O fogo da Lousã em Outubro de
2017, um dos maiores do ano, teve causa negligente e a origem pode resultar do
não cumprimento pela EDP do regulamento de segurança das linhas eléctricas,
refere o relatório técnico entregue na terça-feira no Parlamento.
Segundo um documento que surge no
relatório da Comissão Técnica Independente, que tem como fonte o Sistema de
Gestão de Informação de Incêndios Florestais do Instituto da Conservação da
Natureza e Florestas (ICNF), a causa do fogo que começou a 15 de Outubro na
Lousã e se espalhou a nove concelhos é negligente e tem como ponto de origem as
linhas eléctricas.
"A ignição com origem nas
linhas eléctricas, neste caso particular em que terá sido provocada por queda
de árvore sobre uma linha de média tensão, pode resultar do não cumprimento do
regulamento de segurança das linhas eléctricas pela entidade gestora, a
EDP", refere o relatório da Comissão Técnica Independente entregue na
terça-feira no parlamento.
Os técnicos da comissão dizem que
em causa está "a distância mínima de segurança dos condutores [linhas
eléctricas] às árvores", que não deverá ter sido cumprida.
"Trata-se, neste caso, de situações devidamente regulamentadas e cujo cumprimento pode só por si evitar situações deste tipo e todas as suas consequências", acrescentam.
Esta é a segunda vez que a EDP é apontada nos relatórios de análise dos incêndios, sendo que no primeiro caso foi no documento elaborado pelo especialista Xavier Viegas para analisar os incêndios de Junho, especificamente o de Pedrogão Grande.
Na altura, o relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais concluiu que o fogo de Pedrógão Grande foi causado por "contactos entre a vegetação e uma linha eléctrica de média tensão" da EDP, que "não se encontrava devidamente cuidada".
"O incêndio mais grave resultou das ignições de Escalos Fundeiros e de Regadas, que, em nosso parecer, terão sido causados por contactos entre a vegetação e uma linha eléctrica de média tensão. Esta situação configura, em nossa opinião, uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de protecção da linha, por parte da entidade gestora", refere.
O documento sustenta que "com a diferença de cerca de uma hora e meia, esta linha terá produzido descargas e causado as ignições que deram origem aos dois incêndios".
Sublinha ainda que "as faixas de protecção da rede eléctrica de média tensão gerida pela EDP não se encontram devidamente cuidadas".
Na altura, a EDP Distribuição refutou as acusações, dizendo que a linha eléctrica estava com a zona de protecção "bem constituída" e o presidente do conselho de administração da empresa, João Torres, mostrou-se surpreendido com os resultados do relatório da equipa de Xavier Viegas.
Os incêndios do ano passado provocaram mais de 100 mortos e mais de 250 feridos.
"Trata-se, neste caso, de situações devidamente regulamentadas e cujo cumprimento pode só por si evitar situações deste tipo e todas as suas consequências", acrescentam.
Esta é a segunda vez que a EDP é apontada nos relatórios de análise dos incêndios, sendo que no primeiro caso foi no documento elaborado pelo especialista Xavier Viegas para analisar os incêndios de Junho, especificamente o de Pedrogão Grande.
Na altura, o relatório do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais concluiu que o fogo de Pedrógão Grande foi causado por "contactos entre a vegetação e uma linha eléctrica de média tensão" da EDP, que "não se encontrava devidamente cuidada".
"O incêndio mais grave resultou das ignições de Escalos Fundeiros e de Regadas, que, em nosso parecer, terão sido causados por contactos entre a vegetação e uma linha eléctrica de média tensão. Esta situação configura, em nossa opinião, uma deficiente gestão de combustíveis na faixa de protecção da linha, por parte da entidade gestora", refere.
O documento sustenta que "com a diferença de cerca de uma hora e meia, esta linha terá produzido descargas e causado as ignições que deram origem aos dois incêndios".
Sublinha ainda que "as faixas de protecção da rede eléctrica de média tensão gerida pela EDP não se encontram devidamente cuidadas".
Na altura, a EDP Distribuição refutou as acusações, dizendo que a linha eléctrica estava com a zona de protecção "bem constituída" e o presidente do conselho de administração da empresa, João Torres, mostrou-se surpreendido com os resultados do relatório da equipa de Xavier Viegas.
Os incêndios do ano passado provocaram mais de 100 mortos e mais de 250 feridos.
Lusa | em Negócios
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