Portugal
voltou a ser o país que mais vende a Angola, no terceiro trimestre de 2016,
após vários meses de liderança da China, que por sua vez comprou mais petróleo
angolano no mesmo período, face ao anterior.
De
acordo com o documento estatístico do comércio externo do terceiro trimestre,
do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano, libertado apenas este mês
e ao qual a Lusa teve hoje acesso, Portugal vendeu a Angola, entre julho e
setembro de 2016, mais de 74.394 milhões de kwanzas (421,8 milhões de euros) em
bens e serviços.
Trata-se
de um aumento de 21,4% face ao trimestre anterior, mas um registo que ainda
fica 12,5% abaixo face tendo em conta as vendas feitas por Portugal no mesmo
período, mas de 2015, ano que marcou o agravamento da crise angolana devido à
quebra nas receitas com a venda de petróleo.
A
quota de Portugal nas importações totais angolanas subiu desta forma para
14,8%, logo seguido pelos Estados Unidos, com uma quota de 12,6% e vendas, no
mesmo período, de 63.200 milhões de kwanzas (358 milhões de euros), e da China,
com um quota de 12,4% e 62.362 milhões de kwanzas (353 milhões de euros).
No
total, as importações angolanas caíram quase 20%, face ao mesmo período de
2015, para 502,9 mil milhões de kwanzas (mais de 2.500 milhões de euros).
No
plano inverso, a China mantém-se, como há vários anos, na liderança das
exportações angolanas, essencialmente de petróleo, tendo comprado o equivalente
a 565,2 mil milhões de kwanzas (3.200 milhões de euros) no terceiro trimestre.
Trata-se de um aumento (em valor, devido ao aumento entretanto verificado na
cotação de crude) de 36,3% face ao mesmo período de 2015 e de mais 30,7% tendo
em conta o segundo trimestre de 2016.
A
quota da China nas exportações angolanas passou dos 35% do total no segundo
trimestre do ano para 40%, no terceiro trimestre, segundo os indicadores do
INE.
Depois
da China, a Índia foi o segundo país que mais crude comprou a Angola (94% das
exportações angolanas foram petróleo), no valor de 108,6 mil milhões de kwanzas
(615 milhões de euros) e com uma quota do total de 7,7%, enquanto os Estados
Unidos compraram 86,6 mil milhões de kwanzas (491 milhões de euros),
representando uma quota total de 6,1%.
Taiwan,
apesar do diferendo chinês e das fortes relações entre Angola e a República
Popular da China, surge no quarto lugar do destino das exportações angolanas,
tendo comprado 68,1 mil milhões de kwanzas (386 milhões de euros) e com uma
conta de 4,8% do total.
Portugal
volta no terceiro trimestre a figurar entre os 10 principais destinos das
exportações de Angola, com compras no valor de 59,1 mil milhões de kwanzas (335
milhões de euros) e um quota de 4,2%, tal como a França.
Globalmente,
as exportações angolanas aumentaram para 1,411 biliões de kwanzas (oito mil
milhões de euros) entre julho e setembro, mais 14,5% face ao segundo trimestre
do ano e uma subida de 32,5% em termos homólogos, tendo em conta 2015.
Este
aumento foi essencialmente influenciado pela subida da cotação do petróleo no
mercado internacional, tendo em conta o registo do trimestre anterior.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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