A
porta-voz do BE acusou hoje o primeiro-ministro e o Presidente da República de
falarem como "se tudo já estivesse decidido à partida" nas próximas
legislativas, fazendo declarações para tentar que os eleitores fiquem em casa
"Os
votos, ninguém é dono deles, a democracia em Portugal não é tutelada, no dia 04
de outubro todas as pessoas do nosso país têm direito a ter uma opinião, nada
está decidido, decidimos todos juntos nesse dia", afirmou a porta-voz do
BE, Catarina Martins, numa conferência de imprensa realizada no final da Mesa
Nacional do partido, que decorreu hoje num hotel em Lisboa.
Questionada
sobre as declarações do primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho,
ao início da tarde quando se declarou "entristecido" com a postura
dos partidos da oposição de, sempre que surge um bom resultado para Portugal,
dizerem que é mentira e que o Governo está falsear a realidade, Catarina
Martins lamentou as sucessivas declarações que têm sido feitas para tentar que
as pessoas não votem nas próximas eleições legislativas, marcadas para 04 de
outubro.
"Cavaco
Silva e Pedro Passos Coelho têm feitos sucessivas declarações para tentar que
as pessoas fiquem em casa e se abstenham. Têm feito sucessivas declarações como
se tudo já tivesse decidido à partida, como se Portugal tivesse condenado a ter
um Governo que destrói o país", disse.
Contudo,
acrescentou, o mais importante nas próximas eleições é dizer que o tempo do
atual Governo "acabou", pois "Pedro Passos Coelho, Paulo Portas
e Cavaco Silva já demostraram à exaustão que estão no avesso do que o país
precisa".
Catarina
Martins foi ainda questionada sobre o anúncio do Governo da devolução de parte
da sobretaxa do IRS em 2016, reiterando que se trata de uma "não
notícia" e "um mero número de propaganda".
Sublinhando
que "nada será devolvido a ninguém" e que se diz apenas que a
sobretaxa, que "já é em si um mecanismo injusto, penalizado e que não
devia existir", poderá ficar mais baixa, a porta-voz do BE lembrou que
qualquer decisão sobre a sobretaxa será tomada pelo próximo Governo.
"Talvez
seja mais baixa, mas é próximo governo que decidirá e o atual governo talvez
esteja na oposição", sustentou, insistindo que o executivo de maioria
PSD/CDS-PP mostrou "números que não são verdadeiros" e que a questão
se resume a "um gigantesco número de propaganda".
No
início da conferência de imprensa, a porta-voz do BE adiantou ainda que na Mesa
Nacional do partido foi aprovada uma resolução sobre a situação política
europeia, em particular a situação na Grécia.
Condenando
a "imposição de uma humilhação nacional" aos gregos, contra a sua
"vontade inequívoca", Catarina Martins considerou que "mais três
anos de punição social" não irão acabar bem.
"A
União Europeia mostrou perante o olhar de milhões de cidadãos que tudo fará
para defender o seu projeto de austeridade, mesmo que isso implique atropelar a
democracia", disse, reiterando as críticas à "grande coligação entre
conservadores e socialistas", dirigida pela Alemanha, "que é que
manda na UE e que impõe uma ditadura dos mercados e política de austeridade, desemprego,
pobreza e desigualdade".
"A
União confortada com Governo de esquerda não hesitou em usar todos os meios
para o derrotar", criticou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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