homens
desenrascam-se", observam bem disposto, José Reggi.
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