Macau,
China, 29 jul (Lusa) -- As autoridades de Macau contestaram hoje o relatório
anual do Departamento de Estado norte-americano sobre o tráfico de seres
humanos, afirmando que as informações "não correspondem à verdadeira
realidade".
"Sem
apresentar fundamentos, baseando-se em factos básicos e juízos de valor
infundados, a Autoridade da Segurança não concorda firmemente com os
mesmos", refere uma nota do gabinete do Secretário para a Segurança
publicada hoje no 'site' do Gabinete de Comunicação Social.
"O
Governo da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] tem prestado grande
importância à questão do tráfico de pessoas", lê-se no comunicado, em que
se recorda a existência da Comissão de Acompanhamento das Medidas de Dissuasão
do Tráfico de Pessoas, criada com a lei de combate ao tráfico (2008), a qual
tem seguido "as políticas internacionais para a prevenção e combate ativo
a todos os tipos de criminalidade relacionada".
Acrescenta
o gabinete do Secretário para a Segurança que, "para a melhor execução das
suas funções, criaram-se ainda subgrupos interdepartamentais sob alçada desta
Comissão com atribuições na prevenção, no combate, na prestação de proteção às
vítimas, na criação e manutenção de uma relação próxima com organizações
não-governamentais e no acompanhamento do trabalho, tendo provocado um efeito
notável e um enfraquecimento considerável do fenómeno do tráfico de
pessoas".
"A
Autoridade da Segurança sublinha a sua atitude de tolerância zero à
criminalidade relacionada com o tráfico de pessoas. Para a prevenção e combate
a esse tipo de crimes são permanentemente tomadas uma série de medidas
dirigidas a essa criminalidade, mantendo-se uma relação próxima com os países e
regiões vizinhos na persecução da execução da lei", conclui.
O
Departamento de Estado norte-americano publicou, na segunda-feira, o relatório
anual sobre o tráfico de seres humanos em mais de 180 países e territórios em
todo o mundo.
Washington
considera que Macau não cumpre, em pleno, os padrões mínimos para a eliminação
do tráfico de seres humanos, apesar dos "significativos esforços nesse
sentido", continuando a ser sobretudo destino e -- em muito menor grau --
"fonte" de mulheres e crianças para o tráfico sexual e trabalho
forçado.
No
relatório, o Departamento de Estado norte-americano assinala também uma
diminuição dos esforços para proteger as vítimas, apontando que as autoridades
de Macau reduziram o financiamento de 3 milhões para 1,8 milhões de patacas
(339,1 mil para 203,5 mil euros) para custear e apoiar as medidas de proteção.
A
agência Lusa contactou, na terça-feira, a Comissão de Acompanhamento das
Medidas de Dissuasão do Tráfico de Pessoas no sentido de confirmar, em
particular, o corte nos fundos, mas não obteve resposta.
DM
// VM
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