Abdulai
Keita∗, opinião
I
– Nota de partida
Li
com muita atenção o artigo da opinião cá indicado, intitulado “o que é e como
atua um Barão da Droga? Em defesa de José Mário Vaz e Braima Camará”, da
autoria de Sr. Maram Sani (Cif., http://guineendade.blogspot.ch/
2017/03/opi niao-o-que-e-e-como-atua-um-barao-da.html#comment-form;
acessado, 22.03. 2017). E o que eu tenho a dizer neste debate em jeito de um
rápido comentário, é o seguinte que segue no subsequente, concluído por uma
resposta definitiva, endereçada a este autor e além.
II
– Comentário
A
Guiné-Bissau é a Guiné-Bissau, tal e qual. Eu sou bissau-guineense e orgulho-me
muito de ser bissau-guineense. E é a partir desta posição que me digo. Para
servirmos bem hoje este país, temos que saber muito bem PARTIR DA NOSSA
REALIDADE E SERMOS BEM REALISTAS (parafraseando camarada Cabral). No sentido de
termos e metermo-nos bem na cabeça, para se ter a ideia clara de quem somos nós
no atual contexto e quadro do mundo globalizado ou em globalização. O que
podemos, devemos e, o que não podemos e não devemos permitir-nos, neste
contexto e quadro, nunca, mas nunca mesmo. Sobretudo no exercício das funções
políticas neste nosso país querido do Povo Bom e, consequentemente,
empreendimento e execuções de ações decorrentes de tais funções.
Quero
dizer, é, que isso significa que, nós temos que saber bastante bem que somos UM
PAÍS PEQUENINO DE ÁFRICA OCIDENTAL; UM PAÍS PÓS-COLONIAL, mas continuando a
viver ainda económicamente na pura e dura situação colonial num contexto
político não colonial (qualquer coisa que fazemos ou fizermos é da nossa
inteira responsabilidade – o Tuga já se foi embora desde o Outubro de 1974
deixando-nos efetivamente as sequelas do povo colonizado).
Em
todo o caso estamos nesta situação. Mas é nesta situação que somos outra coisa
também. Somos, atenção!, UM PAÍS RICO, MAS APENAS POTENCIALMENTE. Em relação a
nossos recursos naturais (mineiro, haliêutico, faunístico, florestal e
paisagístico) e humanos (conhecimentos, competências técnico-profissionais e
experiências prático-operativas dos nossos pequenos agricultores [rizicultores
de mangrove em particular], pequenos criadores de gado e artesões, em
diferentes domínios das suas práticas produtivas e sociais).
Não
obstante desta situação toda, e tenhamos a coragem de também dize-lo em voz
alta, continuamos UM PAÍS MUITO PROBRE DE MANEIRA EFETIVA, REAL, PRÁTICA E
MATERIALMENTE NA VIDA DE DIA-A-DIA. Em relação às insuficiências dos nossos
conhecimentos, às insuficiências das nossas competências técnico-profissionais
(da pesquisa cientifica fundamental e aplicada, desenvolvimento de produtos
materiais e imateriais e, produção e comercialização destes), às insuficiências
das nossas experiências prático-operativas e às insuficiências dos nossos meios
financeiros, com os quais lançamo-nos nos desafios mundiais dos nossos tempos
para fazer face aos problemas do nosso mundo contemporâneo globalizado e/ou em
globalização.
Temos
tido casos de situações de instabilidades político-civis e/ou político-civis e
militares ao par, à repetição permanente, durante praticamente todo o período
dos últimos 19 anos. Por isso tornamo-nos, ou acentuou-se o nosso carácter de UM
PAÍS FRÁGIL OU FRAGILIZADO; e neste quadro e por tudo isso, por mal ou bem,
tornamo-nos até aqui, NUM PAÍS AINDA, MUITO DEPENDENTE DA “AJUDA” EXTERNA.
E
desde os tantos, pelo menos, 19 anos, tornamo-nos NUM PAÍS COM GRAVES PROBLEMAS
DE IMAGEM NEGATIVA no exterior e localmente junto da nossa própria população e
por isso, COM A NECESSIDADE URGENTE E IMPERATIVA DE ENTUSIASMAR ESTA NOSSA
PRÓPRIA POPULAÇÃO LOCAL E NOSSOS VERDADEIROS AMIGOS DE FORA. Para se poder
construir iniciativas sérias com o fim de poder sacudir uma vez por todas,
todos os elementos portadores das características negativas e prejudiciais e,
promover positivas e favoráveis antes indicadas aqui, para fazermos desde então
deste nosso país, deste tipo que é neste momento, um país de outro tipo.
Emancipado e respeitado em todo o mundo.
Mas
o caminho ainda até lá é longe. Mas será. Por isso, é minha posição esta aqui.
Em como resposta definitiva e com todo o respeito ao Sr. Maram Sani,
mesmo reconhecendo algo de aceitável numa ou outra passagem do argumento
apresentado neste seu artigo de opinião cá comentado. Eis esta minha resposta
de seguida.
III
– Resposta
Quando
as coisas são assim, tal como antes descrito (e não é tudo) neste texto, num
país tal como este nosso nesses nossos dias, e tudo isto é conhecido ou devendo
ser conhecido pelos seus habitantes, sobretudo os membros da sua elite
governante e seus intelectuais, NUM TAL PAÍS, ninguém se pode dar o luxo de se
meter em situações de querelas ou conflitos graves com PAÍSES DOS CARIZES DE
UMA POTÊNCIA MUNDIAL, DE GRANDE POTÊNCIA OU DE POTÊNCIA REGIONAL. Sem causa
forte justa (injustiça inaceitável contra a nação toda ou agressão de invasão,
por exemplo). Sobretudo, quando tratando-se dos problemas considerados
internacionalmente imorais nas organizações em que estes países e os países tal
como o nosso são membros. Ir contra este princípio é estrategicamente falso.
Totalmente falso. Independentemente das razões ou qual for que sejam os
justificativos.
Eis
porque Sr. Maram Sani, a Guiné-Bissau, o Estado bissau-guineense, não pode, nos
dias de hoje, de forma nenhuma, nem de perto, e nem de longe, PROTEGER,
propositada, deliberada, programática e “planificadamente” pessoas nenhumas,
enfocadas de “BARÃO DE DROGA” pelo governo estado-unidense ou outros atuais
estados de outros países do nosso mundo atual, do mesmo cabedal.
Obrigado.
Pelo
bom juízo e bom senso na nossa terra bem-amada, a Guiné-Bissau do POVO BOM.
Amizade.
Keita
*Pesquisador
Independente e Sociólogo (DEA/ED)
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