quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Angola. A GRANDE MENTIRA



Rui Peralta, Luanda

A questão dos 15 cidadãos angolanos detidos acabou transformada numa plataforma de ingerência contra a soberania nacional e numa tentativa de desestabilização, promovida a partir do exterior. A forma como é propagandeada revela um grande desconhecimento sobre a realidade angolana, esquecendo os seus promotores que estão na presença de um Estado Democrático de Direito, legitimado pela Soberania Popular.

O atropelo é de tal forma efectuado pela máquina de propaganda estabelecida no exterior, que chega ao ponto de retirar do foro judicial uma questão que é da competência do Poder Judicial e que apenas no quadro da ordem jurídico-constitucional angolana pode ser resolvida. Estamos, assim, na presença, pois, de uma campanha de desestabilização – mais uma – que tem como objectivo impedir a efectivação do Estado Democrático de Direito e dos princípios e valores constitucionais da Republica de Angola.

Como é do conhecimento publico, um dos 15 cidadãos a aguardar julgamento (Luaty Beirão) optou pela greve da fome como forma de protestar pela sua detenção (foi, posteriormente, seguido por mais dois dos cidadãos detidos que, segundo creio, desistiram desta posição). Este protesto é um direito que assiste a esse cidadão e a sua posição foi respeitada pelas autoridades angolanas, que encarregaram-se de fazer prevalecer um outro direito constitucional (o Direito á Vida), prestando ao detido os cuidados clínicos necessários, para que este possa exercer o seu protesto sem colocar em risco a sua própria vida. Neste sentido procedeu-se á transferência de Luaty Beirão para uma clínica privada de alta qualidade, bem apetrechada de meios técnicos e humanos.

Esta preocupação do Estado angolano revela o comportamento democrático (o Estado angolano assume-se, com esta actuação, como um Estado Democrático de Direito, respeitando os valores constitucionais, os direitos de cidadania e a Declaração Universal dos Direitos do Homem) e o respeito pela condição da Pessoa Humana, contrastando com a forma hipócrita como os “amigos” de Luaty lhe manifestam “solidariedade”, aproveitando o seu protesto para fins obscuros e transformando-o, na prática, em “carne para canhão”.

A máquina de propaganda contra Angola (uma máquina bem oleada e de á muito montada e reequipada) aproveita-se do desconhecimento da realidade democrática angolana, do grande esforço que é feito no dia-a-dia da Nação Angolana para efectivar os princípios democráticos e aprofundar a Democracia. Este desconhecimento é, sem dúvida, algo que nós angolanos devemos começar a combater, mostrando ao mundo a nossa realidade, tornando acessível ao mundo obter informação sobre as nossas instituições democráticas e levando ao mundo a nossa realidade. Aqui temos, pois, responsabilidades e esta é uma frente sobre a qual nos temos de debruçar.

Por outro lado a oleada máquina patrocinada pelos interesses “anti-Angola”, aproveita-se da leviandade com que algumas forças políticas e figuras públicas europeias e norte-americanas abordam os assuntos de política externa e dos Direitos do Homem. Esta leviandade, associada á ignorância e ao desconhecimento, por si, apesar de preocupante, não passaria disso mesmo, de leviandade e desconhecimento. Mas estes factores (leviandade e desconhecimento sobre a realidade angolana) revelam-se um cocktail perigoso quando servem de alimento aos objectivos e interesses que estão por detrás da máquina de propaganda exterior. É que estes, caros amigos, são interesses conhecidos á mais de meio milénio pelos angolanos….

Sem comentários:

Mais lidas da semana