Partidos
extraparlamentares de Moçambique anunciaram hoje que vão juntar-se às
organizações da sociedade civil na marcha convocada para sábado em Maputo a
exigir o fim imediato das hostilidades militares.
"Nós
também estaremos na rua, juntamente com as organizações da sociedade civil para
protestar e exigir o fim deste conflito", disse o presidente do Partido
Ecologista Movimento da Terra, João Massango, falando durante uma conferência
de imprensa, em representação de várias formações partidárias
extraparlamentares.
A
marcha, que decorrerá sob o lema "O Povo já não aguenta", começará às
07:30 de Maputo (06:30 em Lisboa) e vai percorrer algumas das principais
avenidas do centro da capital.
À
semelhança das organizações da sociedade civil, segundo João Massango, os
partidos extraparlamentares já emitiram um pedido ao Governo e à Resistência
Nacional Moçambicana (Renamo) para participar no processo negocial, estando
agora à espera de uma resposta.
"A
paz não é só do interesse da Renamo e da Frelimo [Frente de Libertação de
Moçambique], é uma questão de todos", afirmou João Massango, remetendo
para os próximos dias detalhes sobre o pedido.
João
Massango disse ainda que partidos extraparlamentares estão a organizar uma
série de manifestações caso as partes não cheguem a um consenso.
"Estamos
a preparar um leque de manifestações contra toda esta situação e serão
manifestações que começam mas não terminam ", declarou o líder do partido
Ecologista, sem avançar datas nem detalhes dos protestos.
Na
quarta-feira, os mediadores internacionais nas negociações de paz em Moçambique
divulgaram uma proposta às delegações do Governo moçambicano e da Renamo para a
suspensão imediata das hostilidades militares, mas as partes não chegaram a
acordo e as conversações estão interrompidas até 12 de setembro.
Em
junho, as mesmas organizações da sociedade civil foram às ruas para protestar
contra a crise política e económica que o país atravessa, exigindo a
responsabilização dos autores das chamadas dívidas escondidas, que totalizam
1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros), e que fizeram disparar a
dívida pública para 86% do Produto Interno Bruto.
Declarações
públicas de organizadores da marcha do próximo sábado já deram a entender que,
além da exigência de paz, a crise económica em Moçambique e o caso das dívidas
escondidas também constarão das palavras de ordem.
AYAC
// EL - Lusa
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