O
TTIP na baila. Já aqui o abordámos em IGNORÂNCIA?
QUEREM LÁ SABER? TIIP VEM PARA APRENDERMOS A MAL?, inserido numa referência
do Expresso Curto que nos “alimenta” de atualidade e compilamos.
O referido
tratado é mais uma trama para nos tramar. Por isso pode ler no título acima que
“Os EUA são a insaciável sanguessuga do mundo, os EUA são o mercado e a
Alemanha também. Em menor escala mas também. São pátrias do cifrão a que muitos
se vendem e obedecem em troca de côdeas e aveia de bestas geneticamente
preparada para alimentar traidores.”
O
jornal Público abraça hoje o malfadado tratado em “manobras” com a UE, um
trabalho de Paulo Pena que aqui trazemos. Que a esquerda da AR está dividida?
Pois, é natural. O PCP e Bloco dizem não e o PS continua a comer a aveia que a
mão do império norte-americano lhe oferece para que abra as portas para nos
levar a abrir as pernas. Com gente assim… Estamos mesmo tramados. Como está
elaborado o TTIP é fácil de prever que vai eclodir uma bomba enorme na UE (mais uma) e que
quem se vai tramar são os cidadãos. É o senhor Mercado a mandar naqueles que se
rendem ou que se vendem. Em Portugal também há os que vendem a alma ao diabo
que os EUA personificam. Então não?
Aqui
tem, do Público. (MM / PG)
Acordo
comercial entre UE e EUA divide maioria governamental
Bloco
e PCP rejeitam o TTIP que está a ser negociado entre a Comissão Europeia e os
EUA. O PS apoia a negociação em curso. Antigo responsável pela pasta, do PSD,
diz que um falhanço das negociações "custará caro à Europa"
Transatlantic
Trade and Investment Partnership. Este é um daqueles temasem
que a maioria de esquerda concordou em discordar. As posições são claras. O
Bloco tem já um rascunho de resolução para rejeitar o acordo no Parlamento,
caso este venha a ser alcançado nas reuniões entre a Comissão Europeia e os
EUA, que já vão na 13ª e inconclusiva ronda. A deputada Carla Cruz, do PCP,
afirma ao PÚBLICO que, "obviamente", o partido "votará contra a
ratificação por parte de Portugal".
Em
nome do Governo, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, que é a
responsável pelo acompanhamento deste assunto, e representa Portugal no
Conselho do Comércio, lembra que "o programa de governo é claro":
"Deve ser apoiada a negociação do TTIP (… ) respeitando os valores
constitutivos do modelo económico e social europeu e garantindo-se a defesa dos
interesses nacionais no quadro da negociação”. Margarida Marques acrescenta, ao
PÚBLICO, que "o TTIP não faz parte dos acordos assinados entre o PS, o BE,
o PCP ou o PEV".
Ainda
é cedo para antecipar se esta vai ser, como no passado aconteceu com as normas
orçamentais que garantiam a participação portuguesa nos mecanismos
internacionais de financiamento dos programas da troika na Grécia,
uma matéria para um jogo de nervos em que o PSD e o CDS serão chamados a fazer
de "bombeiros" de serviço para aprovar medidas que dividem a maioria
parlamentar que apoia o Governo. Mas essa parece ser a única solução possível,
havendo acordo.
Para
já, os sinais desta divisão na maioria de esquerda são visíveis na actividade
parlamentar. "O TTIP provocará danos ao nível do ambiente, alimentar,
trabalho e emprego, serviços públicos, colocando em causa um modelo social e
económico equitativo e justo, que salvaguarde as pessoas em detrimento dos
interesses das multinacionais", lê-se no preâmbulo de um requerimento
enviado ao Governo pelos deputados do BE Pedro Filipe Soares e Isabel Pires. A
resposta do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que chegou no dia 29, procura
desmontar os argumentos do Bloco.
Na
mesma linha, Margarida Marques garante ao PÚBLICO que "há uma garantia
suficiente de que os padrões da UE em matéria de protecção das pessoas e do
ambiente serão preservados, assim como o direito de cada uma das partes de
regular no interesse público". Essa é, continua a governante, a
"linha que Portugal tem apoiado na negociação da generalidade dos acordos
de comércio livre com outros parceiros". "Nenhuma outra solução
seria, aliás, aceitável para Portugal nem para os restantes
Estados-membros."
No
entanto, essas garantias não convencem os parceiros do PS no Parlamento. Carla
Cruz acusa o TTIP de, "a concretizar-se", encerrar "sérias
ameaças para os direitos sociais e laborais, diversos sectores da economia
nacional, para a saúde pública, a qualidade ambiental e as condições naturais,
para a democracia e a soberania nacional".
Em
Portugal existem, além do BE e do PCP, conhecidas reservas em várias ONG. A
Quercus e a Oikos encabeçaram um movimento que expressou a sua oposição ao
TTIP, um acordo que, na opinião destas organizações, "reduzirá
substancialmente os padrões europeus de defesa do consumidor, de defesa do
ambiente e da natureza, da segurança e soberania alimentares, dos direitos
laborais e sindicais, e dos direitos à privacidade e liberdade de utilização da
internet”.
Negociação
em risco?
Mas
nem todas a críticas vão no mesmo sentido. Bruno Maçães, que foi o anterior
responsável pela pasta dos Assuntos Europeus, aponta ao actual Executivo uma falha
diferente: "Noto que o Governo não tem qualquer interesse no tema."
Respondendo ao PÚBLICO da China, onde se encontra, o ex-governante refere que é
ali, na China, que se vê "bem o contraste com a falta de ambição
europeia", e lembra que Portugal estava entre os países da UE que mais se
batiam pela conclusão das negociações. "Éramos um dos líderes do processo,
perdemos isso", lamenta Maçães.
O
lançamento das negociações do TTIP foi um dos pontos de que Durão Barroso mais
se orgulha do seu mandato de Presidente da Comissão Europeia. "Tive a
honra de ter lançado o TTIP", afirmou, recentemente, numa conferência em
Lisboa. Mas o seu sucessor, Jean-Claude Juncker, optou por uma estratégia mais dura nas negociações com
os EUA.
Um
dos pontos que a nova Comissão fez questão de alterar foi a polémica cláusula
de arbitragem das disputas legais entre os Estados e as empresas. Os EUA
insistiam que o mecanismo usado fosse o das actuais ISDS (Investor-State
Dispute Settlement). O anterior Governo concordava com a existência deste
mecanismo, que permite às empresas processar os Estados, caso se verifiquem
alterações legislativas que mudem os termos em que foi feito o investimento.
Muitos desses processos são polémicos (companhias petrolíferas americanas
processaram o Canadá por ter proibido o método da facturação hidráulica para a
exploração de hidrocarbonetos; tabaqueiras processaram o Uruguai e a Austrália
por aprovarem legislação anti-tabágica).
A
Comissão desistiu deste mecanismo e passou a exigir aos EUA um método
diferente: "Um sistema judicial público em matéria de investimentos,
composto de um tribunal de primeira instância e um tribunal de recurso."
Ainda não é conhecida a posição dos EUA, mas este é um dos vários pontos que
entravam as negociações.
Outra
das críticas centrais é a que acusa a UE e os EUA de prosseguirem uma
negociação "secreta". Margarida Marques relativiza: "Os
Governos têm informado regularmente o Parlamento, quer em plenário, quer em
comissões especializadas, ou mesmo através da resposta a perguntas
parlamentares. Para além disso, existe já um 'sala de leitura', na linha do que
está previsto nesta negociação, acessível aos deputados e aos funcionários da
Administração Pública, para que possam ter acesso aos documentos da
negociação." Para a secretária de Estado, "as negociações
internacionais, sejam elas comerciais ou não, são pautadas por um espírito de
reserva que pode causar apreensão, tendo em atenção todas as matérias que estão
em cima da mesa. Como resposta a essa critica, a Comissão Europeia criou um
portal onde todos os cidadãos podem aceder aos documentos disponíveis".
Os
deputados do BE têm uma versão diferente: "Em junho de 2015, os deputados
portugueses foram convidados a consultar o texto do TTIP na sala de leitura da
embaixada dos EUA, para onde só poderiam levar um lápis ou caneta, obrigando-os
a aceitar o sigilo em relação ao mesmo e impedindo a sua transcrição."
Num
ponto parece haver consenso. Caso não haja uma conclusão das negociações em
2016 (durante o mandato de Obama), "o processo poderá sofrer um atraso
substancial", reconhece o Governo na resposta que deu aos deputados do BE.
Maçães não acredita que até ao fim do ano possa haver acordo – "não, não
creio". E adverte que isso "custará caro à Europa".
Paulo
Pena - Público
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