quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

São Tomé e Príncipe. Trovoada aceita dialogar com professores mas recusa "dar o que não tem"



O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, disse hoje que está disponível para dialogar com os professores, mas sublinhou que "não pode dar aquilo que não tem".

"Podemos discutir, podemos sobretudo apresentar a toda a classe do professor deste país aquilo que o Governo tem estado a fazer e vamos a discussão, vamos ao diálogo, vamos tentar alguns consensos que são necessários, vamos procurar a melhoria que nós podemos, mas não podemos dar aquilo que nós não temos", disse Patrice Trovoada.

O Sindicato dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (SINPRESTEP) marcou para 26 deste mês uma greve por tempo indeterminado.

O pré-aviso de greve foi entregue no Ministério da Educação, Cultura e Ciência, no dia 14 deste mês, e nele os professores exigem a melhoria da "situação socioeconómica precária dos professores e educadores", necessidade de "dignificação da classe docente" e reclamam "falta de condições de trabalho".

O secretário-geral do SINPRESTEP, Gastão Ferreira, disse à Lusa que a entrega do pré-aviso de greve é consequência de "uma série de negociações" com o ministro da Educação, Olinto Daio, que não resultaram em consenso para "resolver os problemas que afetam os professores".

"Tem havido um grande esforço no sentido de lidar com o setor da educação, dialogar, fazer um certo número de melhorias, quer no que diz respeito à carreira docente, quer no que diz respeito aos subsídios de transporte, quer analisando, caso a caso, a situação particular de alguns professores, diretores, grupos de professores ou de algumas categorias de docentes", disse o primeiro-ministro.

Patrice Trovoada sublinhou ainda que o seu Governo tem procurado fomentar "uma atitude de inclusão" e recordou a iniciativa do Ministério da Educação que reuniu no mês passado todos os ministros da Educação que São Tomé e Príncipe conheceu para discutir o tema.

O chefe do executivo disse que "o Governo está tranquilo" e tem consciência de "estar sempre disponível em fazer todo o esforço na medida da limitação do país para que a educação se porte melhor".

"Se os sindicatos acharam que a melhor via é a greve, iremos ver. É um direito, iremos ver. Agora eu quero que as pessoas tomem consciência de uma coisa: não podemos dar aquilo que não temos", reiterou o governante.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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