Alcides
Sakala diz que agora a crise “já não é entre o MPLA e a UNITA, mas entre o MPLA
e o resto dos angolanos”.
O
porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, disse hoje, em Lisboa, que Angola sofrerá
mudanças políticas importantes nos próximos tempos e que a crise vivida agora é
entre a sociedade e o governo.
Para
o deputado Alcides Sakala, estas mudanças “serão fundamentalmente políticas, o
que significa que hoje a crise angolana já não é entre o MPLA e a UNITA, mas
entre o MPLA e o resto dos angolanos. Portanto, este é um problema entre o MPLA
e a sociedade global angolana”.
“Todos
estes indicadores que nós temos vindo a acompanhar em Angola, que resultam da
má gestão do presidente José Eduardo dos Santos, indicam claramente que o país
vai viver nos próximos tempos mudanças muito importantes”, declarou o também
secretário de Relações Internacionais da UNITA.
“Ao
longo destes últimos anos de paz, nós temos vindo a verificar um aumento dos
actos de intolerância política, que têm subido de intensidade”, acrescentou.
O
responsável da UNITA manifestou ainda preocupação com as “violações brutais dos
direitos humanos” e afirmou que o seu partido “exige a libertação imediata
dos 15 jovens angolanos [detidos em Junho], que são presos políticos”.
“É
nesse sentido que nós temos vindo a fazer apelos à comunidade internacional,
primeiro no sentido de pressionar o governo angolano, particularmente o
presidente José Eduardo dos Santos, para o respeito dos direitos humanos em
Angola e a libertação imediata de todos os presos políticos no nosso país”,
disse.
A
Polícia Nacional de Angola negou hoje que tenha feito detenções durante a
manifestação (pela libertação dos 15 jovens activistas) em Luanda, ontem,
garantindo que apenas “recolheu” jovens, entretanto libertados, por “tentarem
alterar a ordem” na cidade.
“Nós
tivemos informações da prisão do jovem (o jornalista Gonçalves Vieira) da Rádio
Despertar e como também do cerco que a polícia fez às instalações da UNITA em
Viana (município da província de Luanda) e também da própria Rádio Despertar”,
sublinhou.
Alcides
Sakala confirmou ainda que o líder da UNITA, Isaías Samakuva, recebeu
familiares dos 15 jovens presos na terça-feira.
“Fundamentalmente
para encorajá-los, para ouvi-los também, ouvir as suas apreensões sobre estas
injustiças, porque não há motivo para prender jovens que lêem livros de
história. Estes jovens não são armados e só faz golpe de Estado quem tem armas
(…)”, afirmou.
Lusa,
em Rede Angola
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