Era
uma canção dileta de família. Família que maioritariamente já arrumou os
trapinhos e abalou para o além, soa assim: “Alentejo da minha alma, que tão
longe estás chorando…”.
De dileta passou a esquecida, da letra. Ficou a
lenga-lenga da melodia que aqui é impossível de reproduzir. Ficaram as imagens
das “levas” da GNR e da PIDE quando havia revolta por via dos “ratinhos” – os de
mais a norte, das beiras e afins que se vendiam por três tostões e passavam
fome de “ratos”. Que mereciam, pois eram uns fura-greves. Davam cobertura aos grandes
latifundiários por troca de fome e porrada que não lhes faltava. Outros tempos.
Alentejo.
Porquê a abordagem ao Alentejo aqui nesta entrada para o Expresso Curto? Porque o João Vieira Pereira lança à cabeça esse mesmo Alentejo. A história é que é
outra. Polémica. Chama-se “Alentejo Prometido”, um livro do Henrique Raposo.
Disso nada posso dizer, não li nem vou ler. A não ser que me oferecessem e isso
de me oferecerem livros já não existe. Não por ter algo contra o livro ou ao
autor. Nada disso, Por questões orçamentais e de passarmos fome o menos possível
cá por casa. Foi o resultado do governo Cavaco-Passos-Portas. Roubou aos pobres
para entregar aos ricos. Tenho ideia de que o Henrique Raposo é um defensor
daqueles que nos tramaram. Se sim, sabe que de promessas está o mundo cheio. Passos
prometeu mundos e fundos e depois vimos que maior jagunço, maior aldrabão,
nunca havia aparecido na política.
Este
avanço antes de chegarem ao Expresso Curto está a ficar muito pessoal. Não
gosto. Mas saiu assim e não há corretor. Austeridade. Desculpem qualquer coisinha. Quero só adiantar o que por aí dizem: que o
livro é uma mixórdia, que o Raposo também é um ressabiado de direita. Credo. O
Henrique só escreve. Escreve ao correr da pena e saiu o que saiu. Qualquer
livro é bom. Faz-nos pensar, viajar, rir, chorar, ficar acabrunhado ou feliz. Tem
a magia de por letras fazer-nos ver personagens e paisagens descritas, os
movimentos, as cores, etc. E é um exclusivo para cada um de nós, leitores. Outro
que o leia vê, entre aspas, todas as descrições e personagens de modo
diferente, vê à sua maneira. Imagina com toda a sua privacidade e em exclusivo.
O livro é um filme sem celulóide (agora já não é celulóide é outra mistela porreira).
Foi o que o Raposo fez, escreveu um livro. Antes, acho que outros… Menos
barulhentos, menos contestados. Vai vender. Sucesso. Vão ler. Digam cobras e lagartos, aplaudam, façam como quiserem…
mas leiam-no. Com o negativo e monstruoso das nossas ideias também apreendemos. às vezes muito mais do que possamos imaginar. E então dizemos: não, por aí não vou.
Outra
coisa: o Cavaco vai embora amanhã. A bruxa da Buraca diz que o homem vai
fenecer em breve com o desgosto de se sentir um incompreendido. Não. Por
desgosto nunca se deve fenecer. Isso era antes. Além do mais não é nenhum incompreendido. Aqui
no PG há testemunhos de que o compreendemos muito bem. Ele só queria voltar atrás
no tempo, provavelmente ainda dar uso ao cartão de colaborador da PIDE, agora promovido a chefão. Compreendemos
e rejeitamos gentinha assim. Goze ele os anos de vida que puder e deixe de ser
um camião TIR de ressentimentos a suscitar vingançazinhas porcas – como algumas
que muitos de nós percebemos. Viva e deixe-se de mesquinhices, de ganâncias, de
avarezas. De opacidade com seus tabus da treta. Sáude… mas, por favor, Cavaco, vai e não voltes! Todos, menos tu, recebam votos de muito bom dia.
Arranquem para o Curto.
Redação
PG / MM
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
João
Vieira Pereira – Expresso
O
Henrique que há hoje em si
Ame-se
ou odeie-se. Concorde-se ou não. Hoje é o dia de Henrique Raposo. O autor
de “Alentejo Prometido”, o livro que se tornou naquilo que não era suposto,
uma afirmação sobre a liberdade de expressão, de opinião e um estudo sobre
canalhas que usam a cobardia das redes sociais para ameaçar quem ousa escrever
aquilo que só se diz à boca pequena. Isto sem terem lido “Alentejo Prometido”
ou, muito provavelmente, outro qualquer livro. Aapresentação é hoje às 18:30 na
Bertrand do Picoas Plaza.
Esta terça-feira foram também conhecidos os pormenores de como vai ser vendido o Novo Banco. A Isabel Vicente escreve que entrada em bolsa é uma hipótese, se a venda direta não for bem-sucedida. Grupos espanhóis são os favoritos. Já no sábado passado o governador do Banco de Portugal tinha dito na entrevista ao Expresso que não excluía uma venda do Novo Banco em bolsa: “Devemos ter todas as vias em aberto”.
Também do Banco de Portugal não vieram ontem boas notícias.António Varela, administrador com o pelouro da supervisão, bateu com a porta. Com estrondo. Não é normal este tipo de demissões no Banco de Portugal, muito menos em rutura com o governador. Na véspera de Natal, o Expresso noticiou que havia desentendimentosentre os dois. Notícia desmentida, mas que o tempo se encarregou de confirmar. Varela, na sua carta de renúncia citada pelo Negócios, afirma: “não me identifico o suficiente com a política e a gestão do Banco de Portugal”.
Agora pare de ler e carregue mesmo neste link. Não interessa se tem 20 ou 74 anos. É obrigatório perceber como a economia e este estado social destruíram toda uma geração. O The Guardian escreve que uma combinação de dívida, desemprego, globalização,demografia e subida de preços das casas está a reduzir o rendimento e as perspetivas de milhões de jovens no mundo desenvolvido. Resultado: uma desigualdade sem precedentes entre gerações.
O rendimento dos millennials (ou geração Y, aqueles que nasceram entre os anos 80 e metade dos anos 90) está a ser reduzido como nunca. O estudo do jornal britânico mostra que na quase totalidade dos países estudados (exceto na Austrália), os pensionistas têm ganhos de rendimento significativamente maiores do que os jovens. O gráfico mete medo, muito medo, e é uma boa imagem de que a ‘conspiração grisalha’ de que falava Ribeiro Mendes é cada vez mais um facto incontornável.
Deixo aqui quatro pontos para ir pensando durante o dia.
Esta terça-feira foram também conhecidos os pormenores de como vai ser vendido o Novo Banco. A Isabel Vicente escreve que entrada em bolsa é uma hipótese, se a venda direta não for bem-sucedida. Grupos espanhóis são os favoritos. Já no sábado passado o governador do Banco de Portugal tinha dito na entrevista ao Expresso que não excluía uma venda do Novo Banco em bolsa: “Devemos ter todas as vias em aberto”.
Também do Banco de Portugal não vieram ontem boas notícias.António Varela, administrador com o pelouro da supervisão, bateu com a porta. Com estrondo. Não é normal este tipo de demissões no Banco de Portugal, muito menos em rutura com o governador. Na véspera de Natal, o Expresso noticiou que havia desentendimentosentre os dois. Notícia desmentida, mas que o tempo se encarregou de confirmar. Varela, na sua carta de renúncia citada pelo Negócios, afirma: “não me identifico o suficiente com a política e a gestão do Banco de Portugal”.
Agora pare de ler e carregue mesmo neste link. Não interessa se tem 20 ou 74 anos. É obrigatório perceber como a economia e este estado social destruíram toda uma geração. O The Guardian escreve que uma combinação de dívida, desemprego, globalização,demografia e subida de preços das casas está a reduzir o rendimento e as perspetivas de milhões de jovens no mundo desenvolvido. Resultado: uma desigualdade sem precedentes entre gerações.
O rendimento dos millennials (ou geração Y, aqueles que nasceram entre os anos 80 e metade dos anos 90) está a ser reduzido como nunca. O estudo do jornal britânico mostra que na quase totalidade dos países estudados (exceto na Austrália), os pensionistas têm ganhos de rendimento significativamente maiores do que os jovens. O gráfico mete medo, muito medo, e é uma boa imagem de que a ‘conspiração grisalha’ de que falava Ribeiro Mendes é cada vez mais um facto incontornável.
Deixo aqui quatro pontos para ir pensando durante o dia.
A
prosperidade caiu para os jovens dos países ricos.
Nos EUA os
jovens abaixo dos 30 anos são agora mais pobres que os reformados.
No Reino
Unido, os rendimentos dos pensionistas cresceram três vezes mais rápidos do que
os dos jovens.
Os
salários reais dos millennials caíram em países como osEUA, França, Espanha,
Alemanha e Canadá. Em alguns países isso já acontecia antes da crise de 2008.
OUTRAS
NOTÍCIAS
Dia 8 de março. Hoje. É dia da mulher. E porque a mulher mais do que merece, começo pela homenagem do Google. Basta carregar em cima do logo do motor de busca.
Apesar de tudo o que se evoluiu, ainda há muito a fazer pelo papel da mulher. Muito mesmo. A Christiana Martins descreve-lhe asdiferenças que persistem no mercado de trabalho entre homens e mulheres para concluir que serão necessários 70 anos para acabar definitivamente com o fosso entre os géneros no mercado de trabalho. A Islândia é o país mais paritário do mundo e aqui pode perceber o que foi feito para atingir esse patamar.
José Eduardo Martins deu uma curiosa entrevista à Renascençaonde se posiciona como uma espécie de reserva a Passos Coellho no PSD. Afirma por isso que não há, “neste momento, gente suficiente a pensar de maneira parecida" com a sua no partido "para que isso mereça o trabalho de protagonizar uma alternativa que verdadeiramente o PSD neste momento não tem”. Neste momento claro. Aqui fica o link para ler ou ouvir.
Há ou não plano B? Isso agora…… Se acreditar no comissário para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, então ele existe e as medidas que dele constam vão ser aplicadas. “Eu posso explicar a diferença entre ‘se’ e ‘quando’ na declaração [final do Eurogrupo]: significa que essas medidas terão que ser implementadas e eu estarei em Lisboa na quinta-feira para discutir isso com o ministro das Finanças e com o primeiro-ministro", afirmou.
Se acreditar em António Costa, então a versão é de que o Governo fará “o trabalho de casa” e preparará medidas suplementares como recomendaram o Eurogrupo e a Comissão, mas que estas “só serão adotadas se e quando for necessário”, adiantou o primeiro-ministro. “Neste momento não temos nenhuma razão, insisto, para achar que elas são necessárias”, acrescentou.
Parece haver boas perspetivas de fumo branco a um novo plano apresentado pela Turquia para os refugiados. Os líderes da União Europeia (UE) têm agora uma semana e meia para fechar o acordo final com a Turquia sobre como lidar com o fluxo migratório, depois de 12 horas de negociações entre Bruxelas e Ancara. O acordo a alcançar com o governo turco será analisado pelos 28 na próxima reunião do Conselho Europeu, nos próximos dias 17 e 18.
O Público diz que o Estado já gastou cinco milhões de euros a tentar travar os contratos de swap. Só a Metro do Porto gastou quase €3 milhões com advogados em Londres. Já o Diário de Noticiasprefere dar destaque aos processos disciplinares abertos contra funcionários do Fisco por alegada quebra do sigilo fiscal de José Sócrates. O Jornal de Notícias escreve que Bruxelas força mais impostos e novos cortes. Já o Correio da Manhã continua a apostar na investigação a Sócrates e titula que Proenca de Carvalho foi “chamado para calar motorista”.
Está em discussão em muitos países e por isso a Vodafone decidiu ser pioneira e começou a eliminar o "roaming". A empresa criou uma oferta que antecipa a provável mudança para quem subscreva o tarifário Red ou um dos serviços de pacotes convergentes (voz, TV e Internet).
Um pouco por todo o mundo, Sharapova faz os destaques de muitos jornais. A tenista acusou doping no último Open da Austrália. A Nike já anunciou que suspendeu o contrato de patrocínio que tinha com a tenista.
O banco dos CTT vai finalmente abrir ao público no dia 18 de março. Arranca com 52 lojas em 18 distritos de Portugal.
Em Espanha, o Rei decidiu que não vai realizar, pelo menos por enquanto, novas consultas aos partidos na sequência do chumbo da investidura do candidato socialista, Pedro Sánchez. A instabilidade política em Espanha segue dentro de momentos.
Neste, se eu pudesse, votava. Mas só porque sou fã incondicional dos Smiths. Morrisey, o ex-vocalista da banda britânica, está a considerar seriamente candidatar-se à câmara de Londres pelo Partido do Bem-Estar Animal nas próximas eleições que se realizarão a 5 de maio deste ano.
Se quiser parar um pouco, veja este pequeno vídeo do Le Mondesobre o velhinho email em números, mas que possibilita que muitos estejam hoje a ler este Expresso Curto.
Resultados preliminares da investigação às causas da morte provocada pelo ensaio clínico com um medicamento desenvolvido por uma empresa do grupo Bial diz que o cérebro do voluntário teve uma reação "surpreendente e sem precedentes". Relatório diz também que os voluntários teriam uma idade já um pouco avançada e alguns fatores de risco para se sujeitarem a este tipo de ensaios e que lhes foi administrada uma dose 10 vezes superior à necessáriapara o medicamento ser eficaz. As conclusões serão apresentadas no dia 24 deste mês.
Uma boa notícia para terminar, pelo menos paro os gulosos. O consumo frequente de chocolate torna-nos mais inteligentes. Um estudo realizado durante 40 anos, com cerca de 1 milhão de pessoas, chegou a esta feliz conclusão.
O QUE DIZEM OS NÚMEROS
7 mil. Número de quilómetros que um inseto de 4 cm, a libélulaPantala flavescens, voa sem parar sobre o Oceano Índico para migrar da Índia para África.
80. Percentagem de millenials que nunca entraram numa agência bancária, sobretudo porque realizam todas as operações bancárias pela internet. Isto claro, segundo Brett King, o CEO da Moven, uma empresa de soluções financeiras via mobile.
4.100 euros. Preço de uma peça de presunto Manchado de Jabugo, que acabou de receber o prémio de melhor produto da maior e mais conceituada feira europeia de produtos biológicos, a Biofach.
450 milhões de dólares. Multa aplicada à Apple para compensar os consumidores por ter manipulado preços dos eBook.
O QUE EU ANDO A LER
Deixo duas sugestões radicalmente opostas. Começo pela mais frugal. Comprei para oferecer à minha filha do meio que, do alto dos seus 8 anos, disse outro dia, em conversa com o irmão mais velho, que quer ser bióloga. Ainda sou daqueles que acha que não há melhor presente do que um livro.
Lá fora. É escrito para as crianças, mas muitos crescidos deviam ler. Principalmente aqueles que acham que o bacalhau é espalmado ou que o atum vem da lata.
Maria Ana Peixe Dias e Inês Teixeira do Rosário deixam-nos uma obra para descobrir o que existe no mundo lá fora, mesmo dentro das grandes cidades, onde “só em alguns jardins de Lisboa já foram vistas mais de 130 espécies de pássaros”. É uma ótima oportunidade para convencer os miúdos a desligarem a televisão, o computador ou deixarem o tablet a carregar e irem descobrir a natureza que os rodeia.
Com a primavera à porta, ‘Lá fora’ ensina-nos a seguir pistas de animais, onde encontrar pirilampos, porque é que as lesmas não têm conchas ou porque é que a calçada portuguesa é extremamente ecológica. Compre hoje e planeie o próximo passeio pela cidade ou pelo campo.
A outra sugestão aterrou em cima da minha secretária. Confesso que fiquei meio desconfiado. A minha primeira reação foi ‘Oh não! Outro livro sobre economia portuguesa’. Revelou-se, contudo, descabida. A “Economia Portuguesa na Zona Euro” é uma obra do gestor e economista Alexandre Patrício Gouveia, que descreve com notável simplicidade e precisão como Portugal passou em pouco mais de uma década de um país com uma dívida controlada para o campeão dos endividados.
Além do diagnóstico correto e factual, é deixada uma série de orientações do que fazer para contornar a atual crise. Destaco aqui uma que a Europa devia, por todos os meios, tentar implementar. Da mesma maneira que (alguns) países são penalizados por não cumprirem as metas orçamentais, os que apresentam superavit externos excessivos deviam ser obrigados a implementar políticas de expansão da procura interna. Deixo um exemplo retirado do livro, se a Alemanha apresentasse um défice orçamental de 3% isso significava mais 118 mil milhões de euros por ano na zona euro.
Hoje fico por aqui. Tenha uma ótima terça-feira. Amanhã o Curto regressa pela mão de Nicolau Santos.
1 comentário:
O Alentejo é uma região Espanhola que foi roubada pelos Portugueses séculos atrás. Encheram a região de portugueses para suprimir todos os espanhóis que lá vivem. Um dos maiores e mais sofisticados enredos para suplantar outra cultura da história portuguesa.
Mas um que não funcionou. Hoje, os povos da região Alentejana clamam pela liberdade da opressão do regime autoritário que existe no país fraca de portugal. Até os povos Mirandes clamam pela liberdade da gema corrupta do país, e as suas vozes são mais altas todos os dias até alcançarem a liberdade que tão desesperadamente desejam.
Estas minorias mantiveram as suas tradições espanholas e a sua língua espanhola, o que constitui um bom sinal de respeito pelas raízes espanholas das regiões.
Viva Alentejo sempre espanhois e para baixo com portugal corrupto, sempre.
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