sexta-feira, 22 de julho de 2016

São Tomé e Príncipe. TENTATIVA DE FRAUDE ELEITORAL NA ORIGEM DA SEGUNDA VOLTA



A "novela eleitoral" em São Tomé e Príncipe continua, os candidatos presidenciais mais destacados são objeto noticioso da Agência Lusa.

Maria das Neves e Pinto da Costa tecem considerações e apresentam condições para a realização da segunda volta das eleições, constatado que está que a Comissão Nacional de Eleições anunciou fraudulentamente um vencedor das eleições que não tinha votos para ser assim considerado. O vencedor fraudulentamente anunciado, Evaristo de Carvalho, é publicamente reconhecido como elemento incondicional da família Trovoada.

Por via do cambalacho da CNE, se acaso Evaristo tomasse posse como PR tal significaria que estaria em uníssono com o atual primeiro-ministro Patrice Trovoada e o unaninismo prevaleceria, com fortes possibilidades de vir a ser prejudicial para a democracia santomense já tão debilitada. Mau para o país.

Os receios de tal situação acentam no justiificado temor de ser uma única família a apoderar-se do país, agravando “mais cedo que tarde” as carências.

Cidadãos de São Tomé e Príncipe no exterior avançam com o receio de todo este esforço para se apoderarem dos poderes do país também tenha muito que ver com a possibilidade de “quando oportuno deitarem as mãos ao petróleo que proximamente estará em vias de exploração e a render frutos”. Dizem que o petróleo é pertença dos santomenses “e não dos Trovoadas” ou de quaisquer outros políticos ou famílias.

"Houve uma tentativa de fraude eleitoral. Porquê? A quem servia?" - perguntam.

Se é assim ou não está por provar. O que não há dúvida é que este processo eleitoral enfermou de muitas irregularidades – como referem os candidatos. A CNE ao anunciar a vitória do candidato dos Trovoada indevidamente foi “a cereja em cima do bolo podre”, referiram santomenses - que “nem por sombras querem ver o país a 100% na posse da família Trovoada”.

Facto é que se não for a 100% pode vir a acontecer em larga percentagem, dizemos nós. (PG)

Maria das Neves acusa Evaristo de Carvalho de querer ganhar "no gabinete"

A candidata derrotada nas eleições presidenciais são-tomense Maria das Neves acusou hoje a candidatura do seu adversário Evaristo de Carvalho de querer ganhar "previamente no gabinete".

Na sua primeira declaração pública depois de divulgados os resultados provisórios que a colocaram em terceira posição com 24,1% dos votos, Maria das Neves diz que depois do ato eleitoral de domingo passado "São Tomé e Príncipe vive momentos verdadeiramente preocupantes", que ameaçam mesmo a "jovem democracia" do país.

"Estamos perante um processo ardilosamente preparado e previamente anunciado, visando no essencial impor-nos uma vitória arrancada das urnas custe o que custasse e à primeira volta", disse.

"Esta forma antidemocrática, por isso fraudulenta, injusta e não transparente levou o partido no poder e o seu candidato a festejarem apressadamente uma vitória que só eles tinham decidido", sublinhou Maria das Neves numa declaração lida aos jornalistas.

"A panóplia de irregularidades e violações que foram objeto essas eleições e que, no nosso entender viciaram à partida todo o processo, levou a nossa candidatura a recusar publicamente os resultados, exigindo a sua anulação porque não foram livres, nem justas, nem transparentes", acrescentou.

Maria das Neves considera falsos os argumentos da Comissão Eleitoral são-tomense segundo os quais os resultados da votação em Maria Luísa e na diáspora ditaram a realização de uma segunda volta do escrutínio.

"Trata-se de um falso pretexto que indica como todo este processo está eivado de vícios que reclamam a sua anulação", explica Maria das Neves.

Por seu lado, o Movimento de Libertação de São Tomé - Partido Social democrata (MLSTP-PSD) principal partido da oposição que apoiou a candidatura de Maria das Neves pediu hoje a demissão da Comissão Eleitoral Nacional, particularmente do seu presidente.

O MLSTP-PSD alerta a toda a comunidade internacional para as consequências que daí poderão advir devido a falta de transparência revelada pela comissão Eleitoral Nacional", diz o comunicado lido por Aurélio Martins, presidente deste partido.

Os sociais-democratas criticam também "a presença excessiva e fortemente armada das forças de segurança e militares nas assembleias de voto, numa clara atitude de coação psicológica sobre os eleitores".

Também o Movimento Democrático Forças de Mudança - Partido Liberal (MDFM-PL) que apoiou a candidatura de Maria das Neves exigiu também hoje a demissão do presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN) Alberto Pereira.

"Essas eleições foram imbuídas de vícios, irregularidades, de erros e diríamos mesmo de corrupção. São Tomé e Príncipe tem vindo a realizar eleições com normalidade, mas desta vez houve situações imperdoável. Por isso exigimos a demissão do presidente da comissão eleitoral", disse Manuel de Deus Lima, membro da comissão politica deste partido em conferência de imprensa hoje.

MYB // APN - Lusa

Pinto da Costa recusa ir à segunda volta sem demissão da Comissão Eleitoral

O candidato presidencial são-tomense Manuel Pinto da Costa exigiu hoje a destituição da Comissão Eleitoral, senão recusará participar numa eventual segunda volta das eleições de domingo passado, nas quais ficou em segundo lugar.

O diretor de campanha do também atual presidente de São Tomé e Príncipe leu aos jornalistas um comunicado em que se considera " não haver condições objetivas e subjetivas" para ir à segunda volta com o candidato mais votado, Evaristo Carvalho, porque se passaram "uma série de ilícitos punidos pela lei eleitoral".

Por isso, afirmou Guilherme Posser da Costa, exige-se "a destituição da atual comissão eleitoral", que está a "prestar um muito mau serviço à nação".

Só assim, considera a candidatura de Pinto da Costa, é que estarão "restabelecidas todas as condições legais que garantam que as eleições sejam verdadeiramente livres, justas e transparentes".

O apuramento final da primeira volta das eleições presidenciais em São Tomé e Príncipe, realizada no passado domingo, será feito na segunda-feira pelo Tribunal Constitucional (TC), disse na quinta-feira à Lusa o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional (CEN).

Ambrósio Quaresma disse que é possível que seja necessária a realização de uma segunda volta, mas a decisão final será da responsabilidade do TC.

Os resultados provisórios anunciados no dia das eleições apontavam para uma vitória à primeira volta do candidato apoiado pelo governo, Evaristo Carvalho, com 50,1% dos votos, contra 24,8% do recandidato ao cargo Manuel Pinto da Costa e 24,1% de Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).

Os resultados anunciados no domingo pela CEN indicavam que Evaristo Carvalho havia vencido à primeira volta por apenas 188 votos de diferença relativamente à soma dos demais candidatos.

As candidaturas de Manuel Pinto da Costa e Maria das Neves apresentaram na terça-feira um pedido de impugnação junto do Supremo Tribunal de Justiça são-tomense, alegando "várias irregularidades com a votação de eleitores que se haviam abstido".

MYB/APN // APN - Lusa - Na foto a candidata Maria das Neves

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