domingo, 27 de março de 2016

PALOP e Timor-Leste recebem quase 1,7 milhões por dia em ajudas oficiais até 2020



Lisboa, 26 mar (Lusa) - Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste vão receber quase 1,7 milhões de dólares por dia de ajuda oficial da União Europeia e do Banco Mundial até 2020, segundo a consultora CESO.

Em entrevista à Lusa, o vice-presidente da CESO - Development Consultants disse que estes seis países vão receber pelo menos 1842 milhões de dólares entre 2015 e 2020 do Banco Mundial, a que se juntam mais 1227 milhões da União Europeia, num total de quase 3070 milhões, ou seja, mais de 1,6 milhões de dólares por dia até final da década.

"Estes são os valores que o Banco Mundial e a União Europeia têm programado conceder a projetos de desenvolvimento, nalguns casos, e em apoio direto ao Orçamento, noutros casos", disse Rui Miguel Santos em entrevista à Lusa.

Para o vice-presidente desta consultora especializada em ajuda ao desenvolvimento e na elaboração de programas de políticas de desenvolvimento, "no caso da União Europeia, estas verbas referem-se a donativos a estes países para programas, projetos e apoio orçamental em diferentes áreas".

Os montantes que já estão adjudicados não estão ainda direcionados para programas específicos, explica o consultor: "Este bolo divide-se em apoio ao orçamento e a projetos, a divisão vai sendo feita, portanto nem tudo há de ir para as empresas que executem os programas, nem tudo há de ir para o orçamento".

Rui Miguel Santos pormenorizou que em Moçambique e Cabo Verde as verbas vão quase todas para o Orçamento, enquanto em Angola e Guiné-Bissau é tudo para projetos, explicando que "a lógica é dar apoio orçamental apenas aos países que tenham administrações públicas mais sólidas e onde haja credibilidade adicional para se ter a certeza do investimento e maturidade na gestão de fundos internacionais".

O financiamento de investimentos por parte de instituições financeiras multilaterais é uma das oportunidades a que as empresas podem recorrer para expandirem a sua estratégia de internacionalização, mas para Rui Miguel Santos há ainda muitas dificuldades e constrangimentos, para além de um enorme desconhecimento sobre estas potencialidades.

"Há muito poucas empresas portuguesas neste mercado, e há um grande desconhecimento da indústria e como se concorre a estes financiamentos, e depois, em segundo lugar, as empresas esbarram com dificuldades porque envolve trabalhar em inglês ou francês, e depois há também o problema da competitividade e da exigência dentro do próprio setor", explica o consultor.

A CESO - Development Consultants é uma consultora especializada em gestão de políticas públicas que trabalha exclusivamente com contratos financiados por agências multilaterais como a Comissão Europeia e o Banco Mundial, ou seja, auxiliam os governos, através da assessoria a ministérios, a formular, definir e gerir as políticas públicas que depois são candidatas a receber financiamento externo.

MBA // PJA

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