O
ex-banqueiro Ricardo Salgado foi constituído arguido por corrupção e mais 4
crimes na Operação Marquês. A confirmação é da Procuradoria-Geral da República.
Ricardo
Salgado, ex-presidente do BES, está desde as dez da manhã a ser interrogado no
Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) no âmbito da Operação
Marquês como arguido A confirmação é da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A
PGR acabou de emitir comunicado a confirmar que Salgado é arguido na Operação
Marquês pelos crimes de “corrupção, abuso de confiança, tráfico de influência, branqueamento e fraude
fiscal qualificada”.
Em
causa estarão as várias ligações do Grupo Espírito Santo ao chamado caso
Sócrates, nomeadamente através do empresário e amigo do ex-primeiro-ministro,
Carlos Santos Silva.
A
confirmar-se a constituição de arguido, será a terceira vez que Ricardo Salgado
terá essa condição processual. A primeira vez que foi ouvido como arguido
(tendo sido inclusive detido para interrogatório) foi em julho de 2014 no
âmbito do processo Monte Branco, passando a ser oficialmente suspeito dos
crimes de fraude fiscal qualificada e de branqueamento de capitais. A segunda
ocasião ocorreu precisamente um ano depois mas já no âmbito do caso BES e a
lista dos crimes imputados ao ex-líder executivo do BES foi mais extensa:
corrupção ativa no sector privado, burla qualificada, falsificação de
documento, falsificação informática, fraude fiscal qualificada e branqueamento
de capitais.
No
que diz respeito à Operação Marquês, Ricardo Salgado tem estado na mira do
Ministério Público a propósito da origem dos fundos que foram depositados nas
contas suíças de Carlos Santos Silva, o alegado testa-de-ferro de José
Sócrates. A equipa do procurador Rosário Teixeira suspeita que boa parte dos
mais de 20 milhões de euros reunidos por Santos Silva tenham tido origem em
sociedades do Grupo Espírito Santo (GES), nomeadamente a Espírito Santo
Enterprises — o famoso saco azul do grupo liderado por Ricardo Salgado.
Tais
transferências, tal como o Observador já noticiou, terão sido uma alegada
contrapartida por eventuais benefícios concedidos pelo Governo de José Sócrates
em diferentes negócios que beneficiaram o GES.
As
investigações no âmbito da operação Marquês correm há mais de dois anos e devem
estar concluídas em março deste ano.
Ana
França / Luís Rocha - Observador
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