sábado, 22 de outubro de 2016

Angola. A PROSA DO DISCURSO E DO MEDO – Fernando Vumby



NÃO CONSIDERO DE RÉPLICA O DISCURSO DE SAMAKUVA

Fernando Vumby, opinião

Ele fez aquilo que merece o verdadeiro e digno nome de uma mensagem sobre o Estado da Nação, o que José Eduardo Dos Santos não sabe e nem consegue fazer por falta de visão, mente apodrecida, pobreza intelectual e falta de racionalidade.

Perdem -se e acabam ficando pelo vazio, aqueles que tentam comparar um Samakuva com o JES, não há comparação possível, pois a diferença entre um e o outro é como da merda-seca de um bolo tão bem feito que ninguém se cansa em saborear horas inteiras.

E quem é sensato sabe o quanto saboroso é ouvir Samakuva discursando sem torturar os seus ouvintes com estatísticas imaginadas e conversa fiada tipo rato que morre e sofre. Como o faz de forma já habitual, atabalhoada e nojenta, JES com os seus discursos - que ainda estou para saber se é o Bento kangamba que os escreve ou não, dado o mau cheiro dos mesmos.

Portentoso discurso de Samakuva que me fez recordar estes grandes líderes que marcaram a história das revoluções no mundo. E creio não ser nenhum exagero compará-lo a alguns destes.

ALEXANDRE O GRANDE

Alexandre, o Grande (356 a.C. – 323 a.C): lembrado como o maior conquistador do mundo antigo, teve como mentor intelectual o grande pensador grego Aristóteles e tornou-se rei aos 20 anos de idade, após o assassinato de seu pai, rei Filipe II.

Sua personalidade foi descrita ao longo dos séculos sob muitos aspectos diferentes, mas as características que mais lhe favorecem são as de que era um homem de visão, extremamente inteligente, com um profundo respeito a quem derrotava (permitiu às cidades dominadas a manutenção de governantes, religião, língua e costumes), além de grande admirador das ciências e das artes.

O general veio a falecer 12 anos após sua campanha militar, aos 32 anos de idade, possivelmente como resultado de malária, envenenamento, febre tifóide, encefalite ou como consequência do alcoolismo.

NAPOLEÃO BONAPARTE

Napoleão Bonaparte (1769 – 1821): exímio estrategista e amado por seus soldados e pelo povo francês, foi o grande líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa.

Por esse motivo, pode ser considerado o último grande conquistador da História – assumiu o poder na França com um golpe de Estado e iniciou uma campanha expansionista que o fez dominar quase todo o território da Europa no começo do século XIX. Também deixou sua marca na política que viria a seguir: sua reforma legal chamada “Código Napoleónico” teve uma grande influência na legislação de vários países.

LINCOLN - FILME

Abraham Lincoln (1809 – 1865): político e advogado autodidata, foi o 16º presidente dos EUA, o qual liderou o país durante a Guerra Civil Americana, preservou a União e aboliu a escravidão (dando força para o governo nacional e modernizando a economia ao fazê-lo). Foi o primeiro presidente estadunidense assassinado que deixou toda a nação de luto. É considerado pelos estudiosos como um dos 03 maiores presidentes do país, lado a lado com George Washington e Franklin Roosevelt, e inspirou o filme homónimo “Lincoln” (foto), ganhador de diversas categorias no Oscar de 2012.

FRANKLIN ROOSEVELT

Franklin D. Roosevelt (1882 – 1945): foi o único presidente dos EUA a ser eleito por 04 mandatos, governando de 1933 a 1945 (ano em que veio a falecer). Liderou durante a Grande Depressão dos anos 30 e a Segunda Guerra Mundial (que durou de 1939 a 1945). Fez a democracia vencer a ameaça do nazismo de Adolf Hitler, e colocou os Estados Unidos na condição de maior potência econômica e militar do mundo.

MAHATMA GANDHI

Mahatma Gandhi (1869 – 1948): grande ícone do fim do colonialismo, foi o líder do movimento de independência da Índia e o maior defensor da Satyagraha, filosofia de não-violência como meio de revolução – também conhecido como “Caminho da Verdade”, que influenciou as gerações seguintes de ativistas democráticos e anti-racistas, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Gandhi usava a greve de fome como seu maior método de protesto.

MARTIN LUTHER KING

Martin Luther King (1929 – 1968): transformou os Estados Unidos na luta contra a segregação racial e pelos direitos civis, servindo como exemplo para outras batalhas pela igualdade mundo afora. Inspirado em Gandhi, também usava da filosofia da não-violência e, em 1963, liderou a marcha sobre Washington, reunindo mais de 200 mil pessoas em protesto – incluindo Bob Dylan e diversos artistas, além de líderes políticos, sindicais e religiosos. Foi nesse grande evento que fez seu célebre discurso “Eu tenho um sonho”.

E você, angolano? Tem algum sonho inspirado nas ideias destes grandes líderes mundiais?

Eles já entraram para a História, agora só falta você fazer a sua parte. Mãos à obra!

É O MEDO EXAGERADO, PERSISTENTE E QUASE IRRACIONAL, QUE FAZ DOS ANGOLANOS O POVO MAIS AVACALHADO E HUMILHADO!

Nada melhor do que iniciar este texto deixando essas duas  perguntas no ar:

1) - Para haver manifestações como as que tem havido, não é melhor ficar-se quieto?

2) - Se nem sempre uma fruta apodrecida numa árvore cai com um simples abanão , não é uma aventura tentar - se derrubar um regime com um sopro?

Entre tanta coisa que é difícil perceber e já vi, que se me esforçar para tentar perceber ainda poderei dar em louco, uma delas é como é que pode haver mais gente na hora de se enterrar mortos e nos combas do que na hora em que se tem que defender os vivos e seus direitos?

Tenho medo que os angolanos estejam padecendo de alguma doença que os inibe de mostrarem seus rostos com sua presença em manifestações justas e consagradas ate mesmo pela própria lei constitucional nacional, pois essa alegação de medo dos blindados e dos cães policias me parece um certo exagero se olharmos para outras paragens onde os povos enfrentam de peito aberto todos os meios bélicos dos seus regimes na luta pela justiça social e seus direitos.

Essa minha conversa com um angolano fez-me acreditar que os angolanos podem mesmo estar padecendo de alguma doença que ainda não deram conta, será?

"Amigo Vumby, eu fui ate ao largo Primeiro de Maio e estava disposto a participar pela primeira vez mesmo apesar de haver pouca gente presente na manifestação popular organizada pelos ditos Revús, mas posto lá comecei a suar, sentindo-me tão mal disposto, e a primeira reação que me veio pela cabeça foi mesmo o ter de fugir daquela situação e assim afinal mais uma tentativa se esgotou e não consegui vencer o medo inexplicável que chegou sem avisar."

O amigo concluiu dizendo ainda que também havia gente presente, alguns roendo suas unhas, mordendo seus lábios, fumando descompassadamente dando claros sinais de que lhes faltava coragem para continuarem presentes e talvez fosse mesmo o único jeito que encontravam como se refugiar daquela situação...

Fiquei sem jeito e estou cada vez com mais medo de que os angolanos estejam sim realmente ja paiados, sem saída e quem sabe padecendo de alguma doença sem cura que os livre deste exagerado medo e passividade muito fora do comum.

Fórum Livre Opinião & Justiça - Fernando Vumby

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