O
secretário-geral do PCP acusou hoje o Governo de empolar as receitas fiscais,
atrasando os reembolsos do IVA, para fazer o "número de propaganda"
de devolver parte da sobretaxa de IRS em 2016.
"Essa
história da redução é um pouco como aquela história de roubar um porco e
devolver um chouriço e mesmo o chouriço vamos lá a ver, porque só prometem para
2016", afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa, numa intervenção no
encontro regional de reformados, que decorreu na Amora, no concelho do Seixal.
Referindo-se
ao anúncio feito pelo Governo na sexta-feira, com base nos dados da execução
orçamental do primeiro semestre, de que será possível devolver 20% da sobretaxa
de IRS aos portugueses em 2016, Jerónimo de Sousa contrapôs "a política de
verdade da CDU" à "política de mentira que PSD e CDS ontem
[sexta-feira] despejaram sobre país sobre uma pertença devolução de parte da
taxa extraordinária do IRS" no próximo ano.
"Sabem
que empolaram as receitas fiscais, atrasando os reembolsos do IVA para fazer
este número de propaganda", acusou.
Mas,
acrescentou, a "propaganda" ainda vai mais longe, quando querem
colocar os portugueses utilizar um "simulador de cálculo dessa falsa
devolução numa ofensiva à sua inteligência".
Numa
intervenção onde os ataques ao PS, PSD e CDS-PP foram uma constante, Jerónimo
de Sousa aconselhou os portugueses a recordarem o que foi dito por estes três
partidos na campanha eleitoral para as legislativas de 2011, sublinhando que as
promessas que sociais-democratas e democratas-cristãos possam agora anunciar
até 04 de outubro, "valem o mesmo que valeram na campanha eleitoral
anterior, ou seja, valem zero".
O
secretário-geral do PCP deixou para o final do seu discurso as críticas ao
Presidente da República, com o nome de Cavaco Silva a merecer uma forte
assobiadela por parte da assistência.
"O
Presidente da República ditou a sentença que das eleições deveria resultar uma
maioria absoluta, seja ela do PS, seja do PSD-CDS-PP ou que esses partidos se
deveriam coligar entre si", sustentou Jerónimo de Sousa, referindo-se à
comunicação ao país do chefe de Estado na quarta-feira, quando Cavaco Silva
anunciou a marcação das legislativas para 04 de outubro e disse ser desejável
que o próximo Governo seja maioritário, sólido, estável e duradouro.
Acusando
Cavaco Silva de querer "aprisionar o voto dos portugueses ao PS, PSD e
CDS", "os partidos que conduziram o país ao estado em que está",
Jerónimo de Sousa considerou que a melhor resposta que o país pode dar
Presidente da República é dizer que "ninguém é dono do seu voto, ninguém
manda no seu voto, o seu voto é livre para votar em que partido entender".
"Perante
isto é caso para usar aquela expressão popular e fazer um apelo: não lhes dês
cavaco", gracejou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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