O presidente do PSD quer que o
défice deste ano seja «substancialmente menos que 0,9%» e ainda uma
redução da carga fiscal – através da «racionalização da despesa do Estado».
Rui Rio já fixou a meta do
défice para 2018 e quer que este fique «substancialmente» abaixo de 0,9%
do Produto Interno Bruto (PIB). Em declarações à Lusa e à TVI,
na sede do partido esta tarde, disse mesmo esperar um défice zero
em 2019, ao mesmo tempo que pede uma redução da carga fiscal.
Apesar de falar em «reduções
pequeninas», o novo presidente do PSD quer que isso seja feito ao
mesmo tempo em que é feita a redução do défice. A solução, para Rio,
é criar «um programa de racionalização da despesa do Estado». O nome,
porventura ainda não definitivo, ressoa muito próximo do «Plano de Redução e
Melhoria da Administração Central» – o nome dado ao plano de
implementação das imposições da troika pelo governo do PSD e do CDS-PP, em
2011.
Ao fim de um mês
turbulento ao leme do PSD, em que viu três dos dirigentes escolhidos
por si envolvidos em investigações judiciais e em que acabou mesmo por perder o
secretário-geral, Rui Rio parece ter encontrado estabilidade nos números
das contas públicas e começou a desenhar a sua nova proposta política. No
entanto, a única novidade é sair da sua boca, porque o conteúdo não mudou
relativamente aos últimos anos com Passos Coelho.
Se a «racionalização da
despesa do Estado» tem significado sempre o corte nos orçamentos dos
serviços públicos, a redução de impostos parece apontar claramente
para a descida do IRC, almejada e prometida pelo anterior governo ao
patronato – já que em matéria de IRS, este ano haverá lugar a uma
redução para grande parte dos contribuintes.
Imagem: O presidente do PSD, Rui
Rio, durante uma visita aos Bombeiros Voluntários de Arganil. 26 de Março de
2018CréditosNuno André Ferreira / Agência LUSA
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