O
líder do maior partido da oposição acusa o partido no poder de ter baleado
Manuel Bissopo, um alto quadro da formação. Afonso Dhlakama acusa a FRELIMO de
fomentar "terrorismo de Estado".
Nas
suas primeiras declarações públicas após o baleamento por desconhecidos do
secretário-geral da RENAMO, Afonso Dhlakama, falando à Lusa por telefone,
disse: "Acuso o regime da FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique], a
FRELIMO tornou-se num partido terrorista, num Estado terrorista - o partido, o
regime, o Governo. Nunca vimos isto."
Recorda-se,
que Manuel Bissopo foi baleado na quarta-feira (20.01.) no bairro da Ponta Gea
na cidade da Beira, centro do país, quando saía de uma conferência de imprensa
para denunciar alegados raptos e assassínios de quadros da RENAMO. O seu
segurança foi morto no local. O secretário-geral do partido foi hospitalizado
numa das clinicas da cidade e posteriormente transferido para outra clinica na
África do Sul, onde continua em observação.
Para
Afonso Dhlakama, o baleamento pode levar a uma mudança no tom do discurso
político e ao agravamento da atual crise política, mas ele afastou um cenário
de guerra: "Posso acreditar que a situação pode deteriorar-se, mas não há
guerra".
Aumenta
tensão entre a FRELIMO e RENAMO
O
crime, ainda de acordo com o líder da RENAMO, foi testemunhado por beirenses
"e todos ficaram furiosos, quiseram partir casas dos membros da
FRELIMO", obrigando, no seu relato, a que os dirigentes do partido
dissessem "não é por aí", citamos.
Nas
últimas semanas a RENAMO e a FRELIMO têm trocado acusações de raptos e
assassinatos dos seus quadros no centro do país, mas Dhlakama diz que qualquer
imputação ao seu partido não passa de "mentira e propaganda".
O
líder do maior partido da oposição justifica-se: "Eu sou cristão, dirijo
este partido e não temos isso de assassinar alguém, não odiamos ninguém da
FRELIMO, não temos um inimigo apontado que é o tal fulano, é o regime que
odiamos."
Dhlakama
"caladinho" de momento
Segundo
o líder da RENAMO, o baleamento do número dois do seu partido acontece numa
fase em que Dhlakama está "caladinho" e recolhido na Gorongosa e
"o secretário-geral é como se fosse o presidente" que importava
silenciar.
E Afonso Dhlakama insiste: "Apelo ao regime da FRELIMO para parar, é uma pouca vergonha", sustentando que estes episódios são "a mesma tática" usada em homicídios com contornos políticos, como o economista Siba Siba Macuácua, o jornalista Carlos Cardoso e o constitucionalista Gilles Cistac.
E Afonso Dhlakama insiste: "Apelo ao regime da FRELIMO para parar, é uma pouca vergonha", sustentando que estes episódios são "a mesma tática" usada em homicídios com contornos políticos, como o economista Siba Siba Macuácua, o jornalista Carlos Cardoso e o constitucionalista Gilles Cistac.
O
líder da RENAMO, declarou à Lusa que estava a falar a partir da Gorongosa, onde
alegadamente se encontra refugiado desde o cerco da polícia à sua residência na
Beira (22.01.), não sendo visto em público desde então.
De lembrar que antes do desaparecimento público de Dhlakama, a sua comitiva foi atacada quando regressava de um comício em Macossa e se dirigia para Chimoio, capital da províncial central de Manica. A guarda da RENAMO respondeu com tiros e entrou no mato em perseguição dos atacantes, supostamente membros da Polícia de Intervenção Rápida.
De lembrar que antes do desaparecimento público de Dhlakama, a sua comitiva foi atacada quando regressava de um comício em Macossa e se dirigia para Chimoio, capital da províncial central de Manica. A guarda da RENAMO respondeu com tiros e entrou no mato em perseguição dos atacantes, supostamente membros da Polícia de Intervenção Rápida.
Relativamente
ao ataque contra Bissopo, a União Europeia já apelou à investigação da
responsabilidade pela "tendência de violência" confirmada nos
recentes ataques em Moçambique. A UE acrescenta ainda que está a acompanhar de
perto a situação no país.
ni/Lusa
– Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário