Jornal
de Angola, editorial
O
quotidiano das populações, a actividade económica, o ensino, a cultura e o
lazer exigem condições de estabilidade. A segurança de pessoas e bens e o
exercício dos direitos de todos e de cada um, a começar pelo direito à vida,
têm de ser uma prioridade absoluta de qualquer Estado.
Essa
responsabilidade é maior quando se vive em democracia e pluralismo, já que
acresce daí a necessidade de garantir toda a diversidade de pensamento e
vivências.
Com a conquista da paz em Angola, o crescimento económico do país passou a ser uma tarefa fundamental do Estado. Apenas por essa via é possível criar empresas industriais e de serviços que geram emprego e proporcionam rendimento às famílias para que gastem na educação, na saúde e no bem-estar dos seus integrantes.
Mas para haver empresas sólidas e nascer um mercado forte e saudável é preciso haver investimento e para haver investimento é necessário haver segurança e estabilidade. Nenhum investidor aposta o seu dinheiro em países de permanente instabilidade. Pelo contrário, os investidores fogem dos países em conflito e em guerra como o diabo foge da cruz.
Essa é a principal razão por que o Executivo angolano dá tanta importância à
consolidação e ao reforço da paz e da reconciliação nacional. Essas são as suas
prioridades. Esse é o motivo por que ninguém em Angola deve negligenciar a
necessidade de elevar sempre os níveis de segurança e tranquilidade interna.
Em Angola, a Polícia Nacional e as forças de segurança, fruto da amarga experiência do passado e das exigências dos tempos actuais, principalmente relacionadas com a necessidade de as famílias, as empresas e o Estado desenvolverem uma actividade dentro da normalidade, têm redobrado a vigilância para assegurarem a ordem, a estabilidade democrática e a tranquilidade de todos.
Há dias, algumas representações diplomáticas emitiram um comunicado, dirigido aos seus nacionais, no sentido da observância de contenção nas deslocações por algumas zonas da cidade capital de Angola. Pelas redes sociais, propagou-se também uma informação falsa, já desmentida pelo Ministério do Interior, sobre a iminência de um alegado atentado à bomba a um avião. Paralelamente a isso, a agência portuguesa de notícias, Lusa, lançou a mentira grosseira de que o Governo angolano ia controlar as redes sociais.
O Ministério das Relações Exteriores, na pessoa do ministro responsável desse departamento governamental, Georges Chicoti, veio a público para dizer que não há qualquer perigo para cidadãos estrangeiros que vivem no país. Assim se dissipou rapidamente qualquer alarmismo que poderia ter sido provocado pela comunicação dessas representações diplomáticas sobre a segurança dos cidadãos estrangeiros em Angola.
Tratam-se de gestos evidentemente bem-intencionados, mas que são certamente perturbadores do dia-a-dia de pessoas e que em nada ajudam aos esforços que o Estado, as instituições e as famílias fazem no sentido da manutenção da segurança, ordem e tranquilidade públicas, se não forem bem fundamentados e explicados.
O director do Gabinete de Estudos, Informação e Análise do Ministério do Interior, Aristófanes dos Santos, também veio a público deixar claro que não há nenhum indício de qualquer atentado terrorista em Angola, muito menos de atentado à bomba.
A agência portuguesa Lusa devia ser desafiada a esclarecer aonde foi buscar essa “intenção expressa” pelo Governo angolano em controlar as redes sociais, se não quiser reforçar a ideia que já se tem dela de inventar notícias destinadas apenas a dar de Angola a imagem de um regime totalitário.
As consequências deste tipo de comportamento, destinado a espalhar rumores sobre insegurança em Angola, espelham bem o valor que tem a paz e a estabilidade para angolanos e para os estrangeiros e apenas ilustram a responsabilidade que temos em reforçar esse bem que tanto custou a conquistar.
É fundamental que as forças de segurança angolanas trabalhem para assegurar a liberdade, o exercício da democracia e dos direitos dos cidadãos. Como nem sempre sabemos exactamente quais os desígnios e a agenda de grupos que pretendem impor-se pela via do terror e do caos, o fundamental é o trabalho e o empenho de cada angolano para reduzir significativamente o espaço de manobra destes malfeitores. Estas são as garantias que nós, angolanos, podemos proporcionar a nós mesmos e a todos os estrangeiros.
Angola dá garantia absoluta de segurança a todos os que quiserem fazer deste país uma terra boa para viverem.
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