Martinho Júnior | Luanda
1-
As práticas de conspiração são, duma forma geral, a mais provada experiência
contínua levada a cabo pelo poder da hegemonia unipolar, onde quer que seja e
numa escala sem precedentes para a história da humanidade, desde 1945 aos
nossos dias!
Elas
são evidências dum princípio doutrinal de relacionamento com os outros que
integram procedimentos recorrentes, com duas alienações inerentes que lhe são
subjacentes, entre as muitas que poderíamos evocar, que eu realço: o “slogan” da “Guerra
Fria” e o“slogan” da “teoria da conspiração”!
A “Guerra
Fria” enquanto “slogan” por que, quando os ideólogos de feição
querem retratar a época de 1945 a 1991 recorrem a essa figura, aparentemente
limitada no espaço e no tempo, também por que a partir dela mais facilmente
reduzem todos os fenómenos sócio-políticos ao “diktat” de sua
alienação, algo que tanto serve a expressão sintomática da “civilização
judaico-cristã ocidental” e da NATO;
A “teoria
da conspiração” para, por um lado lavar a imagem dos fulcros globais do
poder hegemónico unipolar, por outro integrar com essa crença difusa e mil
vezes repetida, o pacote de medidas que compõem os métodos e vias de formatação
das mentalidades, (tornando-as avassaladas, dóceis ou submissas) que visam
melhor consolidar o seu domínio, inclusive nos termos duma acção psico-social
afim aos expedientes típicos da “afirmação” da hegemonia unipolar!
2-
De entre todas as experiências de práticas de conspiração, o Bloqueio a Cuba é
uma das mais longevas e extensivas no conhecimento explícito a que os políticos
e diplomatas de todo o mundo reconhecidamente recorrem a tempo integral,
praticamente de há mais de 50 anos!
Os
políticos e diplomatas de todo o mundo, enfrentam todos os anos na
Assembleia-Geral da ONU a queixa legitimamente apresentada por Cuba contra o
Bloqueio, face às respostas surrealistas daqueles que o promovem, deitando por
terra com esse exemplo as limitações e alienações de “slogans” como
os da “Guerra Fria”, como os da “teoria da conspiração”, ou ainda
como os temas referentes a “direitos humanos” que, por via da
subversão de sua própria definição, são tantas vezes utilizados no âmbito da
hegemonia unipolar para exercitar “um direito a intervir” que conduz
ao caos, ao terrorismo e à desagregação!
É
o domínio avassalador que com esse exemplo fica exposto irreversivelmente há
mais de 50 anos e é esse domínio, num dos seus termos mais atrozes, que tem
vindo a merecer a condenação global!
Todos
os anos Cuba apresenta a contabilidade desses estragos próprios dum poder
alucinado e irresponsável em relação às aspirações saudáveis de futuro para o
seu povo e para toda a humanidade!
Creio
que os estragos deixaram de ter qualificação, ou atributo, mesmo que sejam
quantificáveis: os furacões passam, mas o Bloqueio permanece para a ilha, como
um dos mais monstruosos crimes contra a humanidade!
3-
Muito recentemente o Parlamento russo condenou o Bloqueio, que é condenado
todos os anos, pelos políticos e diplomatas dos países emergentes e dos
componentes dos Não-Alinhados.
Ao
mesmo tempo que os “slogans” são pelas demonstrações práticas mais
diversas esvaziados de seus conteúdos de propaganda no âmbito da “civilização
judaico-cristã ocidental” (quer sobre a “Guerra Fria”, quer sobre
a “teoria da conspiração”, quer ainda sobre os estafados temas de “direitos
humanos” ou do “direito a intervir”) torna-se cada vez mais exigível
que os países emergentes e os não-alinhados não só se aproximem, como devem
passar, todos eles, a compor uma frente única extrapolada a partir de suas
próprias trincheiras, fortalecendo o universo multipolar!
Não
há razão alguma para a emergência (que não pertence a bloco militar algum),
estar de costas voltadas em relação ao Não-Alinhamento, tendo em conta a
identidade de princípios que afinal tanto os aproxima e os une na sua
diversidade multicultural face às práticas constantes de conspiração da
hegemonia unipolar!
A
reedição, agora ao estilo do século XXI, do conflito na Coreia, é outro exemplo
da falência limitativa da propaganda ao abrigo do“slogan” da “Guerra
Fria”!
O
Bloqueio a Cuba, é de facto um dos motivos mais dialeticamente explícitos e do
conhecimento geral que obrigam a que os Não-Alinhados revejam seus conteúdos,
unindo esforços no âmbito dum universo multipolar, à emergência que a todo o
transe procura a paz, a harmonia internacional, o consenso, o equilíbrio global
e o respeito para com a Mãe Terra!
Martinho
Júnior - Luanda,
3 de Outubro de 2017
Fotos
de práticas de conspiração:
-
Um dos maiores sucessos das práticas de conspiração – Gorbatchov e Ronald
Reagan: o princípio do colapso da URSS passou por suas assinaturas;
-
Votação anual, nas reuniões da Assembleia Geral da ONU, contra o Bloqueio
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