Jornal de Angola | editorial
Sob o lema “4 de Janeiro de 1961-
fonte de inspiração política para a independência nacional”, comemora-se hoje o
Dia dos Mártires da Baixa de Cassanje, data de celebração nacional que lembra o
massacre perpetrado pelas autoridades coloniais portuguesas contra as
populações da referida região, localizada entre Malanje e Lunda Norte.
A cidade de Mbanza Kongo, capital
da província do Zaire, acolhe hoje o acto central alusivo às comemorações do
57.º aniversário da repressão colonial portuguesa, que marcou o início da luta
de libertação nacional.
Hoje, passados 57 anos, podemos dizer que valeu a pena o levantamento popular que deu origem ao dia 4 de Janeiro de 1961, um acto histórico que deve ser preservado e ensinado às gerações mais novas.
Na verdade, as actividades para honrar os feitos dos pioneiros do nacionalismo angolano dos tempos modernos e a memória dos que perderam a vida, legar às gerações mais novas e futuras informação e conhecimento, começaram em Dezembro do ano passado.
Tal como defendem numerosas sensibilidades e com alguma razão, vale a pena comemorar com a realização de palestras, acções músico-culturais, mesa-redonda sobre o massacre da Baixa de Cassanje, as causas e consequências, não apenas na véspera e durante a referida data.
Tratando-se de um marco importante na vida dos povos de Angola e do Estado soberano e independente, o dia 4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Baixa de Cassanje, assume-se como um facto histórico de lição obrigatória nas instituições de ensino do país, públicas e privadas.
É recomendável e patriótico que os manuais escolares contenham descrição completa sobre esse acontecimento histórico, que nos honra a todos.
Na verdade, os acontecimentos que tiveram lugar na Baixa de Cassanje e outros que levaram à Independência Nacional devem servir para que as gerações actuais e em particular as mais novas encarem os desafios actuais de Angola com a mesma determinação e coragem.
Tal como foi possível às gerações de bravos nacionalistas levantarem-se com sucesso contra o poder colonial, deve ser igualmente possível vencermos desafios para a construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social.
Atendendo que fomos capazes de ultrapassar desafios mais ingentes como o fim da colonização, a manutenção da unidade e integridade territorial de Angola, a guerra, temos de estar determinados a vencer também o actual momento de crise económica e financeira.
Com o mesmo espírito e bravura dos mártires, devemos ser capazes de ultrapassar numerosos desafios que persistem ainda na nossa sociedade e, não raras vezes, perante os quais parecemos resignados.
Desafios da gestão e recolha do lixo, dedicação ao trabalho e aos estudos, cumprimento de horários e de compromissos, entre outros desafios do dia-a-dia, devem ser enfrentados com a mesma determinação e espírito que moveu os nacionalistas contra as autoridades coloniais.
É verdade que, em muitas esferas da vida, temos conseguido ser bem sucedidos, honrando muito bem a memória daqueles que se bateram para que os angolanos conquistassem a Independência Nacional. Mas precisamos de fazer mais para que, através de acções concretas consigamos fazer desta importante data de celebração uma inspiração para novas conquistas, sobretudo no âmbito económico e social.
Acreditamos que a maioria dos angolanos pode encarar as celebrações do Dia dos Mártires da Baixa de Cassanje como verdadeira fonte de inspiração para a materialização das acções que levarão à construção de um país bom para todos.
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