Mário Motta, Lisboa
Observadores
das eleições em S. Tomé e Príncipe consideraram “que as eleições respeitaram a
carta africana da democracia”. Isso mesmo podemos ler na página da informação
oficial santomenese denominada STP-press – em baixo juntamos a lauda.
Um
dos que fazia parte da equipa de observadores era Armando Guebuza, ex-PR de
Moçambique, é ele que ilustra a peça de STP-press. Outros, ditos observadores, compunham a equipa, provavelmente todos invisuais e surdos. É forçoso que assim
se deduza devido a não terem observado as irregularidades eleitorais que
redundaram numa fraude maior que as duas ilhas juntas que compõem o país, S.
Tomé e Príncipe. Se acaso os observadores não eram invisuais e surdos então
estamos perante o habitual conluio daquela espécie de indivíduos que vão
observar eleições e dizem sempre que tudo decorreu normalmente ou em
conformidade com a carta disto ou daquilo, enaltecendo os processos eleitorais
“democráticos e de acordo com os preceitos da legalidade”. Salafrários.
Não
há muitas semanas os observadores assim se pronunciaram nas eleições na Guiné
Equatorial. Obiang venceu por uma percentagem enorme de mais de 90%. Nas
eleições em Angola, idem. Nas eleições em Moçambique, também os observadores
consideraram o processo eleitoral cumpridor dos preceitos da tal carta
africana… Parece que na Guiné-Bissau, apesar de tudo, as eleições não registam
grandes cambalachos ou nenhum. Nem em Cabo Verde. E aí, excecionalmente, os
observadores não foram invisuais nem surdos.
A
matilha de observadores nos Palop (estamos a abordar os países da CPLP em
África) nem por sombras se sente incomodada por ter declarado a normalidade e
legalidade do processo eleitoral em S. Tomé e Príncipe. O facto de se fazerem
de cegos e surdos é, para eles, para a CPLP e restantes matilhas
correlacionadas, argumento bastante para se desculparem e saírem imaculados num
processo comprovadamente fraudulento. Imaculados perante os seus pares, mas ao
menos daqui saem bastamente javardados e desacreditados. Eles e possivelmente a
tal carta de África referida por Armando Guebuza – que certamente venceu
eleições e foi PR de Moçambique na base do cambalacho. Só pode. Porque só
mentes doentias e antidemocráticas é que admitem que os votos e vontades dos
povos não sejam cumpridas de acordo com a legalidade e a expressão dos seus
votos. Respeitar isso é que é democracia, não os cambalachos, as fraudes.
De
notar que no caso das eleições em S. Tomé e Príncipe a CPLP não enviou
observadores… por falta de verbas. Simplesmente ridículo. Esbanjam por um lado
e cortam sobremaneira onde importa. Mas só se realmente os observadores observassem e relatassem as irregularidades, as fraudes. Coisa que não fazem.
Independentemente
de onde são os ditos observadores é quase sempre certo que consideram as
eleições normais apesar dos cambalachos. E se da equipa há um ou outro
observador que observa mesmo de olhos abertos, ouvidos atentos e fala… Então
cai o Carmo e a Trindade, aqui del-rei que não é bem assim e que isto e aquilo.
Tomam nota – quando tomam – numa pedra de gelo que a seguir não é encontrada no
deserto do Calaari porque entretanto derreteu. Com Ana Gomes, nas anteriores
eleições em Angola, assim aconteceu. Vão lá para observar mas somente aquilo
que convier aos regimes vigentes e por vezes há décadas nos poderes.
Observadores
de quê? Eleições para fazer de conta que são regimes democráticos e
democraticamente eleitos? Com quem aprenderam, com Salazar colonial-fascista? É que
no regime dele também havia eleições… da treta.
Perante
o visto e revisto em S. Tomé concluiu-se naturalmente que observadores e Carta
Africana da Democracia são balelas para enganar os povos e permitir a uns
quantos desonestos que se apoderem dos poderes e deles abusem como melhor
aprouverem. São assim uma espécie de “ditadores democráticos”, uma aberração.
Da
peça já referida de STP-press deixamos as glosas de Gebuza, um dos
“observadores”.
Observadores
consideram que as eleições respeitaram a carta africana da democracia
São-Tomé,
20 Jul ( STP-Press ) – A equipa dos Observadores da União Africana, UA
considerou que as eleições de domingo em São Tomé e Príncipe decorreram em
conformidade com carta africana sobre a democracia, - anunciou o líder do
grupo, Armando Quebuza, antigo presidente de Moçambique.
Quebuza disse que o processo eleitoral decorreu «de forma geral de acordo com a carta africana sobre a democracia, eleições e governação, e outros instrumentos da União Africana que regem as eleições democráticas em África».
O líder da equipa dos observadores da União Africana elogios a forma pacífica e tranquila como decorreu as eleições presidenciais do último domingo em São-Tomé e Príncipe, tendo considerado que o processo em curso decorreu conforme as normas da União Africana.
O candidato as presidenciais de domingo em São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho, apoiado por ADI no poder, foi eleito Presidente da República do à primeira volta com 50,1% de votos de acordo com os dados provisório da Comissão Eleitoral Nacional, CEN.
RN
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