O
Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, nomeou hoje Raúl Luís Dique, oriundo da
antiga guerrilha da Renamo, principal partido de oposição, vice-chefe do
Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), refere
um comunicado da Presidência da República
Segundo
a nota, antes de o nomear para o cargo, o chefe de Estado moçambicano promoveu
Dique à patente de major-general.
Dique
substitui no cargo Olímpio Cambona, também proveniente da antiga guerrilha da
Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), exonerado do posto em julho.
A
indicação de uma figura da Renamo para aquele posto segue uma tradição iniciada
na sequência do Acordo Geral de Paz (AG), assinado entre o principal partido de
oposição e o Governo moçambicano em 1992, para pôr termo a 16 anos de guerra
civil.
O
acordo, apesar de o Governo moçambicano referir que já não é vinculativo,
previa que as FADM tivessem uma hierarquia bipartida entre as forças
governamentais e a guerrilha da Renamo, que combateu as ex-Forças Populares de
Libertação de Moçambique (FPLM), do Governo, até 1992.
A
Renamo acusa o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de
marginalizar os oficiais da sua antiga guerrilha, substituindo-os pelos quadros
militares do partido no poder.
A
despartidarização das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas é uma das
exigências da Renamo nas negociações em curso com o Governo, visando o fim da
atual vaga de violência armada, que eclodiu na sequência da recusa do principal
partido de oposição de reconhecer a derrota nas eleições gerais de 2014.
PMA
// EL - Lusa
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