O
secretário-geral do PCP defendeu hoje a necessidade de derrotar os partidos e
as políticas de direita nas próximas eleições legislativas, considerado ainda
que o PS não constitui uma alternativa, mas apenas uma alternância de partidos
no poder
"Este
Governo precisa de ser derrotado, tendo em conta o que fez, mas tendo também em
conta o que propõe. Dizem que está tudo no bom caminho, mas enviaram um
documento para Bruxelas a dizer que vão continuar com políticas de austeridade,
designadamente cortando mais 600 milhões de euros nas reformas e pensões",
alegou.
Numa
passagem por Resende, onde está a decorrer um passeio de mulheres organizado
pela CDU, Jerónimo de Sousa sublinhou que o Governo está a mentir quando vem
dizer "que vai tudo bem em Portugal e que valeu a pena tanto
sacrifício".
"Aliás,
se mandássemos fazer um balanço destes quatro anos, poderíamos, em síntese,
dizer que o país hoje está mais endividado, mais dependente do estrangeiro e
tem mais desemprego, com 470 mil postos de trabalho liquidados em quatro anos.
O país tem mais pobres, 800 mil a acrescer aos 2 milhões que já existiam, para
além de as injustiças e as desigualdades sociais se acentuarem", acrescentou.
Sobre
o PS, o líder comunista evidenciou que não se apresenta como uma alternativa ao
Governo da coligação PSD- CDS/PP.
"Olhando
para as suas propostas, para aquilo que diz e muitas vezes para aquilo que não
diz, o PS não é alternativa, quer ser mera alternância, quer ir para o lugar
dos outros nesta dança do vira o disco e toca o mesmo, que já dura há 38
anos", sustentou.
No
seu entender, os socialistas não respondem ou respondem mal a matérias
fundamentais que preocupam os portugueses.
"O
PS não é capaz de explicar como é que nós vamos pagar uma dívida e um serviço
de dívida tão grande, em que só este ano são precisos 9 mil milhões de euros
para pagar o serviço da dívida, que não é para abater, mas para juros. Não é
preciso ser economista para ver que, se vamos ter de pagar o serviço da dívida,
não vamos ter dinheiro para investir na produção e na criação de riqueza nacional,
mas a resposta do PS é: procurem-na", apontou.
Sobre
a necessidade de redução do défice, respeitando as medidas impostas pela União
Europeia, "o PS diz que é preciso fazer-se uma gestão inteligente, uma
aplicação inteligente".
"Sei
que devemos ter caras de parvos, ignorantes e não somos tão inteligentes como o
PS, mas isso não resolve", referiu.
Jerónimo
de Sousa aproveitou ainda para criticar as propostas do PS em relação à
Segurança Social, que vão "no sentido de aumentar a idade de reforma e
concretizar um plafonamento".
"Trocado
por miúdos, isto significa que sairiam da Segurança Social os que descontam
mais: uma ideia peregrina de ter uma Segurança Social para os pobrezinhos. O PS
propõe que se baixe a Taxa Social Única, mas não diz que depois, como descontaram
menos, a sua reforma será mais baixa: é dar hoje para tirar amanhã",
disse.
Ao
longo do seu discurso, apelou ainda a "um reforço da CDU na eleição de
deputados, no aumento do número de votos", contribuindo para derrotar as
políticas que ao longo dos últimos 38 anos, "ora por mãos do PS, ora do
PSD com ou sem o CDS, têm levado o país à situação em que se encontra".
"Vamos
travar uma batalha difícil, onde todos os votos contam, onde existe
possibilidade de romper este caminho para o desastre e encontrar uma política
alternativa. A CDU tem uma proposta alternativa, patriótica e de esquerda: uma
política que visa a renegociação da dívida, porque mesmo como devedores temos
direitos e devemos fazer tudo para renegociar a dívida", concluiu.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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