Cabo Verde confirma suspensão de voto na ONU
O
ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde confirmou hoje que o país tem
o direito de voto nas Nações Unidas suspenso por pagamentos em atraso, prevendo
para os próximos dias o pagamento parcial da dívida.
Numa
declaração à agência Lusa, a partir de Bruxelas, Luís Filipe Tavares, confirmou
a existência de pagamentos em atraso a várias organizações internacionais,
remetendo responsabilidades sobre esta situação para o anterior executivo do
Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
"Herdamos,
infelizmente, do anterior governo muitas dívidas relativas ao não pagamento de
quotas a várias organizações internacionais onde estamos presentes,
nomeadamente às Nações Unidas", disse.
O
ministro adiantou que o atual Governo do Movimento para a Democracia (MpD) está
"a negociar e a pagar, progressivamente e de acordo com as possibilidades,
todas essas dívidas".
"Nos
próximos dias, procederemos ao pagamento, através do Ministério das Finanças,
de aproximadamente 62.000 milhões de escudos (cerca de 560 mil euros) em atraso
a várias organizações internacionais, incluindo obviamente as Nações
Unidas", acrescentou Luís Filipe Tavares.
Cabo
Verde é um dos 14 países que viu suspenso o seu direito de voto na Assembleia
Geral das Nações Unidas por atrasos no pagamento à organização superiores a
dois anos de quotas.
Segundo
carta endereçada à Assembleia Geral pelo secretário-geral das Nações Unidas,
António Guterres, a 25 de janeiro, para retomar o seu direito de voto, Cabo
Verde terá que efetuar um pagamento mínimo de 11.500 dólares (cerca de 11 mil
euros).
Sem
avançar o valor global da dívida às Nações Unidas, Luís Filipe Tavares adiantou
à agência Lusa que o pagamento que Cabo Verde fará nos próximos dias "será
suficiente" para o país retomar o direito de voto na ONU.
Para
o chefe da diplomacia cabo-verdiana, Cabo Verde "quer ser, não apenas um
país de boa governação, mas também um país que cumpre com as suas obrigações
internacionais".
Em
2016, Cabo Verde devia 2,7 milhões de euros em cotizações às organizações
internacionais.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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