Fernando Vumby, opinião
ORGANIZAÇÃO
DAS MULHERES DE QUEM O MPLA MATOU OS SEUS MARIDOS?
Quando
olho para essas mulheres vestidas de preto, vermelho e o amarelo á primeira
imagem que se desfila na minha memória é a daqueles tantos homens que já tinham
esposas, namoradas e irmãs na OMA e no fim ate acabaram eliminados pelos seus
próprios camaradas do MPLA.
É
de arrepiar sim, o numero de mulheres angolanas viúvas que estão na OMA
erguendo a bandeira de um MPLA que lhes matou os seus próprios maridos e lhes
tirou inclusive ate o direito de sentirem a dor pela perca dos seus entes queridos,
e se mostrarem como viúvas de homens que ontem serviram o regime e acabaram
mortos pelo próprio regime.
O
mais provável é que uma parte significativa dessas mulheres que vivem uma felicidade
fingida se oferecendo, quando não forçadas para estarem na OMA em troca de
cargos e não só, não sabem o que simboliza para nós que vimos mulheres serem
assassinadas e violadas nas cadeias as cores do MPLA.
MATARAM-LHES
OS MARIDOS E FILHOS E HOJE ERGUEM A BANDEIRA DOS ASSASSINOS?
Muito
embora este comportamento destas mulheres seja uma mistura de medo, falta de
sentimentos, ingenuidade e bajulação porque dá posto de trabalho e reputação no
reino da corrupção, uma grande parte delas não só exageram pela forma como
defendem um regime brutal, como perderam a coragem de contarem aos seus
próprios filhos hoje crescidos as verdades sobre as mortes dos seus próprios
maridos.
Não
gostaria de terminar este texto sem vos deixar aqui dois depoimentos inéditos
de duas mulheres que visitei em (1979) logo depois que fui liberto das
masmorras da DISA onde cumpri dois anos de cadeia como preso político sem
julgamento, sem acusação e se calhar por não termos dado mesmo o golpe de
Estado.
Será
que cada povo tem mesmo o regime que merece?
Curiosamente
estas mulheres hoje mais velhas, algumas já cansadas, doentes e sem o charme do
antigamente ate hoje se orgulhosamente ou não, isto pouco importa neste momento
verdade é que continuam erguendo a bandeira da OMA/MPLA.
1
) - Quando prenderam meu marido também fui levada e para lhe obrigarem á falar
coisas de que ele até nem sabia , mesmo ao lado dele os carcereiros me deram
com uma coronhada na cabeça e logo depois fui solta confessou-me a (
yyyyyyyyyyy ) uma senhora que perdeu seu marido nos acontecimentos do dia 27 de
Maio de1977, mas ate hoje continua defendendo o mesmo MPLA que lhe matou o
marido.
2
) - Levaram-me duas vezes á CR ( Casa da Reclusão ) só mesmo para assistir o
meu namorado á ser torturado para o obrigarem á fazer confissões estranhas
antes de o matarem e nós ate hoje nem soubemos onde esconderam o seu corpo.
DOS
SANTOS IGNORA OS ADVOGADOS, O POVO E SEUS PRÓPRIOS CAMARADAS PONDO
TODOS NA MESMA LIXEIRA
Hoje
quando se olha para os julgamentos de políticos e de pessoas estampadas como
desagradáveis (personas non gratas) para o sistema vigente em Angola estes na
sua maioria encomendados e com penas já reservadas decretadas pela presidência
da republica se fica com a sensação de que os advogados de defesa já não têm
razão de existência.
Pois
desde jeito acabam mesmo por fazer o papel de pobres atrapalhados no meio de
uma lixeira , tão desvalorizados pelo regime brutal sob gestão de JES que são ,
num país onde os sem poder continuam insistindo á se alimentar das leis
existente para buscarem argumentos seguros e sólidos , enquanto os com poder
desvalorizam completamente as leis existentes e vigentes no país , então não é
mesmo caso para se começar á tomar os advogados como pobres coitados no mesmo
lixo ?
O
que adianta os argumentos sólidos de um advogado de defesa baseados nas leis
escritas , se já se sabe que serão pura e simplesmente ignorados , porque
afinal as leis não são aquelas que estão escritas no papel , mais sim uma única
pessoa constitui e é concebido como lei o presidente da republica?
Eu
acho que ate mesmo os advogados em Angola têm dificuldades em perceber que o
tal livre direito do exercício da advocacia reconhecido no texto constitucional
como uma atividade indispensável para a materialização da justiça pretendido
pelo ordenamento jurídico angolano é uma farsa, pois senão desde á muito que
desvalorizariam o papel escrito e tomariam como leis o presidente da republica.
É
absurdo e perverso, mas precisamos não esquecer que Angola é um país atípico ,
com praticas e comportamentos fora do normal, onde tudo e todos que não estão
com á cabeça virada para baixo, foi metido na mesma lixeira pelo presidente da
republica.
Quais
Prerrogativas os advogados têm afinal em Angola, senão o de estarem á defender
argumentando para os surdos, cegos e mudos por conveniência, que os ignora ,
desvaloriza-os e os humilha porque afinal as leis são eles e quem não as tem
são obrigados á obedecer se não quiser apanhar com barras de ferros ás costas.
Na
verdade o que deve prevalecer na cabeça de qualquer angolano com o mínimo de
racionalidade é o pensamento de que o livre exercido da advocacia que se
configura como uma via de afirmação da justiça sim, mais num Estado Democrático
de Direito o que Angola não é mesmo apesar de haver alguns fingimentos para dar
á entender que é.
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Livre Opinião e Justiça - Fernando Vumby
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