Zhou
Qiang aconselhou os juízes do Continente a não caírem no que diz ser a
“armadilha ocidental da separação de poderes”. As declarações do presidente do
Supremo Tribunal Popular suscitaram uma vaga de contestação: mais de uma dezena
de advogados exigem a demissão do responsável pela mais poderá instância
judicial da República Popular da China.
Mais
de uma dezena de advogados chineses pediram a demissão do presidente da máxima
instância judicial da China, depois de este ter apelado aos juízes para que não
caiam na “armadilha ocidental” da separação de poderes.
Zhou
Qiang, o magistrado que lidera o Supremo Tribunal Popular da China, disse que
os tribunais do país devem resistir à “ideologia errada” do Ocidente, refutando
princípios como a democracia constitucional, a separação de poderes e
independência do sistema judiciário.
Na
República Popular da China, o “papel dirigente” do Partido Comunista (PCC), que
governa o país desde 1949, é um “princípio cardial”, estando o sistema judicial
subordinado ao poder político.
Ainda
assim, nos últimos anos foram realizadas algumas reformas a nível local,
visando garantir maior independência dos juízes, dos tribunais e da própria
máquina de justiça.
Porém,
citado pela agência oficial Xinhua, Zhou Qiang lembrou que a ideologia é um
factor importante na avaliação de funcionários do Governo e que aqueles que violarem
os requisitos ideológicos devem ser punidos.
Segundo
informou o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), os comentários
do presidente do Supremo Tribunal Popular do Continente levaram mais de uma
dezena de advogados a pedir a sua demissão.
Zhou
Qiang “não está à altura do seu cargo ao contrariar a tendência mundial de
independência do sistema judicial”, afirmou o grupo num baixo assinado, citado
pelo South China Morning Post.
Após
ascender ao poder, em 2013, o Presidente da República Popular da China, Xi
Jinping, anunciou uma reforma no sistema legal, visando garantir o primado da
lei.
No
entanto, o regime promoveu uma campanha repressiva contra activistas
pró-democracia e advogados que trabalham em casos considerados sensíveis para o
Governo.
Desde
2015, centenas de advogados chineses dos direitos humanos foram detidos,
interrogados e alguns condenados à prisão por “subversão do poder do Estado”.
Sem comentários:
Enviar um comentário