Paula
Santos – Expresso, opinião
A
auditoria do Tribunal de Contas ao Sistema de Proteção Social ADSE confirma
mais uma vez a denúncia do PCP de há um ano e que motivou inclusivamente um
pedido de fiscalização ao Tribunal Constitucional. O aumento da contribuição
para a ADSE, imposta pelo Governo PSD/CDS-PP constitui um verdadeiro imposto
sobre os beneficiários da ADSE.
As
principais conclusões do Tribunal de Contas revelam que o aumento da
contribuição dos trabalhadores para a ADSE de 3,5% conduziu a uma excedente que
está a ser utilizado pelo Governo para resolver problemas de equilíbrio do
orçamento de Estado. O Tribunal de contas calculou que o excedente seria de 230
milhões de euros em 2014 e 2015.
Vem
o Governo dizer que talvez os cálculos tenham sido mal feitos. Não passa de uma
desculpa esfarrapada que não colhe. O Governo sabia bem que o aumento da
contribuição para a ADSE para 3,5% iria conduzir à obtenção de receitas bem
superiores àquelas que eram as despesas da ADSE. Fê-lo em consciência, sabendo
bem o seu resultado.
Portanto,
o que agora se exige ao Governo é preste os cabais esclarecimentos e clarifique
efetivamente qual o destino dos descontos dos trabalhadores para a ADSE. Mas
mais, exige-se também que o Governo devolva aos trabalhadores o que é seu.
O
aumento da contribuição para a ADSE constituiu e constitui mais um roubo aos
rendimentos dos trabalhadores, com um único objetivo – obter receita à custa
dos rendimentos do trabalho para financiar o orçamento de estado e não para a
proteção social dos trabalhadores.
Importa
ainda referir que a ADSE é a principal fonte de financiamento dos grandes
hospitais privados. É a ADSE que lhes garante a rentabilidade e o lucro. São os
responsáveis dos próprios hospitais privados que dizem que a ADSE lhes assegura
cerca de 30% do total das receitas e em alguns hospitais pode atingir cerca de
50% das suas receitas.
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