Rendas
das casas, eletricidade, transportes públicos e portagens ficam mais caros a
partir de hoje e outras subidas de preços chegam ao longo do ano, como os
refrigerantes e o tabaco.
Eis
os aumentos que entram em vigor este ano:
Rendas -
O valor das rendas deverá aumentar 0,54% em 2017, o que representa a maior
subida desde 2014, tendo em conta dos números da inflação dos últimos 12 meses
até agosto, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nos
últimos 12 meses até agosto, a variação do índice de preços excluindo a
habitação foi de 0,54%, valor que serve de base ao coeficiente utilizado para a
atualização anual das rendas, ao abrigo do Novo Regime do Arrendamento Urbano
(NRAU), e que representa mais 54 cêntimos por cada 100 euros de renda.
O
aumento de 0,54% das rendas, aplicável tanto ao meio urbano como ao meio rural,
segue-se à subida de 0,16% registada em 2016 e ao congelamento ocorrido em 2015
na sequência da variação negativa do índice de preços excluindo a habitação
registado nesse ano.
Eletricidade
- As tarifas de eletricidade no mercado regulado vão subir 1,2% para os
consumidores domésticos a partir de hoje, o que representa um aumento de 57
cêntimos numa fatura média mensal de 47 euros.
As
tarifas transitórias para os consumidores que ainda não migraram para o mercado
liberalizado, que vigoram até ao final de 2020, têm a variação mais baixa desde
2006, ano em que o aumento foi igualmente de 1,2%.
Já
a tarifa social da eletricidade continuará a representar um desconto de 33,8%
face às tarifas transitórias de venda a clientes finais (antes do IVA e outras
taxas), isto é, os preços de referência do mercado regulado, mas os
consumidores que já estão no mercado livre beneficiam da mesma redução.
Portagens
- Uma em cada cinco portagens nas autoestradas portuguesas terá um aumento
de 5 ou 10 cêntimos a partir de hoje, existindo três vias portajadas com
subidas mais acentuadas.
A
autoestrada Lisboa-Porto vai ficar 35 cêntimos mais cara este ano para a classe
1, passando a viagem a custar 21,60 euros, e a A2 Lisboa-Algarve 25 cêntimos,
com o percurso a chegar aos 20,45 euros com o novo tarifário.
O
terceiro maior aumento - de 15 cêntimos - acontece na A22, conhecida como Via
do Infante, no Algarve, que passa a custar 8,7 euros.
As
portagens das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, em Lisboa, terão um aumento
que varia entre os 5 (classe 1, em ambas as pontes) e os 15 cêntimos (classe 4,
na Vasco da Gama).
Assim,
os utentes com veículos de classe 1 vão passar a pagar 1,75 euros para
atravessar a ponte 25 de Abril e 2,75 euros na ponte Vasco da Gama.
Transportes
públicos - Os preços dos transportes públicos vão aumentar 1,5% este ano,
o que em Lisboa significa uma subida entre 0,10 e 1,30 euros, por exemplo.
Por
seu lado, os estudantes universitários até aos 23 anos vão, a partir do ano
letivo 2017/2018, poder aceder a um desconto de 25% do valor do passe mensal.
Em
2015 e 2016 não houve aumentos dos transportes públicos e o aumento previsto
para 2017 acompanha a previsão para a inflação.
As
famílias vão poder deduzir à coleta do IRS um montante equivalente a 100% do
IVA suportado na aquisição de passes mensais, que é de 6%.
Automóvel
- Este ano, o Imposto Único de Circulação (IUC) aumenta em média 0,8%, mas
as subidas poderão atingir um teto máximo entre 6,5% e 8,8% para os veículos
mais poluentes.
Assim,
se os automóveis tiverem emissões entre os 180 e os 250 gramas por quilómetro
corresponde a um aumento de 38,08 euros, o que traduz uma subida de 6,5%,
enquanto se a marca dos 250 gramas por quilómetro for ultrapassada a fatura
terá um acréscimo de 65,24 euros, o equivalente a mais 8,8%.
Já
o Imposto sobre Veículos subirá em redor dos 3,2%, segundo as contas da
Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA).
Tabaco
- O preço do maço de tabaco vai aumentar 10 cêntimos para refletir a
subida do Imposto sobre o Tabaco (IT).
À
Lusa, André Marques, dirigente da Associação Nacional de Grossistas de Tabaco,
confirmou recentemente este aumento, mas indicou que só deverá acontecer depois
de concluído o primeiro trimestre do ano, uma vez que ainda há 'stock' para
escoar.
A
tributação que recai sobre o tabaco é feita por via de duas componentes de
imposto (um sobre o elemento específico e outro sobre o valor do tabaco) e o
Orçamento do Estado para 2017 definiu um aumento da tributação referente ao
elemento específico em cerca de um cêntimo, disse à Lusa o fiscalista da
Deloitte Afonso Arnaldo.
No
entanto, explicou o fiscalista, o aumento será superior porque as tabaqueiras
repercutem o imposto no maço de tabaco arredondando o preço aos cinco ou aos
dez cêntimos, o que significa que, no final, o aumento do preço depende das
margens que as tabaqueiras entendam aplicar.
Por
outro lado, o Orçamento do Estado define que o imposto sobre os cigarros
eletrónicos seja reduzido para metade, para 30 cêntimos por mililitro de
líquido contendo nicotina.
Refrigerantes
- A partir de fevereiro, as bebidas com açúcar vão aumentar até 30
cêntimos por cada garrafa de 1,5 litros, segundo estimativas da consultora
Deloitte.
Em
causa está o alargamento do Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas
(IABA), o imposto que até aqui tributava as bebidas consoante o álcool, mas que
com o Orçamento do Estado vai começar a taxá-las consoante também o nível de
açúcar.
A
Lusa contactou as associações do setor para perceber como será acomodada esta
nova tributação nos preços finais para o consumidor, que recusaram falar sobre
o assunto por razões de concorrência.
Contactadas
pela Lusa, a Coca-Cola e Pepsi não comentaram se vão aumentar preços dos
refrigerantes no próximo ano, apesar do novo imposto aplicado às bebidas açucaradas.
Jornal
de Notícias - Foto: Arquivo/Global Imagens
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